Hunted - Capítulo 22

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Niall’s POV
“Niall! Perdemos a montanha do Leste – foi invadida, não podemos ficar aqui!”
“Volta para a floresta com o Clifford, vai até às profundezas e certifica-te que há gente suficiente nas frentes, não os deixem dominar a floresta ou está tudo acabado!” Eu gritei de volta para o Ashton pelo rádio.
“Afirmativo!”
Flocos de neve caíam no meu rosto enquanto caíam, violentamente, por todo o lado, bloqueando a minha visão. Eu corria ao longo da trincheira de neve para me garantir que cada soldado estava na sua posição antes de dar sinal para avançarmos; não haviam muitos de nós na linha da frente mas o pelotão do Michael, posicionado na floresta, estavam em grande e os homens do Harry na periferia das terras também. Eu sabia que o Ashton foi o que sofreu mais ao perder muitos soldados nas falécias e era difícil para mim seguir em frente, sem parar para lamentar os amigos que ele tinha perdido mas eu tinha que o fazer; eu tinha que continuar a pensar nos que estavam vivos.
Isto já dura há duas semanas, embora eu tenha perdido a noção dos dias ou de quanto tempo passou desde que vi a Blair e o James pela última vez. Eu tinha uma fotografia dele e uma fotografia da ecografia da Alayne no meu bolso, mas ficavam cada vez mais desgastadas e eu tentei ligar-lhes sempre que conseguia, mas só magoava mais ouvir as suas vozes. Eu estava preocupado com o facto de não ser capaz de cumprir a minha promessa, a promessa de estar lá para o nascimento da Alayne, mas de acordo com a minha última chamada com a Blair, eu ainda tinha mais sete semanas antes do nascimento.
Ainda não havia qualquer sinal do Payne e eu estava a ficar impaciente. Hostis, Uber Hostis e todas essas coisas com ADNs avançados pareciam multiplicar de dia para dia e quantos mais matávamos, mais o Simmons mandava. Também não havia nenhum sinal do Simmons, talvez ele e o Liam estivesse a ver de um ecrã gigante enquanto comiam Nando’s, a rirem-se de nós enquanto lutávamos contra o exército de mutantes que eles tinham mandado. Era como se o Liam estivesse à espera que fôssemos apanhados um por mim, até ficar apenas eu.
“QUANDO EU DISSER!” Eu gritei e esperei até o som dos Hostis estivesse alto o suficiente.
“AGORA!”
Eu liderei a frente enquanto ficámos por cima das trincheiras e começámos a disparar, imediatamente, contra os Uber Hostis. Eles tinham armas muito mais avançadas do que nós, mas nós tínhamos encontrado o ponto fraco deles logo no início, quando eu notei que eles tinham os ombros fracos. Eles atiram sempre para os nossos pés para não precisarem de levantar as suas armas e eu treinei os soldados a serem tão rápidos ao ponto de acabarem logo com eles. Eu era um dos que corria mais rápido e tracei logo o meu objetivo – desviar-me das balas que vinham na minha direção.
O meu plano era aproximar-me do acampamento base deles – nós aproximávamo-nos de dia para dia mas o cessar do fogo noturno, atrasava-nos. Todas as noites, eu me convencia que os hostis iam quebrar a paz e atacar-nos enquanto dormíamos, mas isso nunca aconteceu, nem mesmo nas florestas. Eu não conseguia descobrir quais eram as suas estratégias, mas eu saia que estava relacionado com o acampamento base. Estávamos perto, eu conseguir senti-lo. Aposto que o Simmons e o Liam estavam lá, na base, protegidos enquanto davam ordens.

Blair’s POV
“Respira fundo B, estás apenas a começar a ter as contrações de Braxton.” Perrie disse, mas eu balancei a cabeça.
“Não, ela vem agora; ainda é cedo e o Niall não está em casa e eu não consigo fazer isto, eu não estou pronta – ele prometeu-me.” Eu chorava, sentindo as minhas mãos a ficarem escorregadias na mesa da cozinha enquanto eu me inclinava contra ela.
“Blair, precisas de te acalmar e confiar em mim; estás a entrar em pânico e isso não é saudável para nenhuma de vocês!”
Perrie ajudou-me a sentir-me em uma das cadeiras e eu tentei respirar fundo, mas a minha cabeça andava às voltas.
“Ela sofre de ansiedade ou tem ataques de pânico; isso pode induzir ao parto?” Eu ouvi o Nathaniel a perguntar.
“Não, mas o stress pode. Ela precisa de estar o mais calma possível.” Perrie disse.
Eu conseguia ouvir cada palavra que eles diziam sobre mim, mas a minha voz estava presa em algum lugar enquanto eu me concentrava na minha respiração e em ignorar o desconforto das contrações.
“Ela tem estado ótima até agora, mas esta semana é a pior.”
“Fizeste bem em chamar-me, mas está apenas com as contrações Braxton – é como um falso alarme perto da data de nascimento, não é nada com que se devam preocupar, aparenta ser pior do que aquilo que é. Basta que ela mantenha a calma e chama-me se houver mais problemas. Blair, como é que te estás a sentir?” Perrie virou-se para mim e esfregou o meu braço.
“Muito melhor, obrigado.” Eu respirei, estendendo a mão para o copo de água.
“Tu podes voltar a ter essas contrações mas não devem doer muito; apenas ficam demasiado dolorosas quando começam, aí é que se deve ficar preocupado. Aconteceu-te o mesmo com o James?”
“Não tão más como estas.” Eu murmurei, sacudindo a cabeça.
“Já tiveste mais algum problema?” Perrie perguntou carinhosamente.
“Não, apenas cansaço. Não tenho muita energia; apenas durmo com muita frequência e tenho pesadelos mas isso é só porque está quase na hora, não é?”
“Sim, os pesadelos acontecem algumas vezes durante a gravidez. Não te preocupes B, estás a fazer tudo bem.”
“Muito obrigada, desculpa por ser tão fraca.” Eu ri-me ao mesmo tempo que secava o rosto com uma toalha.
“Não tens que pedir desculpa – este é o meu trabalho! Apenas espera mais um pouco, tens tempo que sobra para que o Niall chegue aqui. Não te stresses ou então vais tê-la antes do tempo.”

Eu estava convencida de que ia dar à luz, prematuramente, a Alayne naquela tarde. Os pesadelos foram piorando, apesar de terem sempre a mesma história; eu estava no meio de uma floresta sozinha, em trabalho de parto, e eu continuei a chamar pelo Niall mas os hostis estavam em torno de mim, a rirem-se de mim. Às vezes, andavam até mim e riam-se na minha cara e era aí que eu acordava a gritar. Eu odiava fazer isso porque não queria assustar o James, mas eu não conseguia dormir em um quarto diferente do dele.
Esperar na cabana estava a deixar-me louca; esperar pelas chamadas do Niall; esperar que a manhã clareie; esperar… esperar… esperar… Eu li uma história ao James, de um dos livros que o Harry lhe tinha oferecido pelo aniversário, e deitei-o com o seu pijama dos Monstros e Companhia. Ele ainda estava fraco e não parava de procurar pelo Niall, perguntando-se onde é que ele estava e ficava confuso quando era apenas eu a dizer-lhe boa noite, todas as noites. A parte do pequeno-almoço era a pior – era sempre o Niall que lho dava. James manteve a expetativa de receber a sua papa de banana com bolacha pelo Niall como acontecia todos os dias. Eu tentava fazer a brincadeira do avião mas não era o mesmo para ele.

Eu beijei o rosto do James enquanto ele respirava pesadamente, Kevin ao seu lado, e eu quase gritei de surpresa quando o meu telemóvel vibrou no meu bolso. Corri pelas escadas até à cozinha para atender e as minhas mãos tremiam enquanto eu clicava no ‘aceitar’.
“Olá querida!”
“Niall!” Comecei a chorar assim que ouvi a voz dele e eu precisava tanto dele que me doía o peito.
“Blair! Amor, por favor, não chores porque assim vais fazer com que eu também o faça e eu acho que não seria capaz de parar.”
“Oh meu Deus, por favor, fica comigo ao telemóvel, preciso de ouvir a tua voz.” Eu soluçava.
“Okay! Eu estou aqui, eu estou aqui. Nós, hmm, perdemos o Dylan hoje, querida. Desculpa. Eles estava no pelotão do Ashton na montanha, mas ele foi atacado e perdemos imenso de bons rapazes hoje. Tem sido muito difícil; não sei ao certo quantos é foram, só quando estiverem todos nos acampamentos, mas foram pelo menos uns vinte. Mandei alguns para serem transferidos na cidade, o Luke vem amanhã e nós estamos a aproximar-nos no acampamento base do Liam. Eu vou descobrir o que é que está a protegê-los, ao Liam e ao Simmons, e vou destrui-lo.”
“O Dylan faleceu?”
“Sim querida, eu morreu de imediato e não teve tempo para sofrer – foi instantâneo. Isso ainda não me atingiu. Eu não posso pensar nisso ou então não vou ser capaz de continuar a liderar os pelotões.”
“Eu quero abraçar-te.” Eu sussurrei, limpando o canto do olho com a manga.
“Eu quero ver o quão grande estás.” Niall brincou e eu ri-me, chorando ao mesmo tempo.
“Estou enorme, prometo. Só tenho umas calças de grávida que me sirvam, tudo o resto me faz parecer sei lá o quê.” Eu ri-me de mim mesma.
“Népia, aposto que tens aquele brilho maternal sexy como um pirilampo de grandes dimensões.”
Na verdade, eu ri-me e senti-me tão bem que os meus espíritos se elevaram com o que ele disseram, mesmo que por um par de minutos. Parecia errado rir-me de alguma coisa quando tinha acabado de saber que um dos nossos amigos atinha falecido, mas como o Niall disse, irá haver um momento em que todos nós podemos sofre com o Dylan e ceder à tristeza que, inevitavelmente, nos atingiu quando aceitarmos o que tinha acontecido, mas por agora, nós temos que continuar. Ele não queria que vivêssemos focados na sua morte enquanto ainda havia muito para lutar, mas eu nunca, jamais, irei esquecer o que ele fez por nós, o sacrifício que ele fez por nós. Por todos nós.
“É tão bom ouvir-te rir; é o meu som preferido. Como é que está o nosso pequeno homenzinho? Está a dormir?”
“Sim, tinha acabado de adormecer quando me ligaste; ele tornou-se obcecado com o trato azul das histórias que o Harry lhe dou – ele continua a escolher essa história, eu tentei ler-lhe uma diferente a noite passada mas ele tirou-me o livro da mão e atirou-o pelo quarto, e depois, apontou para a história do trator.”
“Esse é que é o meu rapaz, a dizer-te quem é o chefe!” O Niall brincou.
“Oh, e ele adora sentir os pontapés da Alayne! Ele aprendeu a dizer ‘Lay’ hoje, ele ainda não consegue dizer Alayne mas já corre pela cabana a gritar ‘LAAAAAAAAAAAAAAAAY’.” Eu fiz uma imitação do James a gritar o nome da irmã.
Niall partiu-se a rir do outro lado do telemóvel e isso fez-me vibrar pois aqueceu o meu peito. Eu limpei o rosto enquanto lágrimas quentes escorregavam dos meus olhos e imaginei o seu rosto quando se ria, ele sempre fechava os olhos com força e atirava a cabeça para trás e segurava a barriga.
“Consigo imaginá-lo a fazer isto! Mal posso esperar para o voltar a ver assim como a nossa menina linda, e claro, a minha querida esposa. Vai ser muito em breve, querida, eu sei que vai. O Nate está aí? Quero dizer-te sobre o Tom antes de ter desligar…”
“Oh, não desligues ainda.” Eu gemia, desejando que ele pudesse falar comigo a noite toda.
“Se eu gastar a minha bateria hoje, não te posso ligar amanhã.” Ele disse. Ele tem vindo a carregar o telemóvel no helicóptero, mas nem sempre era possível e eu passava muitas noites sem o ouvir. Acho que tinha a sorte de ele me ligar tantas vezes, eu não esperava que ele o fizesse, mas era bom.
“OK, eu vou chamar o Nate. Por favor, que amanhã consigas chegar ao acampamento base do Liam – eu não consigo deixar de pensar nisso ou então vou ter outro ataque de pânico mas—”
“Wow, wow, wow, outro ataque de pânico? Quando é que tiveste um?” Niall interrompeu-me, parecendo todo sério e preocupado.
“Oh, não foi nada. Tu precisas de poupar bateria, então eu vou chamar o Nat—”
“De maneira nenhum, senhora H, eu tenho bateria suficiente para te ouvir falar sobre isso – o que é que aconteceu?”
Eu, relutantemente, contei tudo ao Niall sobre as minhas contrações de Braxton e sobre a Perrie me ter vindo ver e ele parecia um pouco irritado por eu não lhe ter contado, mas ficou preocupado e disse-me o que todos me diziam: fica calma. Eu estava a sentir-me muito mais calma agora que tinha tido uma longa conversa agradável com o Niall e eu prometi que ia relaxar esta semana antes de lhe dizer adeus (e dizer-lhe que o amava uma milhão de vezes) e passei o telemóvel ao meu irmão.

Niall’s POV
Dizer ao Nathaniel sobre o Dylan foi mais difícil do que contar à Blair, por algum motivo, era difícil ouvir o Nathaniel a gritar e não chorar com ele. Eu estava a deixar as minhas emoções para o memorial de serviço, mas eu tinha que as prender todas cá dentro por apenas mais uns dias. Ashton deu-me a noite naquela noite, depois do cessar-fogo; nós tivemos a oportunidade de contar quem tinha sobrevivo ao conflito do dia e foi de partir o coração ouvir que tínhamos perdido o Dylan e tantos outros amigos que não mereciam morrer. Isso só fez mais irritado e mais determinado do que nunca.
Voltei para o acampamento depois de desligar e juntei-me ao Louis para o nosso turno da noite; era algo que fazíamos todas as noites, embora a escuridão trouxesse sempre esse silêncio enervante.
“Como é que estão os Horans?” Louis perguntou quando me sentei ao lado dele.
“Estão bem, obrigado por perguntares. A Blair teve contrações hoje mas foi um falso alarme; eu sei que ela tem andado um pouco stressada mas eu não posso fazer nada que não seja dizer-lhe para se acalmar, mas deve ser tão condescendente para ela ouvir isso. Eu só a queria ver durante uma hora ou algo assim.”
“Bro, tu mereces uma licença. Porque é que não deixas o Ashton no comando e vais vê-la?”
“Não posso, não quando estamos tão perto de conseguir o Liam. Se eu a visse, eu acho que não seria capaz de voltar para cá. Estou à espera até saber que tudo está acabado.”
“Eu entendo. Mas que merda é aquela?” Louis franziu a testa enquanto acenava em direção a uma luz verde distante.
Eu inclinei-me para agarrar os meus binóculos e vi uma silhueta escura de um tanque através da neve. Eu conseguia ouvir o som de uma trituração baixa mesmo estando a quilómetros de distância e eu sabia o que era.
“Filho da puta.” Eu rosnei e atirei os binóculos para o chão.
“Vai buscar os outros, eu vou ligar ao Ashton e ao Michael para trazerem os seus soldados para aqui.” Eu disse.
Louis levantou-se do seu assento e soprou no seu apito enquanto começava a descompactar as tendas.
Tenho a certeza que a minha arma preferida tinha sido carregada enquanto eu berrava ordens pelo rádio para os outros rapazes e eu senti uma espécie de bomba de adrenalina no meu corpo enquanto esperava que o tanque chegasse perto de nós. Tudo vai acabar em breve, e eu poderia ir para casa, poderia ver a Blair e podia estar lá para ver a Alayne a nascer e ela vai nascer em um mundo seguro, sem hostis. Ela nunca iria conhecer o perigo e eu gostaria de estar lá para a ver a nascer e ver o James crescer, e eu e a Blair podíamos, finalmente, viver felizes para sempre.

N/A: Aconteceu tanta coisa! Desculpem ter matado o Dylan, mas não seria tão realista se ninguém tivesse morrido, e de alguma forma não acho que me fosse perdoar se matasse alguns dos elementos dos 5SOS!
Será que alguém pensou que a Blair estava a entrar em trabalho de parto antes do tempo? XD
O Liam vai aparecer em breve, mal posso esperar que vocês leiam!

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