Mestizo

Capítulo 28

** Pra quem lê MARCADOS, não tem nada a ver um com o outro. Depois vocês vão entender**

-- Tudo bem? -- perguntei para Aurora, ela parecia muito pensativa, um pouco desligada.
-- Sim, claro -- ela respondeu, sem de fato me olhar.
-- Vida, o que foi? -- eu insisti, mas ela desviou, indo se deitar -- Aurora! -- eu a puxei antes que ela se deitasse, a prendendo a mim -- O que foi?
-- Você bebeu sangue da Júlia! -- ela explodiu.
Eu sabia que isso ia dar problema, até achei estranho que ela não tivesse surtando antes. Pelo menos esperou estarmos sozinhos no nosso quarto.
-- Vida, eu sei, mas eu não senti nada.
-- Trian, você sabe muito bem como fica quando bebe o meu sangue ou como a Júlia fica quando bebe o sangue do Alec -- ela desviou o olhar.
-- Aurora -- segurei o seu rosto, a fazendo me encarar -- eu bebi o sangue da Júlia, o suficiente para me recuperar, mas eu não senti nada. Foi como beber água depois de uma corrida, apenas matou a minha sede. Não houve nem resquício de desejo ou qualquer coisa relacionada a isso!
-- Você não entendeu! -- ela me empurrou -- Eu não estou me importando se "houve desejo" ou não, eu sei que não. Se tivesse tido qualquer coisa assim, Alec e eu teríamos sentido assim que entramos naquele porão! -- ela andava pelo quarto -- É outra coisa!
-- O que? Aurora, me responde, o que foi?
-- Ela fez por você o que eu nunca consegui fazer! -- ela quase gritou, sentando na cama, segurando as lágrimas -- Você bebeu o sangue dela, não só recuperou todas as suas forças, você andou no meio de sangue de vampiro, os viu perderem a cabeça, literalmente, e não aconteceu nada! Nenhuma reação!
Eu demorei alguns segundos para voltar a mim, quando percebi, Aurora estava escondendo o rosto com as mãos. Me sentei do lado dela, a puxando para os meus braços.
-- Aurora, isso não tem nada a ver com quem a Júlia é, mas sim com o dom dela -- minha loira me olhou sem entender, então eu acariciei seu rosto -- Júlia tem o dom da Força Vital. O sangue dela realmente me faz forte, me impediu de ter crises de ira, porque é isso o que ele faz. Mas é totalmente diferente de quando eu bebo o seu sangue.
-- Como?
-- Beber o sangue da Júlia foi como tomar uma grande lata do melhor enérgico, me deu forças e me manteve alerta. Eu consegui fazer tudo o que precisava e ainda me sobrou um pouco de disposição. Mas o seu sangue é como ter adrenalina injetada direto nas minhas veias, me de a sensação que eu posso fazer qualquer coisa, me dá liberdade e uma força que eu nunca sonhei em ter -- não acredito que eu estava tendo que explicar para a minha namorada as diferenças entre beber o sangue dela ou da melhor amiga dela -- Aurora, eu não sei o que te fez pensar essas coisas, mas nunca duvide do que sinto por você!
-- Eu não dúvido, é só que. . . Balthazar falou umas coisas. . .
-- Balthazar? Jura, Balthazar? -- perguntei revoltado --Aurora você nunca escuta ninguém, qualquer coisa que qualquer um de nós fala, você simplesmente ignora, e você foi ouvir justo Balthazar?
-- Não é bem assim -- ela cruzou os braços, como uma criança birrenta, o que me fez sorrir.
-- Vida -- eu voltei a abraça-la -- não importa o que Balthazar tenha te dito, tudo o que ele quis é te deixar assim. Júlia e eu somos muito parecidos, você e Alec também, mas é por isso que fazemos casais perfeitos, nos completamos. Você e eu formamos uma dupla incrível, porque nos amamos, nos respeitamos, conhecemos e confiamos no outro. Aurora, você é minha alma gêmea!
-- Eu te amo, muito mesmo -- ela me abraçou apertado -- mas é que me lembrei das nossas mães, elas tinham almas gêmeas, mas não ficaram com elas. Isso quer dizer que não existe uma regra, mesmo sendo sua alma gêmea, não quer dizer que você precisa, realmente, ficar comigo.
-- É isso o que te preocupa? -- ela tentou desviar o olhar, mas segurei seu rosto -- Vida, isso não me preocupou, aliás, tudo isso só me deu mais certeza do meu amor por você. Não estamos juntos só porque somos almas gêmeas, estamos juntos porque escolhemos estar juntos.
Aurora ficou alguns segundos quieta, me encarando, assimilando as minhas palavras. Então ela sorriu, me abraçando forte e me beijando.
As próximas coisas de que me lembro, foram se nós dois rolando pela cama, roupas sendo arrancadas do corpo (talvez algumas rasgadas) e nós nos amando. . . várias vezes. . .