Um sonhador é aquele que só consegue encontrar seu caminho à luz do luar, e a sua punição é ver o amanhecer antes do resto do mundo.
— OSCAR WILD
Ele olha para o falso namorado que esta comendo ao seu lado e parece realmente mais relaxado do que uma hora antes quando chegou. Tomaz segura o riso e enfia uma garfada com um grande pedaço de almondega, ele mastiga devagar tentando espantar sua vontade de rir, aquilo tudo que estava acontecendo parecia patético de tão fácil que tinha sido. Coisas fáceis tendem a dar errado. Ele ouve no fundo da mente, mas logo fez questão de apagar a frase da memória.
Murilo era realmente parecido com Rafael e sua família tinha adorado o desconhecido. Até ele tinha adorado estar com aquele garoto. Era diferente, interessante e tinha um sotaque forte do interior que ele adorava.
Tomaz estava tentando pensar em qualquer outra coisa só para não pensar na mancada que Rafael havia feito. Ele não conseguia entender a razão do ex-namorado ter feito aquilo, era realmente muita maldade.
Ele espanta seus pensamentos quando ouve sua mãe puxar assunto com o garoto sentado ao seu lado.
— Rafael que você faz no Rio? — Pergunta Marta, mãe de Tomaz, mas a mulher fica no vácuo. — Rafael? — Ela chama de novo para que o menino o responda.
Murilo continua focado em comer e ignora totalmente a mulher que o chama.
Tomaz começa a se desesperar, o garoto se mexe inquieto em sua cadeira e deixa o garfo cair sobre a mesa fazendo um barulho alto, o colega ao seu lado ignora totalmente. "Não, não e não. Você não vai estragar tudo agora, cuzão!" O plano não poderia ir por água a abaixo logo agora que estava indo bem. Quando se dá conta Tomaz já chutou a perna do colega.
Murilo se assusta e olha pra ele.
Ele sorri para Murilo e indica a mãe com a cabeça.
— Hum, o que foi meu amor? — Pergunta Murilo com um sarcasmo exagerado.
Então é sarcástico, estou de olho. Pensa.
— É a minha mãe, ela lhe fez uma pergunta, porém você estava distraído demais para perceber, meu amor. — Tomaz diz, e sorriso debochado — Então, mãe o que a senhora dizia?
— Eu apenas perguntei o que você faz lá no Rio, Rafael. Como é a sua vida? Rotina? Essas coisas? — A mulher pergunta de novo e dessa não parece nada contente, Tomaz conhece sua mãe muito bem para perceber que Murilo/Rafael perdeu pontos com ela.
— Eu sinto muito dona Marta. Eu... Estava distraído, estou cansado da viagem, acordei cedo e vim de ônibus. — Murilo diz sem graça e olha para a mulher. — Eu, eu acabei de me formar no ensino médio. E... — Murilo olha para Tomaz e percebe pela cara dele que fez uma coisa horrível. Ele deve ter falado merda então rapidamente tenta corrigir. — E como estou pensando em qual faculdade fazer, estou trabalhando, é estou trabalhando na empresa do meu pai, é uma empresa de... — O garoto engole em seco pensando no que dizer e sorri sem graça. — Produtos alimentícios.
Tomaz engasga e puxa uma taça com suco, o garoto fecha os olhos e passa a beber o líquido em goles rápidos e longos.
Murilo sente vontade de socar o próprio estômago e sorri sem graça encarando a sogra.
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MURILO BEIJA GAROTOS
Любовные романыUm deles é tímido, do interior e nunca levou uma vida normal, não bastasse ser alvo de piadas constante na escola, ele ainda tinha que lidar com a mediunidade de sua família, lhe dizendo sempre que ele sofreria uma grande desilusão ainda na adolescê...