Lute contra o império do medo
Cedo ou tarde eles tentaram te convencer que isso é errado
Mas tenho certeza...
Nós estamos certosAnjos rastejantes e demônios se disfarçaram
A verdade você não sabe então tente estar certo
Quando seus anjos e demônios se levantarem
Encare a verdade: Deus não é amor!
Sinta como se a vida fluísse
O amor é um arco-íris
Do mesmo jeito que isso parece ser real
Tudo isso está em sua mente-- Eu não confio neles -- Alec resmungou.
-- Nem eu -- Aurora respondeu, vendo o carro que levava Trian e Júlia se afastar -- Vem comigo, eu tenho um plano.
Aurora saiu pela lateral rumando para a garagem.
-- Você não vão no carro conosco? -- Edgar os chamou.
-- Não mesmo! -- Aurora gritou em resposta.
Ao longe Edgar, Damien, Rodolfo, Matheus e Lestad entraram no carro e partiram atrás de Júlia e Trian. Aurora e Alec correram até garagem pegando duas motos.
-- Vamos precisar disso -- Aurora falou pegando uma grande bolsa de couro que continha duas espadas -- Lembra como pilota? -- ela perguntou para ele antes de colocar o capacete.
-- Não tenha dúvidas -- ele ligou a moto -- vamos por fora da estrada?
-- Óbvio.
Eles seguiram os carros de longe, nunca na rodovia, sempre pelas laterais, pegando estradas de terra e seguindo por entre as árvores, quando foi necessário.
A casa era murada e cheia de segurança, nada que realmente impedisse Alec e Aurora. O carro com Edgar e os outros ficou no portão, Alec e Aurora circularam os muros, sempre mantendo uma distância segura.
-- Aqui -- Aurora mostrou o ponto cego no muro, onde a vigilância não alcançava, as motos tinham ficado escondidas entre as moitas.
Eles escalaram uma árvore, ficando agachados sobre as folhas, observando a movimentação.
-- Tem algo errado -- Alec falou sério, observando.
-- Tudo está errado nisso, mas do que você está falando especificamente? -- Aurora perguntou.
-- Veja -- ele apontou para a casa -- eles estão sendo mantidos no centro da casa, longe de qualquer saída.
-- As janelas e portas são reforçadas -- Aurora observou -- eles escolheram esse lugar porque precisavam ter certeza que eles não escapariam.
-- Percebeu que a casa tem um porão? -- Alec apontou para a fundação da casa.
-- Calabouço? -- Aurora se arrepiou, ela tinha péssimas memórias de calabouços e masmorras, ela nunca se perdoaria se Trian ou Júlia passassem por um décimo do que ela passou.
-- Temos que tira-los daí! -- Alec disse decidido.
-- Ainda não -- Aurora segurou seu braço -- Se tirarmos eles de lá antes que a Júlia descubra a verdade sobre a tal Profecia, ela nunca vai nos perdoar.
-- Vamos arriscar a vida deles nisso? -- ele perguntou revoltado.
-- A própria Júlia fez essa escolha, isso é uma das coisas mais importantes para ela.
-- O que é tão importante a ponto de valer a vida dela?
-- Porque fala de você e você é a coisa mais importante para a Júlia --Aurora falou séria -- Quando você caiu, uma das coisas mais importantes era descobrir porque você caiu, ela jurou que ia te ajudar. Depois descobrimos que isso estava ligada a ela, se tornou uma obsessão.
-- Tudo isso é por mim? -- ele perguntou surpreso. Ele odiava não lembrar, odiava não saber, odiava estar confuso com seus sentimentos, odiava tudo aquilo. Era tão estranha essa necessidade que sentia por Júlia, era uma necessidade de ficar perto dela e suas estranhas se reviraram só de pensar que algo pudesse acontecer com ela. Tudo isso era tão fora do seu mundo, não era o natural para um anjo se sentir assim, mas ele não podia evitar.
-- Está acontecendo algo -- Aurora falou.
Havia uma movimentação estranha na casa, eles podiam observar pela janela, algum tipo de correria.
-- Trian -- Aurora murmurou, ela podia sentir que havia algo errado, ela sentia que ele não estava bem -- ele está ferido.
-- Merda! -- Alec exclamou -- Anjos!
O barulho era inconfundível, anjos se aproximavam.
-- Filha da puta! Aquela vaca dos infernos! -- cuspia as palavras. Um estrondo foi ouvido, o vidro de um sala se trincou.
-- Veja -- no portão, vampiros atacavam o carro de Edgar, atiravam nele com armas, Rodolfo, Damien e Lestad devolveram os tiros. Também tinha se tornado um campo de batalha.
-- Júlia -- Alec e Aurora, ela estava ferida, os dois podiam sentir -- Eu distraio eles.
-- Eu abro o caminho -- Alec completou.
Como se sempre tivessem feito isso, totalmente em sincronia, Aurora desenrolou as espadas e jogou uma para cima, sem olhar, Alec a pegou no ar e pulou para dentro da propriedade. Aurora pegou a sua e correu pelo muro.
Ela cortou todas as câmeras de vigilância, em golpes rápidos e certeiros. Dois vampiros ficavam numa plataforma em cima do muro, armados e observando tudo, o primeiro nem soube o que o atingiu, apenas perdeu a arma e a cabeça.
O segundo tentou reagir, ele atirava rápido, mas sua movimentação de corpo não era tão boa. Como de dançasse um balé aéreo, os golpes de Aurora o jogaram direto no capô do carro de Edgar, chamando a atenção de todos.
-- Ei seus filhos da puta -- ela gritou para os vampiros que atiravam nos seus amigos -- um presentinho!
Então atirou a cabeça do outro vampiro, acertando um dos armados. Ela aproveitou o segundo de surpresa para atirar neles, Lestad, Damien e Rodolfo também não deixaram passar o momento.
Uma moto em alta velocidade surgiu, atrás dela mais motos e carros. Aurora sorriu, ela sabia quem era.
-- Vai -- Liam falou ao tirar o capacete.
Aurora sorriu e concordou. Ela correu por cima do muro, ouvindo toda a confusão, viu quando anjos soldados saíram pela porta principal, por mais que quisesse voltar e matar alguns deles.
Alec, depois que pulou do muro, correu pelo terreno. Conseguiu encontrar uma porta, ela estava trancada, mas isso não era problema. Sua raiva era tanta que um chute foi o suficiente para arromba-la. Era uma cozinha, ele sentiu vontade de revirar os olhos, que vampiros tem cozinha?
Se lembrando do que tinha observado pelo lado de fora, a sala de vigilância deveria ser alguma das portas a sua esquerda, naquele mesmo estreito corredor. Dois vampiros apareceram, essa briga nem teria graça, os dois já apresentavam algum tipo de ferimento, Alec sorriu pensando que sua menina podia ter feito aquilo com eles.
Eles empunhavam cacetetes, nenhum risco. A briga, se é que podia ser chamada assim, foi rápida. Dois vampiros no chão, sangue, provalvemente um deles morto.
Alec ouvia uma movimentação na casa, conversas, gritos.
-- Júlia! -- ele tinha certeza que a tinha ouvido, seu impulso era ir até lá e matar todos. Mas, aparentemente, aquele bando em que ele tinha se metido, achava que trabalho em equipe era importante. Ele tinha dito para Aurora, a loira com cara de psicopata (mas ele gostava do estilo dela) que abriria o caminho.
Ele chutou duas portas, até que na terceira, finalmente, chegou na sala de vigilância. O vampiro que estava lá se virou armado, mas empalideceu e ficou sem reação quando o viu ali.
-- A… Alec?
-- Eu te conheço? -- ele perguntou, mas o vampiro negou com a cabeça -- Então já ouviu falar de mim? -- o vampiro confirmou -- Sabe que eu nunca falho, não me importo de matar e não tenho paciência nenhuma? -- Então vai sair daqui antes que eu também te mate, não é? -- o vampiro, de olhos arregalados, concordou freneticamente e saiu correndo.
Alec parou em frente a todos os monitores, ele não tinha a visão do lugar para onde levaram Júlia e Trian, mas conseguiu visualizar o caminho. Depois disso, conseguiu desativar todo o sistema de segurança, abrindo os portões e destravando todas as portas. Correndo pela casa, pode ouvir o barulho da invasão que acontecia.
-- Você ia mesmo se divertir sem mim? -- Aurora perguntou encontrando com ele no corredor.
-- Foi mais forte que eu -- ele deu de ombros.
-- Para onde estamos indo?
-- Porão -- ao virarem o corredor, deram de cara com Balthazar, Cori, Rebeca e Renne -- Isso fica cada vez melhor!
-- Sério que você não lembra da Júlia? Você fala igual ela.
Aurora e Alec se preparam, o único perigo real ali era Cori e Balthazar, Rebeca e Renne eram apenas incômodos.
-- Ora, ora -- Balthazar falou -- acabei de falar de você Alec -- olhos de Balthazar brilhavam de perigo, ele sorria com aquilo. O arcanjo mediu Alec de cima a baixo, ele conseguia sentir o ódio emanando. Ele precisava de Alec de volta, precisava ter o controle sobre o anjo. Já que ele não podia ter o poder desse anjo, o teria sobre seu controle.
-- Sem suas conversinhas, onde estão Trian e Júlia? -- Aurora rosnou. Ela queria tanto poder cumprir sua promessa agora, mas precisava salva-los antes.
-- Nesse momento, seu namorado já deve te-la matado! -- Balthazar se divertiu vendo a expressão de Alec, era sério, pronto para atacar, mas imaginar que Júlia estivesse ferida, o machucava.
Ele gostava muito de machucar Alec.
-- Não seja burro, Trian nunca faria nada contra Júlia -- Aurora devolveu.
-- Porque ele a ama, muito mais do que ama você -- Balthazar respondeu -- ele cuida dela, sempre esteve com ela. Ela está na vida dele muito antes de você, vampirinha. Júlia é como ele, ela o entende, ela é doce e calma. Vocês dois são violentos, impulsivos e. . .
-- E as almas gêmeas deles, imbecil -- Aurora cortou a fala acertando sua espada no rosto de Balthazar, um corte que foi do olho direito, até os lábios, fazendo um grande corte na cara perfeita do arcanjo -- Não somos iguais eles, porque somos o que eles precisam!
-- Você vai pagar por isso! -- Balthazar estava furioso, como aquela vampira imunda teve essa ousadia?
-- Vem então, passarinho -- Aurora segurou a espada com as duas mãos, se preparando para atacar, não seria hoje que o mataria, mas Balthazar sairia muito ferido.
Cori e Rebeca foram para cima, Alec chutou Rebeca e entrou na frente de Cori.
-- Eu não queria brigar com você -- Cori disse.
-- Desde que acordei, eu sinto raiva de você. Eu não sei porque, mas faz tempo que quero te socar -- Alec disse, socando Cori.
-- É porque você é ciumento e eu salvei sua namorada, quando você não pode, além dela ter me mordido -- ele zombou.
-- Vocês disseram que ela tinha te atacado! -- Alec atacou Cori com raiva, ele tinha acreditado neles. Tinha achado que Júlia era má, ele tinha tentado feri-la. Pior, ele quis feri-la!
-- Balthazar precisava de você -- Cori sussurrou -- e ele vai tentar de novo. Cuidado!
-- Por que você está me falando isso? -- ele não confiava em Cori, não confiava em quase ninguém, ele só queria Júlia de volta.
-- Não é porque sirvo Balthazar que concordo com tudo o que ele faz.
-- Mas é cúmplice do mesmo jeito.
-- Alec, uma ajudadinha seria bom! -- Aurora gritou. Por mais que ela pudesse lidar com Rebeca e Balthazar, ela precisava se concentrar no que precisava fazer.
Alec chutou Cori, que na verdade se deixou levar o golpe sem objeção. Defendeu Aurora do ataque de Balthazar e puxou Rebeca.
-- Balthazar, quem te feriu aí? -- Aurora perguntou zombando, mas na verdade ela desconfiava, não pode deixar de sorrir.
-- Sua amiguinha, ela tem uma ilusão de que você vai me matar -- Balthazar riu dessa prepotência, nunca que um ser insignificante como aquela vampira conseguiria feri-lo.
-- Ela está certa, não hoje, mas farei -- ela respondeu, ela realmente iria fazer, mesmo que seja a última coisa que fizesse, irrita mata-lo.
-- Não tente -- Alec encostou a ponta da espada no pescoço de Renne. Alec sempre odiou seres covardes e patéticos como Renne, que não tinham coragem de atacar pela frente -- A casa já foi invadida e tomada pela Irmandade, vocês não tem como escapar, onde Júlia e Trian estão?
-- Júlia deve estar morta, Trian sem controle. Posso não te matar Alec, mas você… -- ele apontou para Aurora, que sorriu antecipando o que iria acontecer.
Tudo foi muito rápido, Alec tentou se aproximar para ajudar Aurora, mas ela foi muito rápida, deslizou pelo chão, passando por debaixo do braço de Balthazar, se virando rapidamente e cravando sua espada nas costas dele, num ponto exato, perto da omoplata, em um dos maiores pontos fracos de um ser angelical.
-- AAAAHHHHHHH -- Balthazar caiu no chão, suas costas enchendo de sangue, molhando o chão. Cori correu para ajudá-lo.
-- Onde estão? -- Alec segurou Rebeca pelo cabelo, a lâmina de sua espada no seu pescoço -- RESPONDA!
-- Aquela porta -- ele apontou.
Por mais que quisessem matar todos ali, Alec e Aurora sabiam que precisavam chegar até Júlia e Trian.
-- Trancada! Bosta! -- Aurora socou a porta.
-- Se afasta! -- Alec ordenou e chutou a porta tão forte, que a quebrou e pedaços caíram pelo chão.
Trian estava de pé, protegendo Júlia com o próprio corpo. Eles estavam completamente molhados e sujos de sangue.
-- Hora de ir -- Alec falou, pela primeira vez em horas, ele pode respirar, Júlia estava a sua frente.
-- Alec -- Júlia correu e se agarrou a ele, afundando seu rosto em seu pescoço. Ela precisava senti-lo, precisava saber que ele ainda estava ali com ela.
-- Estou aqui -- ele sussurrou de volta, a envolvendo em seus braços. Ele também precisava senti-la.
-- Como você está? -- Aurora perguntou para Trian.
-- Agora estou bem! -- ele disse a puxando e beijando levemente seus lábios.
-- Eu te amo, fiquei muito preocupada -- Aurora sussurrou.
-- Eu também te amo, obrigado por ter vindo -- Trian respondeu.
-- O que houve com vocês? -- Alec respondeu.
-- Longa história, vamos sair daqui primeiro, depois contamos.
-- Vamos -- Aurora disse animadamente -- meu pai trouxe a Irmandade para aqui, isso vai ficar muito divertido!******************************
Nesse bônus eu fiz um teste, acho que vocês nunca leram nada que eu tenha escrito em terceira pessoa, fazia tempo que eu não fazia isso. O que acharam?
***Selo Thay de Aprovação***
**Ignorem os erros, lembrem-se que eu escrevo pelo celular e existe uma coisa chamada "corretor automático", um negócio criado pelo capeta para tentar nos fazer passar humilhações...
Eu sinto falta dos comentários!!
Comentem tudo o que acharam, se gostaram, se querem me matar... Qualquer coisa!!
Quanto mais comentários, melhor!!!😘😘😘
💙⚓
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Mestizo
FantasíaO que fazer quando seu mundo vira do avesso? Quando você descobre que todas as certezas da sua vida, não passam de mentiras? E quando a verdade é a única coisa que você nunca acreditou, sempre achou impossível? Meu nome é Trian, num dia eu era um...