Hunted - Capítulo 16

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Liam’s POV

“ONDE – É – QUE – ELE – ESTÁ?” Eu rugi, pontapeando o Ashton em cada palavra.

“Se me vais matar, fá-lo apenas. Eu não vou desistir dele. Sabes quando imundos da tua espécie é que ele matou durante a guerra? Ele é um herói.”

Ele estava a testar a minha paciência e eu não conseguia deixar de ver que isso lhe estava a subir à cabeça. Eu era a única pessoa no planeta que não o adorava? Mesmo o Harry, o meu suposto amigo, começou a mudar de opinião em relação a ele. O que é que vêm nele? O que é que ele tem que eu não tenho? Pensar neles os dois aborrecia-me e agarrei no braço da Scarlet, afastando-a do Ashton.

“O que é que queres fazer com ele?” Eu perguntei, apontando para onde ele estava amarrado.

“Bem, acho que ele não nos vai dizer onde está. O que lhe podes fazer, sem o matares?” Ela disse em voz baixa, mordendo o lábio como se estivesse com medo da minha reação.

Porque é que eu estou com ciúmes? Eu não sentia nada pela Scarlet, a única coisa que queria era protegê-la enquanto estávamos a caçar em lugares perigosos ou matar alguém que a ameaçava.

“Estou a ver. Queres que ele fique vivo para que nos possa levar para o Horan – era o teu objetivo o tempo todo, tu estás a usar-me para o encontrares de novo.” Eu respondi, sentindo-me revoltado com a ideia de ela me estar a usar. 

“Não! Não, percebeste tudo ao contrário, eu disse-te que não me importo com o Nails. Eu só o quero encontrar para te ajudar a ter a vingança que tanto esperas ter! Quero ajudar-te a entrega-lo ao Simmons para compensar a forma de como ele me magoou e me rejeitou! Eu não sinto nada por ele, a não ser ódio.”

Olhei para ela pelo canto do olho e eu sabia que ela estava a dizer a verdade, ela não me estava a enganar. Ela sempre foi sincera comigo porque tinha medo de mim e porque me amava ao mesmo tempo. Eu balancei a cabeça para lhe mostrar que acreditava nela e ela suspirou de alívio.

“OK. Eu não o mato. Tenho uma ideia melhor.”

Voltei para a frente do Ashton e sentei-me em frente a ela, tentando ignorar o medo e o resto das suas emoções. Eu ia fazer um teste de reações para obter as respostas dele, algo como um poligrafo visual.

“Será que ele foi para um abrigo?” Perguntei calmamente, observando as suas pupilas e ouvindo a sua pulsação.

Ele não respondeu, mas também não precisei que o fizesse. Continuei.

“Será que ele se tornou clandestino? Hospital? Laboratórios? Irlanda?”

Aqui está. A frequência cardíaca do Ashton aumentou e eu conseguia ouvi-la a ecoar na minha cabeça, conseguia sentir o cheiro de pânico e culpa e todos os tipos de indicadores para que me mostrassem a localização exata do Niall.

“Ah, então ele acha que se pode esconder no seu país de origem, não é? Pensa que não serei capaz de o encontrar lá? Obrigado por ser extremamente útil subtenente Irwin. Se tentares avisar o Horan que irei atrás dele, eu irei saber e não vou ser tão misericordioso.” 

Dei-lhe um murro e desamarrei-o, certificando-me de que ele estava, definitivamente, inconsciente para ele não nos seguir.

“Irlanda? Como é que vamos para a Irlanda?” Scarlet perguntou, embalando a corda na minha mala.

Olhei para ela e através do meu novo estado de espirito feliz e esperançoso. Eu conseguia ver a beleza do seu rosto, e era cada vez mais óbvio para mim. Ser capaz de ler os seus sentimentos era um pouco divertido e o seu coração disparou quando me aproximei dela e lhe toquei no rosto. No minutos em que toquei na sua pele, senti tudo o que estava a acontecer dentro dela e os nossos olhos negros grudaram-se um no outro como tuneis escuros, tentando decidir o que era mais profundo.

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