Hunted - Capítulo 15

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Niall’s POV

Eu tinha que me garantir que isto era real; eu estava mesmo sentado no jipe com o meu pai, a caminho de casa, para ver a minha mãe, de novo, pela primeira vez em quase cinco anos? A tempestade havia diminuído durante a noite, e o Ashton já tinha voado de volta para a cidade para ir buscar o Nathaniel, a Dakota e a Haley e os rapazes, enquanto eu, a Blair e o James viajávamos para a vila. O meu pai explicou-nos que viviam em uma pequena aldeia nos arredores da cidade porque ele tinha que trabalhar na torre e no aeródromo. A minha mãe tinha uma pequena loja na aldeia para quem não podia entrar na cidade – era ao virar da esquina de onde moravam.

Eu continuei a olhar para ele no banco do motorista, em choque por o ver a caminhar na nossa direção na tempestade como um fantasma. Agora eu entendia, plenamente, como é que a Blair se sentiu quando viu o Nathaniel de novo, e talvez até mesmo quando ela soube que ele estava vivo. Era apenas a sensação mais surreal que já tinha experienciado. Nunca houve qualquer pensamento na minha cabeça de que os meus pais poderiam estar vivos; aceitei que eles tinham ido embora e que nunca mais os iria voltar a ver, mas aqui estão eles.

Estendi a mão para a Blair enquanto seguíamos o meu pai ao longo da rua de pequena casas com todos os seus telhados cobertos de neve. Ela agarrou o James com o seu outro braço e ele parecia muito mais feliz agora que a tempestade tinha acalmado.

“Filho, falei com a tua mãe ao telemóvel ontem à noite, mas é melhor eu entrar primeiro e prepará-la para isto.” O meu pai disse, acenando com a cabeça em direção ao James e à Blair.

Eu balancei a cabeça e esmaguei a mão da Blair, esperando pacientemente no corredor da casa familiar. Não era a nossa casa; que havia sido destruído há anos atrás. Tinha um cheiro diferente e era decorada com tons neutros muito simples e monótonos, ao contrário das cores quentes da nossa casa em Mullingar.

“Estás bem amor?” Blair sussurrou e acariciou o seu polegar sobre a minha mão, ela era a única razão para eu conseguir ser forte depois do que me aconteceu.

“Sim, mal posso esperar para a ver. Estou tão nervoso.” Eu respondi com sinceridade.

Blair beijou-me e acalmou toda a minha náusea como se fosse um medicamento qualquer. Ela sempre disse que eu a salvei, mas não era verdade. Ela é que me salvou. Ela mantinha-me vivo e estar apaixonado por ela era a minha motivação para sobreviver. Nós separámo-nos com o som da porta a abrir-se e o meu pai colocou a cabeça para fora.

Eu roçava os meus dedos na mão da Blair enquanto seguíamos o meu pai para a sala de estar onde a minha mãe estava bem no meio, já a tapar a boca com ambas as mãos. Ela começou a chorar no momento em que me viu e fez-me chorar com ela, ela estava igual. Ela estava viva. Blair largou a minha mão e eu corri para a minha mãe, atirando-a quase ao chão quando a abracei.

“Niall! Oh meu Niall.” Ela soluçou, tocando no meu rosto e no meu cabelo.

Parecia que nos estávamos a abraçar à horas no meio da sala, para nos acostumarmos ao facto de cada um de nós estar vivo. Levámos algum tempo para reconhecer que a Blair e o James estavam connosco na sala e eu mal podia esperar para que ela os conhecesse.

“Mamã, esta é a minha esposa Blair e o nosso homenzinho James.” Eu disse-lhe, ainda a tossir com as lágrimas.

“Oh meu… eu… oh… este é o teu—” a minha mãe aproximou-se lentamente da Blair e ela olhou para os dois com a mesma expressão de choque, rosto pálido, que usou o tempo todo desde que chegámos.

“Olá.” A Blair disse timidamente, ainda a equilibrar o James na sua cintura.

“És avó, mamã.” Eu disse levemente, tentando ajudá-la com o choque.

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