Hunted - Capítulo 2

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As minhas mãos estavam presas ao volante enquanto estava sentada no carro do lado de fora dos edifícios do Governo, tentando ganhar coragem suficiente para entrar. O Niall estava lá, logo atrás daquela porta – Niall. Eu não estava pronta para isto. Eu tinha acabado de aprender a aceitar que ele não ia voltar, e agora, ali estava ele. Como é que eu lhe ia explicar que estava com Liam? Iria ele viver comigo outra vez? Será que ele mudou muito com o que viu na guerra? Respirei lentamente para manter a calma e para não ter outro ataque de pânico (embora não haja maneira nenhuma para me preparar para o que ia sentir quando o visse). A minha mão estava a tremer quando abri a porta e saí para fora do carro; encontrei-me a ver o meu reflexo no espelho retrovisor antes de marchar pela neve até à entrada principal.

Eu meio que esperava que ele estivesse na receção com todas as suas coisas à minha espera como uma criança que esperava que a fossem buscar à escola mas ele não estava lá. Eu andei até à receção, sentindo-me paranoica, nervosa e com medo, muito mais do que já alguma vez tive.

“O meu nome é Blair Horan, eu… hmm… recebi um telefonema esta manhã a dizer que—”

“Ah, Sra. Horan, sim… fui eu que lhe liguei! Se me quiser seguir, irei levá-la ao seu marido. Como se está a sentir Sra. Horan?” A rececionista perguntou assim que saiu de trás da sua secretária.

“Não faço ideia, estou apenas…” Eu não conseguia sequer pensar numa maneira de descrever como me estava a sentir.

“Consigo imaginar que tudo isto seja um choque para si.” Ela disse, caminhando ao meu lado enquanto me conduzia através de um corredor.

Eu estava com tanto medo de ver o Niall, o que era ridículo, mas eu ainda estava convencida de que era tudo um engano e que seria alguém parecido com ele que se estava a fazer passar por ele para me matar. Não podia ser ele, ele tinha ido embora há tanto tempo… isto devia de ser um grande mal-entendido.

“Você tem a certeza que é mesmo o Niall?” Eu perguntei à mulher com a voz trémula.

“Sim e ele está bastante ansioso para a ver.” Ela respondeu com um sorriso quando chegámos à porta.

Não, não, eu não conseguia fazer isto. Comecei a andar para trás quando ela tirou um cartão chave do pescoço e a levou até à porta e considerei em fugir, pelo menos, se fosse a pessoa errada eu não teria que descobrir isso. Ela abriu a porta e fiquei parada, esperando que algo acontecesse, eu estava longe de ter coragem para dar mais um passo.

“Sra. Horan, se quiser entrar.” A rececionista disse calmamente, segurando a porta para eu passar com um sorriso.

Dei alguns passos de bebé em direção à porta aberta; lágrimas quentes ebuliram pelo meu rosto e o meu coração vibrava ruidosamente contra as minhas costelas. Eu tremia como se estivesse a morrer de frio e assim que entrei no quarto, a mulher fechou a porta, deixando-me sozinha. Engoli em seco quando o vi, Niall, o meu Niall, esticado no sofá a dormir. O seu cabelo, o seu rosto, os seus lábios, o seu peito a subir e a descer enquanto respirava, porque ele estava vivo e ele não estava morto. Olhei para ele por um par de minutos, observando atentamente o seu corpo para me certificar que ele estava bem e ele estava perfeito. Eu não conseguia chorar porque estava congelada com a descrença absoluta; não queria acordá-lo porque ele parecia tão calmo e eu ainda não tinha acabado de o observar mas, mais uma vez, eu só queria estar nos seus braços, ouvir a sua voz e vê-lo a sorrir.

“N-Niall?” Eu disse, aproximando-me dele, ainda tão aterrorizada com a visão, ainda a tremer.

Ele não se mexeu e eu sabia por experiência própria que preciso falar alto para o conseguir acordar. Engoli em seco e fechei os olhos, acalmei-me antes de tentar novamente. “NIALL?”

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