- Third

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Ambos estavam sentados na mesa da sala, a mãe havia lhes servido dois copos de chocolate quente antes de sair dizendo que tinha que cumprir um plantão no hospital. A irmã havia saído com o namorado e jurou morte à EunWoo se ele contasse à mãe.

O garoto não reclamaria nem diria nada, afinal ficaria sozinho com Nami, e isso era o que ele mais queria. Sabia que gostava quando era apenas os dois, mas sabia que não teria coragem de fazer nada...

Os números apenas complicavam a vida de EunWoo e a matemática estava lá para provar isso. Ele sabia que nunca entenderia pitágoras enquanto hipotenusa ao quadrado é igual ao quadrado dos catetos saísse de uma boca cujos lábios são tão atraentes.

— Entendeu, Woo?

EunWoo piscou rápido desviando o olhar dos lábios de Nami cobertos por uma camada de vermelho sangue, que ao seu ver pareciam tão confortáveis quanto veludo. Ele assentiu e ela suspirou prendendo os cabelos em um coque escrevendo algo no caderno de EunWoo.

— Aqui estão as fórmulas, não se esqueça delas na prova, tudo bem? Treine esses exercícios, as respostas estão na última folha do caderno...

Nami não podia  ir embora muito tarde, teria que acordar cedo na manhã seguinte para se encontrar com Jackson e resolver algumas coisas sobre a festa que estava a organizar.

EunWoo não queria que ela fosse embora, ela estava tão linda, tão preocupada com ele, estava quase se sentindo importante para ela. Seu olhar demonstrava o quanto ela queria que ele se saísse bem nessa prova e EunWoo sabia disso. EunWoo sabia que ela apenas queria seu bem, mesmo quando as vezes machucava-o sem saber.

— Nami, - Ele tomou coragem para dizer e ela respirou fundo virando-se para ele e assentindo enquanto sorria fraco. — você parece cansada, não quer dormir aqui?

Nami sorriu aberto dessa vez, pondo a mão sobre os cabelos de EunWoo e os bagunçando.

— Eu tenho um compromisso amanhã de manhã, Woo, mas obrigada pelo convite. Falando nisso, eu tenho que ir, não quero chegar em casa muito tarde.

A tentativa fazer Nami ficar falhou, mas, afinal, o que EunWoo queria com isso? Fazê-la dormir ali pra que? Nem mesmo EunWoo sabia, ele só queria arrumar um jeito de passar mais tempo com ela, ele só queria que ela ficasse. Nami se levantou e pegou a bolsa presa à cadeira, EunWoo se levantou cabisbaixo e a levou até a porta.

— Me prometa que vai se esforçar.

— Prometo.

EunWoo sentiu as mãos de Nami em suas bochechas e os lábios dela contra sua testa. Uma descarga de frustralão desceu por seu corpo e por uma fração de segundo Eunwoo tocou os pulsos da menina, segurando-os com firmeza, como se dissesse não me trate como uma criança. Eunwoo ergueu olhar e viu os olhos confusos de Nami o encarando, depois desceu os dele para os lábios dela e suas mãos tremeram levemente. Ela estava muito perto.

Ele não sabia o que fazer, a beijava, a deixava ir, ele não sabia. Então, o mundo, pela primeira vez, conspirou com EunWoo. Antes que ele pudesse dizer ou fazer algo, um estalo alto foi ouvido na rua e logo em seguida tudo escureceu.

No mesmo momento, ambos deram um pulo para trás assustados com o barulho e a repentina escuridão. EunWoo não podia acreditar que havia sido salvo por um apagão. Ah, se Nami pudesse ver a expressão de alívio que ele tinha no rosto...

— Ah, merda. - Nami disse tateando o ar a procura de algo que pudesse ajudá-la a se localizar. — EunWoo eu preciso ir.

Foi quando ela tocou no peitoral dele por acidente e ele envolveu o pulso dela segurando-a, impedindo-a de fazer um movimento se quer.

— Não vou deixar você ir nessa escuridão, você pode sofrer um acidente ou pior. - EunWoo disse e Nami abaixou o olhar para o chão, ela não queria admitir que EunWoo tinha razão. — Durma aqui, é só uma noite, você pode acordar cedo amanhã e ir embora... não é como se voce não estivesse acostumada.

Nami fechou os olhos sentindo a pontada da ultima parte do discurso do menino. Eunwoo percebeu que tinha cruzado uma linha e soltou o pulso da menina, receoso por talvez ter deixado-a desconfortável. Nami baixou o olhar, mesmo sabendo que ele não tinha feito por mal, as memorias aihnda emergiram. A meninas suspirou tentando suprimir seu passado, e um breve sorriso floresceu nos labios dela ao ouvir Eunwoo se desculpar baixinho em meio a escuridão. 

— Tem certeza? Não vou incomodar?

— Não se preocupe com isso... - Ele disse e ergueu a mão tateando o ombro da menina, pousando a mão ali, agradecendo aos seus por ter encontrado o local correto.

— Certo, vamos até a cozinha para pegar algumas velas...

E em alguns minutos a casa já estava iluminada com algumas velas nos cômodos. Nami sentou-se sobre a cama de EunWoo correndo as mãos pelo cobertor azul marinho confortável. EunWoo tirou o casaco e enquanto colocava a peça sobre a cadeira da escrivaninha ouviu Nami perguntar:

— Cha EunWoo, o que isso está fazendo no seu quarto?!

O garoto se virou e viu Nami segurando o rolo de papel higiênico que antes estava sobre sua mesinha de cabeceira, ela sorria com uma certa safadeza pra ele, aliviando o clima silencioso. EunWoo arregalou os olhos e correu para a cama tropeçando nos próprios pés, subiu no colchão e tentou tirar o rolo das mãos de Nami que desviou impedindo que ele alcançasse-o.

— N-Nami, me devolva!

— Pra que tanto alvoroço? É só um rolo de papel! - Ela ria da reação dele.

Como EunWoo era maior que Nami, conseguiu finalmente pegar o rolo das mãos dela, ele tinha vontade de simplesmente sumir do mapa, que vergonha Cha EunWoo! Nami apenas ria enquanto ele deixava o quarto para colocar o rolo onde ele deveria estar desde ontem.

EunWoo voltou para o quarto e a crise de riso de Nami havia terminado, mas a vergonha de EunWoo ainda não, e não terminaria tão cedo. Ela estava sentada na borda da cama e o viu entrar no quarto e fechar a porta escondendo o rosto para que ela não visse suas bochechas coradas.

— Woo, vem aqui, eu prometo que não vou rir mais.

Ela sorriu vendo-o suspirar e sentar ao seu lado na borda da cama, mas ainda não olhar no rosto dela.

— Hey, eu estava só brincando com você, tudo bem? Não precisa ficar todo envergonhado assim... qual é?! - Nami ajeitou uma mecha da franja bagunçada dele. — Eu tenho 21 anos, sei o que é isso, convivi alguns anos com meu irmão mais novo e vi coisas piores.

Não ajudou nem um pouco. EunWoo cobriu o rosto com as mãos e desejou mais que nunca fugir para as colinas do Alasca e lá viver com os esquimós. Nami nao tinha mais o sorriso no rosto, havia se lembrado do irmão mais novo. Onde ele está agora? Ela se perguntou silenciosamente por um instante. Seattle?

— Certo, eu não vi nada, se você se sente melhor assim... Vou fingir que nada aconteceu.

Nami tirou as mãos de EunWoo do rosto do próprio e sorriu, ele ergueu os olhos para e não pôde evitar em sentir suas bochechas começarem a dar sinais de que iriam enrubescer novamente. Afinal, ele não estava envergonhado por ela ter encontrado um rolo de papel higiênico no seu quarto, mas por ter descoberto que ele faz aquilo, e o pior, muitas vezes pensando nela.

Ah isso é constrangedor demais.

NAMI 》 Cha EunWooOnde histórias criam vida. Descubra agora