Era o terceiro dia de recuperação de EunWoo, a mãe havia tirado treslias de folga no trabalho após explicar a situação para seu chefe, que prontamente liberou sua querida funcionária para cuidar do pobre filho.
EunWoo mal podia esperar para que a mãe voltasse a trabalhar e lhe desse a chance de ir visitar Nami. Ele pensava nela, se questionava se ela estava bem, se estava indo à faculdade, se estava comendo direito, se estava com medo.
O garoto não era bobo e já havia entendido o que acontecia no relacionamento de Nami e Leo, ou pelo menos um pouco do que aquilo que ela chamava de relacionamento era.
Na escola, Max não perdoava com as piadinhas idiotas sobre os machucados de EunWoo, chegou um dia até convida-lo para uma briga. No entanto, EunWoo não estava com cabeça para nenhum tipo de conflito naquele momento.
Ele só queria vê-la.
No quarto dia, que coincidiu com as aulas extras de sua irmã no colégio e a volta da sua mãe para o trabalho. EunWoo pegou sua bicicleta e desviou do caminho de casa pedalando até o prédio de Nami.
Deixou a bicicleta presa em um poste qualquer e passou pela portaria cumprimentando o porteiro. Seguiu pelo elevador e apertou o botão de número do andar de Nami. EunWoo recostou na parede do elevador fechando os olhos com força e gemendo pelas áreas doloridas em sua face, correu as mãos pelos cabelos buscando palavras para dizer à ela e tentando se preparar para o que viria em seguida.
Ele caminhou pelo corredor respirando fundo e afundando as mãos com as juntas arroxeadas nos bolsos fronteiros. Abaixou a cabeça assim que parou enfrente à porta de coloração rosé e tomou coragem apertando a campainha.
Ouviu passos lentos sobre o tablado do apartamento e engoliu seco. Como ela reagiria? Ela o queria ali ou não? Ele fez certo em vir? A cabeça de EunWoo doía, mas não era só por culpa dos machucados.
Então, ele viu a porta se abrir e a figura de Nami encara-lo. Ela vestia um grande moletom cinza e meias de bolinhas azul marinho e vermelha. O cabelo estava bagunçado e a expressão facial denunciava o choro ocorrente por noites e noites seguintes, olheiras sob seus olhos, os lábios vermelhos assim como os olhos e as orbes baixas.
Nami não deu chance nem para que EunWoo se explicasse, ela rapidamente envolveu o corpo do garoto num abraço deitando a testa sobre seu ombro e fechando os olhos.
— Me perdoe, eu não queria que ele te machucasse...
EunWoo sentiu o coração da menina bater forte contra seu peito, ele sentiu o medo e arrependimento dela evidentes. Ele entrelaçou os dedos nos cabelos dela e fechou os olhos.
— Não importa, eu faria de novo se fosse necessário...
Eles se afastaram e ela secou as lágrimas que escorriam pelas suas bochechas, fechou a porta e desviou o olhar para o chão, tentando não olhar para aquela face angelical ferida. Ela sentia a dor dele, a dor de seus machucados, e pior, sentia o peso da culpa em suas costas.
— Ele te machucou? O que aconteceu ontem?
EunWoo foi direto ao ponto fazendo Nami forçar o maxilar e respirar fundo. Ela não queria preocupa-lo, era o mínimo que podia fazer por ele. Nami não queria envolver EunWoo naquilo, ele faria uma loucura, e,a tinha certeza disso, uma loucura cuja qual ele acabaria machucado ou pior...
— Não, ele me deixou em casa.
Ela se sentou ao lado do garoto em seu sofá.
— Nami...
EunWoo não conseguia engolir aquela frase, não fazia sentido em sua cabeça. Se Leo tivesse a deixado em casa, por que ela não voltou para ver EunWoo? E por que Leo a deixaria em casa? Ele tainha Nami em sua mão e podia fazer o que quiser. Para EunWoo, não havia mentira mais falsa que aquela.
— É sério. Ele não fez nada.
— Nami, você precisa me contar a verdade, se Leo te tocou, se ele te machucou, eu-
— Não, você nada, você não vai fazer nada e ele não me tocou.
Nami se levantou do sofá sentindo um nó se formar em sua garganta. EunWoo se levantou em seguida sendo controlado pelo impulso e pegando no pulso de Nami, não se contendo e a abraçando por trás. Ela soluçou baixinho causando em EunWoo uma dor em seu coração, ela estava tão acanhada. Era óbvio que aquele filho da puta havia tocado nela, ela... ela está com medo.
Ela se sentia segura nos braços de EunWoo, mas naquele momento ele corria perigo junto dela, e aquilo a fazia pensar na possibilidade de perdê-lo e isso a deixava mais amedrontada ainda. Ela não podia perdê-lo.
— Está com medo...
Ele falou depositando um beijo em seu ombro e repousando a testa sobre o mesmo em seguida.
— Sim, estou! - Nami se afastou virando-se de frente para ele. — Estou com medo de que você se envolva nisso!
Sua voz falhava por culpa do choro e dos sentimentos angustiantes que ali se acomodavam. EunWoo viu aquela cena e sentiu seu coração se partir, ela sempre colocava os outros na frente de si mesmo, ela sempre colocava ele na frente dela.
— Eu não deveria estar? EunWoo você é tudo o que eu tenho, tudo o que Leo não tirou de mim! - Ela cobriu o rosto escondendo as lágrimas de EunWoo. — Eu não posso deixar que ele me tire de você...
EunWoo correu e a abraçou, talvez fosse melhor calar-se naquele momento, deixá-la ali chorando e sofrendo em seus braços. Ele não sabia e se coração batia rápido de mais para dizer-lhe alguma coisa.
Ele finalmente havia visto pelo lado dela, ela se preocupava com ele, não conseguiria ver Leo o ferindo outra vez, mas por outro lado, não suportava a a ideia de não fazer nada em relação ao acontecido da noite passada. Só de pensar nos gritos dela e nas mãos sujas daquele homem no corpo da sua Nami, EunWoo sentia o sangue efervescer dentro de seu corpo.
EunWoo estava em uma sinuca de bico. Queria protegê-la, queria enfrentar Leo, fazê-lo sangrar como o bastardo que ele é, mas ela não queria que ele se envolvesse, não queria mais sangue dele nas ruas, não queria arriscar perdê-lo.
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NAMI 》 Cha EunWoo
FanfictionEunWoo é um garoto de 18 anos apaixonado pela melhor amiga de sua irmã, Nami de 21. A noite em que ele entra em uma festa e acaba com os lábios sobre os dela nunca será esquecida. Ambos começam a se envolver, Nami ainda um pouco hesitante sobre o qu...