O que fazer quando seu mundo vira do avesso?
Quando você descobre que todas as certezas da sua vida, não passam de mentiras?
E quando a verdade é a única coisa que você nunca acreditou, sempre achou impossível?
Meu nome é Trian, num dia eu era um...
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Acelerei a moto, sabia que a Aurora ficaria louca comigo por ter pego sua moto, mas eu não conseguia mais ficar ali! E quem mandou que ela me ensinasse a pilota-la?
Não sei por quanto tempo eu pilotei, só sabia que ainda estava escuro, mas tanto fazia, eu não enxergava mais nada na minha frente, minha dor ficou sob controle por todo esse tempo, agora eu não aguentava mais, estava me rasgando o peito.
Quando dei por mim, estava na praia. Na mesma praia que Alec me treinava, na mesma praia que passei quase todas as madrugada que estivemos juntos, a mesma praia que ficava tão perto do nosso apartamento. . .
Me sentei na areia e fiquei observando o mar, por que isso tinha nos acontecido? Por que eu não podia tê-lo comigo?
Eu amava demais Aurora e Trian, eles cuidavam de mim, tentavam me animar, me prometiam que daríamos um jeito, que faríamos a memória dele voltar, que ele voltaria a estar do meu lado. . . mas quando eu os via junto, me dava uma pontada de dor e inveja, um sentimento que eu detestava tanto e sentia vergonha por tê-lo, eu já o empurrava para baixo assim que surgia.
Não me entenda mal, eu ficava feliz por eles, eles se amavam, depois se tudo o que passaram, mereciam ser felizes. Mas não eu não conseguia deixar de sentir aquela dor por não poder ter essa mesma sorte. Era a mesma coisa que eu sentia quando via Raquel e Damien, Lyn e Matheus, até mesmo Li e Bennett. Será que Li não percebia que Bennett era loucamente apaixonado e faria tudo por ela? Era por isso que eu brigava com Edgar, ele amava Debby, tinha a chance de ser feliz ao lado dela, mas ficava de graça. . . Idiota!
— Vamos, mais alto! Mire na cabeça — ele me dizia.
— Eu to tentando — eu disse rindo.
— Tente mais!— ele se fingiu de sério, mas ria também, eu mostrei a língua pra ele. Alec nos derrubou no chão e me prendeu com o seu corpo, eu ria sem parar — Sabe o que dizem sobre quem mostra a língua?
— O que? — me fiz de desentendida.
— Que quer beijo — seu rosto estava centímetros do meu.
— E não é que é verdade? — eu ri e ele me beijou, como eu amava seu beijo. . .
Acordei dos meus devaneios, eu estava ficando louca, completamente louca. Já tinha ouvido falar que a dor enlouquece, tira a sanidade, mas nunca levei fé nisso. Agora mesmo, eu podia jurar que estava sentido o cheiro dele, sua presença.
— Julia. . . — olhei para o lado, Alec vinha na minha direção, me levantei o olhando assustada, minha loucura tinha atingido novos níveis, normalmente eu precisava estar dormindo para vê-lo, mas agora eu podia vê-lo na minha frente, era quase real!
