- Fifteenth

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Ele acordou numa cama de hospital e ela numa cama de motel.

EunWoo abriu os os olhos sentindo uma luz incomodar seus olhos e no mesmo momento sentiu uma dor lancinante em sua cabeça levando a mão até a mesma e fechando os olhos sentindo o latejar ali.

Viu que a mão direita, presa à alguns fios ligados aparelhos médicos, tinha algumas feridas nas juntas dos dedos e deixou a cabeça cair pra trás na maca, lembrando da noite passada. Eu não consegui, eu não consegui. Ele se condenava por não ter salvado Nami.

A porta do quarto em que estava se abriu revelando a imagem da mãe e da irmã ambas preocupadas com o estado do garoto.

— EunWoo, você acordou! Oh meu Deus. - A mãe apressou o passo até o filho deitado na maca e abraçou-o com cuidado para que não tocasse em nenhum de seus machucados.

— Woo, o que aconteceu com você? - EunHa pegou a mão esquerda do garoto beijando-a com carinho.

— Como eu vim parar aqui? - Ele perguntou piscando lentamente afim de ver melhor o local do que apenas borrões.

— Recebemos uma ligação do hospital dizendo que você estava aqui, alguém ligou e chamou a emergência quando viu você desacordado em um dos becos da cidade. - EunHa explicou, pois a mãe mal conseguia falar pelas lágrimas que escorriam pelas suas bochechas.

— Quem fez isso com você, meu filho? - A mãe perguntou quase que de imediato fazendo EunWoo abaixar a cabeça.

Ele não podia contar, se contasse a polícia iria atrás de Leo, e Nami sofreria mais ainda na não mão daquele homem. Não, não por enquanto.

— Alguns caras bêbados, eles mexeram com a Nami quando estávamos voltando para casa.

A mãe correu as mãos pelos cabelos tentando processar a informação enquanto EunHa erguia uma sobrancelha para o irmão, confusa.

— Nami? Namibia? Minha amiga? - A irmã perguntou estranhando, EunWoo assentiu de cabeça baixa. — Vocês estão saindo?!

— EunHa isso não é hora! - A mãe repreendeu a indignação da filha fazendo-a cruzar os braços. — O que aconteceu com ela? O hospital disse que não foi ela quem ligou...

EunWoo fechou os olhos com força. Como ele iria encobrir aquilo? Se aquela mentira tivesse realmente acontecido ela estaria com ele ali, mas não estava.

— EunWoo... por favor, diga a verdade, o que realmente aconteceu ontem?

EunWoo engoliu seco, eu não posso dizer. EunHa cerrou o cenho.

— O que aconteceu com a minha amiga, EunWoo?!

Foi naquele momento que a porta se abriu mostrando a figura alta do médico, chamando a atenção dos três presentes no quarto. O homem vestindo um jaleco branco e segurando uma prancheta se aproximou da maca de EunWoo.

— Bom dia, EunWoo. - Ele sorriu fechado e olhou para as mulheres. — Senhoras, é melhor vocês deixarem EunWoo descansar, quando ele estiver melhor, responde às suas perguntas, tudo bem?

As duas suspiraram, mas assentiram às ordens do medico.

— Por que não esperam ali fora? Vou fazer um exame rápido em EunWoo e fazer algumas perguntas. Será rápido, eu prometo.

— Tudo bem, doutor. - A mãe se pronunciou pegando no pulso da filha e levando-a para fora do quarto fechando a porta atrás de suas costas.

EunWoo olhou para o rosto do homem e respirou fundo.

— Prazer, EunWoo, me chamo KyuHyun.

— O mesmo, doutor.

O homem puxou uma cadeira de rodinhas para perto da maca e se sentou sobre ela tirando uma caneta do bolso do jaleco. Então, começou a fazer perguntas ao garoto, anotando todas as suas respostas na prancheta.

— Então, rapaz, me diga como você conseguiu esses machucados.

— Briga de rua.

— Você não parece encrenqueiro, isso acontece frequentemente?

— Não... não muito.

EunWoo nunca entrara realmente numa briga com alguém, só no nono ano quando Max havia provocado-o tanto a ponto de fazê-lo dar-lhe um chute de Taekwondo no rosto. As mães foram chamadas no colégio e foi uma confusão só, o que resultou na retirada o filho das aulas de taekwondo que tinha com o avô. Desde então, EunWoo não vê a cor de sangue em suas mãos.

— Como está se sentindo? Dores localizadas, internas?

— Meu corpo todo dói, mas não acho que eu tenha quebrado alguma coisa.

— Hm, certo. - O doutor se levantou e deixou a prancheta sobre a cadeira colocando o estetoscópio e se sodomizado de EunWoo com o aparato.

KyuHyun abaixou o lençol que cobria o corpo de EunWoo até a altura da cintura e pôs a pequena superfície prateada e gelada sobre o peitoral do garoto. Foi quando EunWoo viu os hematomas roxos em seu corpo, por ser muito branco todos estavam muito visíveis o que os tornava piores ainda.

EunWoo só queria encontrar Nami, ele temia que aquele homem tivesse feito algo com ela, o que era certo de ter acontecido. No entanto, EunWoo tentava se convencer do contrário. Ele não fez isso com ela, ele não a tocou, por favor, meu Deus, me diz que ele não fez aquilo com ela...

O exame, que consistia em um um check-up geral, demorou mais alguns minutos. Foi quando KyuHyun disse que EunWoo devia descansar e que até o final do dia lhe recomendaria os remédios adequados, acrescentou que EunWoo receberia alta um pouco antes do anoitecer.

EunWoo estava em parte aliviado por não ter de olhar para aquele mesmo quarto de hospital, mas ainda sim pensava em Nami, e isso o preocupava mais que qualquer outra coisa.

• • •

Nami abriu os olhos sentindo alguns raios de sol incomodando suas pálpebras, olhou envolta e não viu a presença de Leo sentindo um alívio correr pelo seu corpo. Ela estava no quarto de algum motel perto da cidade, enrolada nos lençóis, acanhada, dolorida e machucada.

Ela ergueu o lençol e viu seu corpo desprovido de ua,quer peça de roupa, sentiu vontade de chorar novamente. Cobriu o rosto completamente envergonhada de si mesma, lembrando das cenas da noite passada que nunca deixariam sua cabeça, nem que ela tentasse esquecer.

Duas lágrimas pesadas escorriam pela lateral da sua bochecha, até que então, ela se lembrou de EunWoo. Foi quando duas lágrimas se tornaram uma choradeira sem fim. Leo era tão cruel, como ele podia ter feito aquilo com EunWoo? Ela se lembrava do sangue no rosto do garoto e gritava contra a palma de suas mãos

Seu corpo doía, seus pulsos ardiam, seus braços, suas coxas, a área entre elas... mas nenhuma dessas dores se comparava àquela que Nami sentia ao lembrar de EunWoo sendo torturado noite passada, naquele beco.

Por favor, esteja bem. EunWoo e Nami pensaram em uníssono.

NAMI 》 Cha EunWooOnde histórias criam vida. Descubra agora