Capítulo 25

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-- Elas sempre foram assim? -- Alec me perguntou

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-- Elas sempre foram assim? -- Alec me perguntou.
-- Aurora e Júlia? Se eu te falar que elas se odiaram no começo, você acredita? -- eu perguntei e ele pareceu incrédulo -- Sério, primeira vez que se viram, quase se mataram.
-- Pôr que?
-- Porque Aurora é muito ciumenta.
-- Ela tinha ciúmes da Júlia? Por que?
-- Por minha causa, porque Júlia e eu. . . -- Opa!
-- Você e Júlia. . . -- ele me incentivou a continuar, já com um olhar desconfiado. Engoli em seco, justo agora que estávamos voltando a ser amigos?
-- Já nos conhecíamos, fomos. . . Amigos na infância.
-- Amigos?
-- Sim, muito amigos. Bem próximos, eu diria, mas acabamos perdendo o contato -- eu menti? Não! -- Então quando nos reencontramos, minha loirinha não lidou muito bem.
-- Eu já estava. . . Com ela? -- ele perguntou hesitante.
-- Você esteve com a Júlia desde o início, desde a noite em que ela foi mordida, até o momento em que ela foi levada. Quando nos encontramos, a guerra já tinha começado, já estavam nos caçando, eu só não sabia que o outro vampiro que procuravam era ela. Nós quatro estamos juntos desde então, foi quando nós nos tornamos amigos e elas ficaram inseparáveis.
-- Parece um pouco irreal para mim. Ainda é difícil acreditar em tudo isso.
-- Tudo bem, não precisa forçar a sua memória -- eu falei colocando minha mão em seu ombro -- você está aqui agora, sabe que faríamos de tudo por você, assim como você fez por nós. E quer saber? Já aconteceu tanta merda, que quase te invejo por não lembrar. Acredite, tem gente aqui que agradece todos os dias por você ter perdido a memória.
-- Como quem? -- ele sorriu de canto.
-- E aí? Qual é a boa? -- Damien perguntou entrando e se jogando na pilha de colchonetes próxima a nós.
-- Falando no diabo -- resmunguei -- Sabe Damien, Alec e eu estávamos conversando sobre como tem gente que está feliz por ele não lembrar de nada e não poder cobrar dívidas antigas.
-- Ow, vamos com calma aí -- Damien se sentou na hora, levantando os braços em rendição -- só quero te lembrar Alec, que não importa o que o príncipe tenha te contado, em grau de parentesco, nós dois ainda somos mais próximos. Somos família.
-- Então é verdade? -- Alec estreitou os olhos.
-- Sabe que o conceito de verdade é relativo, o que podemos levar em conta como verdadeiro? O que é verdade para mim, pode não ser para você, afinal a verdade está ligada às nossas crenças e acreditamos em coisas diferentes.
Alec e eu explodimos em risadas, quando Damien entendeu que estávamos brincando com a cara dele, deu um sorriso malicioso.
-- Ok, me pegaram. Deve ter sido muita engraçada minha cara, mas nem fazia sentido Alec ficar bravo comigo, quem transou com a Júlia foi você, não é Príncipe?
FILHO DA PUTA!!!
-- Como assim? -- Alec me perguntou de um jeito perigoso.
-- Não foi bem assim -- eu tentei me explicar -- foi há muito tempo mesmo, éramos adolescentes!
-- Não é mais tão engraçado, não é Príncipe? -- Damien me provocou.
-- Júlia já te contou da noite em que ela foi transformada? -- perguntei para Alec, que me olhava ainda como se fosse arrancar minha cabeça do corpo. O sorriso de Damien morreu -- Foi Damien que a mordeu, de primeira ele "só ia mata-la", mas como ela era diferente, ele resolveu transformá-la e levá-la para ele, só que você interferiu. Aliás, eles só não transaram, porque ela acordou do Encantamento, o que faz a situação dele ser muito pior que a minha, se quer a minha opinião. Então, depois de você interferir e levá-la com você, ele ainda a perseguiu. Só desistiu porque todos nós nos encontramos na boate da Irmandade, foi uma noite muito louca, houve uma grande confusão, matamos vários vampiros da guarda…
-- Você quase a matou -- Damien interrompeu.
-- Devia ter matado você. Voltando, Liam que falou para Damien seguir em frente e ele parou de encher o saco, foi quando encontrou a Raquel, que foi a maior coincidência de todas.
-- Talvez seja o destino que goste de mim e deu um jeito que eu encontrasse o amor em forma de garantia de vida -- Damien ponderou.
-- Então -- Alec disse numa voz nem um pouco amistosa -- vocês dois já. . . Já. . . Coma mi. . . Júlia?
Ele bufafa de raiva, o que não era bom.
-- Debby -- eu quase gritei.
-- Sim, Debby! Boa príncipe! -- Damien me deu um "jóia".
-- O que tem ela? -- Alec perguntou confuso.
-- Eu posso ter tido um quase namoro com a Júlia e sei lá como se chama o que ela e Damien tiveram, mas eu não te conhecia e ainda não havia nenhum tipo de sentimento ou envolvimento entre vocês em ambos os casos.
-- E daí?
-- E daí que quando você é a Debby tiveram um caso por anos, décadas, você sabia que ela tinha tido algo com Edgar, que até então era seu melhor amigo. Pior, você sabia que Edgar tinha sentimentos por ela. Quem é o pior agora? -- eu perguntei.
-- Ooooooowwwwww - Damien fez o efeito sonoro imitando um rapper.
Alec ficou me olhando, provavelmente tentando se decidir se acreditava em mim ou me partia ao meio.
-- Eu fiz o que? -- ele perguntou, um pouco mais calmo.
-- Você e a Debby foram amigos com benefícios por muitos anos. Eu não sei direito a história, mas você sabia que o Edgar sempre gostou dela, você que me disse isso.
-- Você está dizendo que cada um aqui já se envolveu com a companheira de outro e ninguém se importa? -- ele perguntou entre o confuso e revoltado.
-- Opa, não foram todas -- Damien interferiu -- a minha sempre foi uma santa! -- eu olhei para ele acreditar. Santa?
-- Damien, eu cresci com a Raquel, posso te assegurar​que santa, ela nunca foi.
-- Shiu. O que os olhos não vêem, o coração não sente. Me deixe na minha ilusão!
-- Você quer julga-la por ter um passado? Você? -- eu questionei revoltado.
-- Não tô julgando, nós até conversamos sobre isso e ela aprendeu umas coisas bem legais por aí, mas sou um vampiro. Vampiros são passionais, você sabe. Se ficarmos falando em nomes, eu posso ter acabando uma vontade de persegui-los e rasgar suas gargantas. Ela se envolveu com alguns caras que não valem nada.
-- Alguns hábitos não mudam -- revirei os olhos.
-- Vocês são estranhos -- Alec disse -- não tem lógica nenhuma ter ciúmes de algo do passado.
Damien e eu viramos a cabeça tão rápido para olha-lo, que parecemos a garota do Exorcista.
-- Você, Alec o Primeiro Tenente do Céu, quer Nos julgar por ciúmes? -- eu perguntei lentamente.
-- Eu nunca tive ciúmes! -- ele disse revoltado.
Dessa vez foi Damien que me acompanhou na risada, choramos até escorreram lágrimas dos nossos olhos.
Mas nosso momento de descontração acabou com Liam entrando sério.
-- Trian, precisamos conversar.

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