Prom - Part. 2

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Falei para Jeon que iria ao banheiro, ele ficou me esperando no centro da quadra e vi que alguns amigos se aproximaram dele, inclusive o par de Nathalie, Christian.

O banheiro feminino estava vazio, não era pra lá de limpo então me recusei a fazer alguma necessidade. Somente me olhei no espelho, encarando a mim mesma e pensando ainda no quase beijo meu e de Jungkook. Eu queria tanto sentir os detalhes de sua boca, queria colar seus lábios nos meus, mas por um momento pensei em consequências que poderiam surgir. Pensei que não seríamos mais os mesmos melhores amigos de antes e no fundo, eu me sentia arrependida.

Resolvi voltar, já estava a cinco minutos lá dentro andando de um lado para o outro, Jeon poderia ficar preocupado. Quando saí do banheiro, colocaram um pano em minha cabeça e me levaram para outro lugar. Não gritei porque eu havia ficado paralisada, quase nada saía da minha garganta. Me fizeram subir escadas e mais escadas, mas a música continuava aos meus ouvidos e pude saber que ainda estava dentro da escola. O som se tornou um pouco baixo quando eu ouvi as cortinas se fecharam. Duas pessoas seguravam meus braços para trás, enquanto a outra, tirou aquele saco da minha cabeça.

– Nathalie...? – digo involuntariamente.

– Por que a surpresa? Deveria saber que eu iria te encurralar de qualquer jeito. – parou em minha frente.

– O que fiz para ter tanta raiva de mim? – pergunto com a voz embriagada.

– O que você fez? – riu soprado. – Você me roubou o Jungkook, foi isso o que você fez.

– Eu não o roubei, não somos nada além de amigos...

– Ah sério? Eu vi com meus próprios olhos vocês dois se beijando! Não tente me enganar!

– Nada aconteceu, nós só nos aproximamos, mas não o beijei... – me senti mal em dizer aquilo. – Jungkook não gosta de mim, ele só me vê como amiga...

– Pare de falar sua egoísta! Sua voz de “menininha” inocente me irrita! Pelo menos é isso que Jungkook acha, que você é apenas uma garota inocente! – ela gritava em minha frente, me fez ficar com medo e deixar algumas lágrimas deslizarem. – Não acredito que está chorando, além de estúpida é boa atriz! Vê se acorda garota, Jungkook nunca vai querer alguém como você!

Ela levantou a mão para me bater, parecia que iria doer muito, então virei o rosto e fechei os olhos com força, na espera seu tapa. Se passou pouquíssimos segundos e não aconteceu nada, abri novamente os olhos, e vi Jungkook segurando o pulso da mesma. As meninas que me prendiam, finalmente me soltaram e eu corri para ele, abraçando seu tronco. Escondi meu rosto em seu paletó e ouvi o que ele dizia para Nathalie.

– J-Jungkook... – ela tentou se explicar mas foi interrompida.

– Cale a boca, eu não quero ouvir nada que venha de você. Acho melhor nunca mais aparecer na minha frente, ou ousar tocar em um fio de cabelo da Kimberly. Eu não sou seu, eu nunca vou ser seu, entenda isso e deixe-a em paz. – a voz de Jungkook era de pôr medo – Se eu te ver perto dela, juro, que vou parar atrás das grades.

Jeon me abraçou de lado e saímos daquela sala onde eram guardados algumas coisas do time de futebol. Descemos as escadas e logo fomos para o lado de fora da escola.

– Espera, Jungkook... – parei e acabei me soltando de suas mãos.

– O que foi?

– E-eu não quero voltar para o orfanato agora... – ele me olhava com um rostinho triste, então veio até mim e novamente me pegou.

– Não vou levá-la para casa ainda. – entramos no carro e o mesmo deu partida.

Jungkook realmente não estava me levando para o orfanato, e sim para a nossa casa. Para o lugar abandonado que nós cuidamos e arrumamos. Eu adorava aquela casa, podíamos fazer o que quisessemos lá, principalmente correr, brincar e gritar. Colocamos um sofá grande, fizemos até mesmo um simples balanço. O lugar podia não estar muito bonito por fora, mas por dentro ele era bem cuidado.

Quando chegamos, ao sair do carro, a noite parceria estar mais gelada. Tentei cessar o frio com minhas mãos, então Jeon me cobriu com seu paletó. Sorri em forma de agradecimento para ele, e entramos na local.

O trajeto inteiro permanecemos calados, sem nem mesmo um suspiro. Ainda em silêncio, Jungkook se sentou de frente para o piano, e começou a tocá-lo. Eu conhecia a música, o nome dela era Beautiful, Jungkook tinha a feito depois de quatro anos de amizade, era realmente muito bonita.

Me sentei ao seu lado, e o ajudei a tocá-la. Estávamos calmos, e nenhuma palavra havia saído de nossas bocas. Jeon sorriu de lado ao me ver tocar duas notas, ele prosseguiu com resto, e eu fiz o mesmo.

Eu amava tocar músicas com ele naquele piano, por algum motivo, me trazia sentimento de alegria ao estar com o mais velho. Jungkook tinha apenas dezenove anos, e era bom em tudo o que fazia, principalmente na hora de intimidar as pessoas. Ele fazia isso muito bem, e estava praticando aquela ação no momento. Paramos de tocar e ambos novamente se encararam. Olho a olho, algo me dizia um tipo de sentimento do Jeon, uma coisa que ele sentia mas eu não conseguia desvendar.

Era aquela mesma cena do baile, nos aproximamos lentamente um do outro. Eu pude sentir sua respiração mais abafada que o normal, nossas bocas estavam mais perto dessa vez. Tentei não pensar nas consequências, eu estava gostando do Jungkook e não queria perdê-lo. Mas fiquei com medo, e desisti...

– Me desculpe Jeon, e-eu... – ele não me deixou terminar de falar.

Jungkook pegou em meu rosto e pela primeira vez, me beijou. Os lábios dele eram como eu sempre imaginei, macios, relaxantes e quentes. Era apenas um selinho, mas um selinho perfeito e demorado. Ele puxou meu lábio inferior e acabou me tirando um riso rápido. Na verdade, aquele momento estava sendo indescritível para mim.

Suas mãos continuavam em meu rosto, peguei em seu pulso e insinuei que ele deveria me fazer carinho, e sorrindo, fez. Jeon pegou em minha nuca e me puxou para outro beijo, dessa vez, mais intenso. Eu pude sentir a sua língua, pude me entrelaçar melhor com o mesmo.

Meu coração batia forte, era como se estivesse a adrenalina em meu sangue. Estava arrepiada da cabeça aos pés, mas ao mesmo tempo eu estava tão feliz. Se pudesse, nunca mais soltaria sua boca, só que a falta de ar se fez presente e então paramos. No final, Jungkook me deu um selinho rápido, fazendo-me sorrir.

– A-acho m-melhor e-eu ir p-para c-casa... – gaguejei a frase inteira.

– Eu te levo... – pegou em minha mão, e fomos embora.

Naquela noite eu só tinha certeza absoluta de apenas uma coisa: eu estava completamente caidinha por Jeon Jungkook, meu melhor amigo.

Together || Jeon Jungkook (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora