Together || Jeon Jungkook (Concluída)

Bad memories

Pov Jungkook On'

A luz do dia me fez acordar, eram apenas dez horas da manhã, e eu já estava com fome. De barriga para baixo e ocupando todo o espaço da cama, percebi que Kimberly não estava ali. Lentamente me sentei e tentei olhar o resto do quarto para ver se ela se encontrava presente – ainda tinha sono, então meus olhos estavam pesados –. Pensei que ela estaria no banheiro, e para ter certeza, fui até lá.

Meu coração acelerou ao ver que Kimberly não estava no motel, ela não estava sob a minha visão, eu não podia protegê-la. Me sentia muito mal por não saber onde minha menina estava e me culpava por não cuidar dela direito.

Omo! Isso não poderia estar acontecendo!

Sem pensar em ao menos vestir uma camisa ou pôr os tênis, abri a porta com força e ela quase caiu. Fiquei aliviado na mente, mas no corpo não muito. O olhar de Kim para mim era de confusa, obviamente querendo saber o porquê do meu desespero. Mas antes de dizermos qualquer coisa, a abracei e trouxe-a para dentro, fechando a porta em seguida.

– Nunca mais faça isso comigo...! – digo segurando em seus ombros.

– Fazer o que?

– V-você saiu sem me dizer absolutamente nada, e-eu fiquei preocupado... – cocei a cabeça.

– Nem se deu o trabalho de ler o bilhete que deixei? – foi até o criado mudo e pegou um papel.

– Eu não vi... – ela riu. – Mas aonde você foi? – tentei continuar com o amadurecimento.

– Fui comprar algo para comer, queria chegar antes que acordasse, e pelo visto não deu.

– Deveria ter me dito, assim eu não precisaria ficar tão...

– Desesperado? – me fez sentar na cama e logo se sentou em minha perna esquerda. – O que pensou quando percebeu que eu não estava aqui dentro? – mexeu nos fios perto da nuca.

– Que poderiam ter nos encontrado e levado você, já que a querem para a... sabe...

– Oh querido, não precisa pensar isso, se estou com Jeon Jungkook, estou mais que protegida.

– Sim, mas você não estava dentro do meu alcance há minutos atrás.

– Ok, tudo bem! Então eu não saio mais sem comunicá-lo. – beijou minha bochecha.

– Promete?

– Sim!

– Bom, então acho melhor beijar minha boca do que meu rosto...

Ela sorriu e colou nossos lábios, logo depois se levantando enquanto dizia o que havia comprado. Abrimos algumas coisas e começamos a comer, Kimberly sabia exatamente o que comprar, e ela trouxe morango. Devorei aquelas pequenas frutas vermelhas e uma delas, dividi com a loira, boca a boca. Adorava vê-la corada, era mais bela que o normal... Ter aquela menina inocente ao meu lado era um enorme privilégio, eu realmente a amava e isso só me fazia pensar no quanto devesse protegê-la. Ela estava sempre sorrindo ao meu lado, e sempre chorando comigo. Não existia ninguém no mundo que pudesse superá-la, Kimberly Collins era única para mim.

Minha vida nunca foi fácil, tudo melhorou depois que eu a conheci, mas antes de me mudar para Seattle passei fome e muito, muito sufoco. Meus pais não tinham condições de sustentar nós mesmos, e para que eu sobrevivesse, me fizeram morar com John, meu tio.

Tudo aconteceu quando eu tinha nove anos, depois disso nunca mais tivemos contato. Hoje não faço a mínima ideia de como eles estão, as vezes chego a pensar que se encontram no caixão. Em raras noites eu chorava por não tê-los comigo, por não ter os conselhos de homem como meu pai. John também nunca deu tanta importância para mim pois tudo o que ele sabia fazer era frequentar casas noturnas e comprar meninas.