TOMAZ

69 12 0
                                    


"E aqui se inicia o começo do fim."

"E eu nunca quis nada de você, exceto tudo que você tinha e o que sobrou depois disso, também. A felicidade a atingiu como uma bala na cabeça, atingida de uma grande altura por alguém que deveria saber melhor. Os dias de cão acabaram. Os dias de cão passaram você ouve os cavalos? Porque aí vêm eles."

Ele estava sentindo o peso do corpo do amado sobre seu peito. Estava gostando daquilo, percebe que o outro acordou, porém fica quieto, gosta de saber que o outro está lhe dando beijos no peitoral pelado porque acredita que ele está dormindo. Sorri bobo. Não vai conseguir fingir por muito tempo, não consegue ficar parado tanto tempo assim fingindo.

— Bom dia! — Ele fala bocejando e tocando o corpo magro de Murilo, gostava daquele contato gostoso logo após sua primeira noite de amor com o cara mais incrível do mundo.

Murilo sorri e o olha. Ele sorri de volta e percebe que o namorado esta lindo mesmo acordando e com cara amassada e os cabelos bagunçados.

— Bom dia, Tomaz... — Diz Murilo todo manhoso, e Tomaz sente o coração derreter. Ele fica realmente todo bobo ao lado de Murilo, não sabe como agir. Se sente outra pessoa.

Está pronto para beijar os lábios de Murilo, quando ouve um celular fazer um barulho irritante. Ele percebe que Murilo fica pensativo e parece incomodado. Vendo o garoto levantar e pegar o celular ele sorri, porém o rosto de Murilo não está agradável. "Porra, que foi dessa vez hem?"

— O que houve? — Ele pergunta sentando na cama e bocejando mais uma vez. O outro parece mesmo preocupado. — Fala logo o que houve Murilo. Estou ficando preocupado poxa.

Murilo continua calado, porém vira o celular em sua direção. Ele pega o celular das mãos do outro e olha o que ele está vendo. Era uma foto, aparentemente normal, por que isso tinha deixado o outro assustado? Porém dando mais uma olhada, percebeu que se tratava de uma página de revista em que estava estampada uma foto tirada na última festa em sua casa. Ele, sua mãe e Murilo. "O que tem de errado?" Ele leu então a mensagem da mãe do namorado. "— Murilo o que significa isso? Por que estão te chamando de Rafael nessa foto, e porque você está na foto desses Archetti? Eles não são uma família da elite da cidade de São Paulo? Estou preocupada, poderia explicar?"

Ele olha novamente para foto e vê o que não queria ver. Na foto diz Rafael Sabugo, novo namorado do herdeiro da companhia Archetti Arquitetura. "PORRA!" Ele pensa realmente bravo. Como não imaginou que isso aconteceria? Como não esperou que a foto fosse parar nas revistas? Iriam todos querer comentar sobre o namorado de Tomaz Archetti. E a coisa mais importe como foi burro para achar que a família de Murilo não iria vez essa revista.

Ele olha para o namorado que está muito nervoso, o sangue sumindo do rosto. Murilo está pálido.

— Ei amor! — Ele diz rápido pois precisa acalmar o outro. — Está tudo bem, é só uma foto, eles querem apenas uma explicação, podemos mentir.

Ele sabe que isso não vai funcionar.

— Não adiantaria mentir, amor... Eles sabem, eles vão descobrir. E eu não conseguiria mentir para eles na cara dura se me pressionassem. Eu... — Murilo diz baixo e começa a chorar. — Eu não quero ficar longe de você...

"Amor! Ele me chamou de amo!" Pensaria um pouco mais nisso se não estivesse tão preocupado com o que ia acontecer agora. O namorado tinha razão, não poderiam mentir mais. Murilo teria que voltar pra casa, os pais iriam querer uma explicação. E quando eles soubessem que tinha sido ele que havia pedido para Murilo inventar toda aquela mentira? O que iria acontece? No mínimo eles iriam odiá-lo, e nunca o aceitariam como genro. E no máximo poderiam até processa-los por sequestro. Murilo era menor de idade. Ele engole em seco e puxa o outro para seus abraços. Abraçam-se fortes e ficam em silêncio por um tempo. Parecem estar pensando no que fazer.

MURILO BEIJA GAROTOSOnde histórias criam vida. Descubra agora