- Fourteenth

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Tudo estava iluminado, era primavera, havia algumas barraquinhas de doces, comida e acessórios nas ruas. Para chegar à praça central, Nami decidiu cortar caminho por um dos becos, cujo qual tinha a saída dos fundos de uma das boates mais conhecidas da área.

Ela não devia ter feito isso, ela não previa, ela não sabia que ele estava ali, como um lobo esperando pela sua presa favorita.

EunWoo e Nami, se mãos dadas iniciaram o caminho pelo beco, estava escuro e uma música alta porém abafada se ouvia bem de perto. Alguns poucos letreiros coloridos piscavam iluminando caminho do casal pelo beco que continha algumas latas de lixo.p e pôsteres rasgados colados pelas paredes.

Então, a porta dos fundos da boate se abriu, dando espaço para que três garotos, alguns cigarros e algumas garrafas de vodka surgissem na visão de Nami.

Eles estavam perto, mas distraídos demais rindo uns dos outros e cambaleando bêbados. EunWoo cerrou o cenho e apertou a mão de Nami dizendo que ela não tinha nada a temer, eram só alguns idiotas bebados.

Não eram.

Os olhos de Nami se fixaram no rosto do garoto que segurava a garrafa de vodka. Aqueles olhos negros, aquele olhar amaldiçoado, aqueles lábios sujos. Ela tremeu.

Sua temperatura caiu drasticamente e ela congelou no lugar que estava. Não pode ser ele, ela ouvia aquela risada que soava tão malévola, e sentiu seus olhos lacrimejarem como se sentisse a dor dos golpes daquele garoto em seu corpo em um só segundo.

— E-EunWoo, por favor, vamos dar a volta.

EunWoo viu a expressão assustada de Nami e olhou para os garotos. Tarde demais. Leo já a encarava com um sorriso cujo qual aparentava dizer que bela coincidência.

— Ora ora, olhe quem temos aqui.

Aquela voz fez uma lágrima solitária escorrer pela bochecha Nami e ela deu alguns passos a trás largando a mão de EunWoo. O garoto sabia de quem se tratava, o maldito que deixou Nami chorando por várias semanas, mas não entendia o fato dela estar tão acanhada, como se sentisse medo daquela figura.

Ela não devia temê-lo. Mas, EunWoo ainda sim a protegeria.

Leo se aproximou do casal junto dos seus dois amigos aparentemente bêbados, tais que tinham expressões lascivas no rosto. Não não podia acreditar, Leo não, podia ser qualquer outra pessoa, menos ele, menos o cara que a machucou mais do que emocionalmente.

Babe, o que faz num lugar como esse?

Leo ergueu o cenho para Nami tocando em seu queixo e fazendo-a olhar para ele. Nami virou o rosto para o lado desvinculando-se de seu toque, mas Leo não encarou a ação muito convidativa e segurou o maxilar da garota com força fazendo com que o CD e a rosa que antes ocupavam as mãos de Nami fossem ao chão.

— L-Leo, por favor, não...

EunWoo forçou o maxilar arregalando os olhos, ele não conseguia ver aquela cena sem sentir repulsa daquele homem, daquele homem que tocava Nami de uma forma tão pesada e agressiva.

No mesmo momento ele avançou em Leo, mas foi impedido por um de seus amigos que o agarrou pela jaqueta o puxando para trás. Nami gritou e Leo cobriu a boca dela a encarando firmemente enquanto segurava seu pescoço com a mão livre.

— Então é pra esse garoto que você anda dando? - Leo perguntou, os dois homens seguravam EunWoo enquanto ele se debatia e Nami via aquela cena com lágrimas nos olhos. — Me responde, vadia.

E foi aquela palavra que fez o sangue de EunWoo disparar pelas suas veias, junto com o veneno da raiva. Ele fechou o punho e socou o rosto do primeiro homem, que caiu no chão, mas o segundo, ainda de pé, agarrou-o pelo pescoço prendendo-o enquanto o primeiro se levantava ainda um pouco tonto.

— O que acha de ver seu novo namoradinho levando umas boas porradas dos meus dois parceiros?

Nami se debateu arranhando o braço de Leo com as unhas enquanto tentava se libertar do aperto em seu pescoço que estava a deixando sem ar. Leo riu fraco virando na direção de EunWoo.

Ele sangrava, os pequeno lábio inferior cortado, as grossas sobrancelhas abertas e um dos olhos avermelhados pelos socos recebidos pelo primeiro homem.

— Não! Parem, parem por favor! Por favor!

Nami apenas chorava e se debatia, não conseguia assistir àquilo, eram golpes atrás de golpes, nas costelas, no peito, no rosto. EunWoo se contorcia a cada golpe recebido, sentia como se seu corpo fosse desfalecer ali mesmo, a dor era muita, mas a única coisa que realmente doía em seu coração era saber que não conseguiria proteger Nami. Não naquela noite.

EunWoo olhava para ela como se seus olhos pedissem perdão, perdão por falhar com ela, perdão por não ter salvado-a, perdão por não ter conseguido lutar por ele.

— Patético, - Leo puxou os cabelos de Nami fazendo-a olhar para EunWoo. — acabem com ele.

Nami gritou implorando para que o homem não seguisse as ordens de Leo, mas foi em vão. EunWoo tossiu cuspindo um quantidade de sangue na calçada, então, ergueu o olhar encontrando os olhos tristes e assustados de Nami.

Foi quando o homem agarrou em seus cabelos e ergueu o joelho forçando a cabeça de EunWoo contra. Nami viu EunWoo cair desacordado na calçada assim que o primeiro homem o largara e gritou se debatendo mais forte e com mais precisão.

No entanto, Leo era mais forte, ele sempre foi e Nami sabia disso. Sabia que ele era quem dava as ordens, quem mandava-a calar a boca e chupar. Oh meu Deus, aquele homem era tão terrível.

— Babe, não se preocupe eu vou cuidar de você essa noite... - Leo mordeu o lábio inferior fazendo Nami soluçar e abaixar o olhar para EunWoo caído na calçada e uma pequena poça de sangue próximo à ele. — Vamos, eu não quero esperar para ter minha cadela favorita na cama outra vez.

Nami chorou naquela noite, mais que todas as outras que tinha de enfrentar Leo, ela enfrentava, ela perdia, ele a machucava, ele a levava para cama. Ele a amarrava, ela gritava, essas eram as noites que ela queria esquecer, mas os hematomas, em sua pele no dia seguinte não a permitiam...

NAMI 》 Cha EunWooOnde histórias criam vida. Descubra agora