Hunted

Hunted - Capítulo 20

Niall adormeceu antes de mim naquela noite e eu fiquei acordada nos seus braços durante horas, talvez até mesmo a noite toda, e deixei lágrimas silenciosas infiltrarem a minha almofada enquanto pensava sobre tudo e mais alguma coisa. Tudo correu de volta para aquele dia em que fugi do abrigo. Tudo aconteceu por causa disso. Se eu não tivesse fugido, se eu tivesse ficado presa em Epsilon até ter idade suficiente para ir para um abrigo diferente, então eu não teria conhecido o Liam. Se eu tivesse aceitado a oferta do Liam para o deixar e ficar com o Harry, talvez eu não tivesse conhecido o Niall. Eu não me arrependo de nada; se eu tivesse a oportunidade de voltar para aquele dia, o dia em que começou tudo isso, eu fugia na mesma e ainda seguia o Liam como fiz, porque se tudo fosse diferente, eu não estaria aqui deitada ao lado do Niall e não teria o James nem a Alayne. 

Independentemente do que eu fizesse, o meu sangue seria sempre especial, e eles iam encontrar-me mais cedo ou mais tarde. Niall seria sempre o hostil mais forte que o Wolf Shot produziu e, talvez, os nossos caminhos se cruzassem, eventualmente, se fossemos capturados por essas razões, mas talvez não funcionasse da mesma maneira. 

Era tão difícil aceitar que o Liam era um hostil agora, as próprias criaturas que ele detestava e odiava – as criaturas que levaram a sua família para longe dele. Ele estava tão zangado comigo por falar com o ‘Nails’, no dia em que o conheci, ele tentou fazer com que eu acreditasse que os hostis eram criaturas sem alma apenas sujas, que não podiam sentir a emoção. Porque é que ele se quis transformar nisso? Eu sabia que ele ainda tinha muitos problemas, e eu sabia que ele quer se tornar isso? Eu sabia que ele ainda tinha um monte de problemas, eu sabia que o tinha magoado muito, mas nunca pensei que ele fizesse isto. Ele já não era o Liam.

Eu tinha pensa dele. Mesmo depois de tudo, depois de ter abusado de mim, tentar matar o Niall e ter raptado o nosso filho – eu ainda tinha pena dele. Não conseguia evitar. Estava claro que a reabilitação não funcionou e que os seus problemas mentais eram mais profundos e a parte pior é que nenhum de nós sabia, a culpa não era dele. Ninguém deveria ter que testemunha a morte da sua família como ele fez. Talvez tornar-se no monstro que lhe tirou a família, fosse a sua forma de entender o porquê de aquilo ter acontecido e para conseguir, quem sabe, algum momento de paz. Não importo o quanto eu o odiava neste momento, eu ainda tinha esperança de que ele se pudesse curar e ser livre dos demónios que o seguiram por tantos anos.

Os dois dias seguintes foram irritantemente calmos; era como se o Liam estivesse a fazer tempo para começar a guerra, apenas para aumentar a nossa ansiedade. Agora que eu sabia que eles estavam a vir, eu queria que ela começasse apenas para acabar rápido. Chegámos ao segundo aniversário do James sem qualquer sinal de que algo fosse acontecer, e o Niall convenceu-me que deveríamos continuar a agir naturalmente até que o problema surja. Eu tinha que ficam calma e focada por causa da Alayne, mas o pensamento de ver o Niall a sair da porta para ir e lutar, novamente, estava no fundo a minha mente a cada segundo do dia.

“Quem é um homenzinho grande hoje? Quem é que faz anos?” Niall perguntou ao James enquanto o vestia para o levarmos para casa da Maura e do Bobby, onde íamos ter uma pequena festa para ele.

“Tu hoje fazes estes todos!” Niall levantou dois dedos para mostrar ao James quando anos é que ele fazia, mas ele apenas tentou mordê-los.

“Irá haver muita comigo na casa da Nanny e do vovô James, não precisas de comer o papá.” Eu brinquei, colocando o gorro na sua cabeça.

“Vovô.” Ele resmungou e riu-se enquanto eu colocava o seu cachecol.

“Como é que ele está sempre hiperativo e feliz para ir para casa dos meus pais? Eles devem pensar que lhe estamos a dar comprimidos de cafeína ou algo assim do género.” Niall brincou, agarrando o James ao colo.