5. Kiss Me

753 40 20
                                    

Settle down with me
And I'll be your safety, you'll be my lady
I was made to keep your body warm
But I'm cold as the wind blows
So hold me in your arms

Castiel estava no bucker por volta de uma hora ou até mais; não sabia ao certo. Quando entrou no local novamente Sam já havia sumido, juntamente com aquela mulher britânica um tanto suspeita.

Voltando calmamente até o quarto principal do bucker - depois de checar todos os outros. -, o anjo escutou barulho de passos, e um pingo de esperança surgiu em seu coração já quase destruído. Dean podia estar lá, vivo e respirando, com aqueles olhos verdes e aquele cabelo loiro que o moreno tanto adorava. Ele podia ter mais uma chance.

Porém, antes que pudesse chamá-lo pelo nome, uma mulher loira apareceu em sua frente. "Quem é você?" a loira perguntou, enquanto suas mãos tremiam um pouco - talvez por estar segurando uma arma.

— Não, não, não. Não atire! - uma voz conhecida pediu em um tom preocupado, fazendo a mulher abaixar o objeto. Então Dean realmente estava vivo.

O anjo, contente, abraçou o rapaz com toda força que tinha, até assustando o mesmo um pouco. A loira apenas observava os dois atentamente, como se suspeitasse de algo.

— Dean, como você... - começou, desfazendo o abraço. - Quer dizer, e as almas? A bomba? Deus e Amara? Dean, eu...

— Ele é seu amigo? - a mulher perguntou, guardando a arma em seu bolso e observando o moreno da cabeça aos pés. Pelo seu estado, parecia mais um daqueles cachorrinhos perdidos que caíram de um caminhão de mudança.

— É, mãe, esse é o Cass. - respondeu. - Ele é um anjo que vive na minha cola desde, bom, muito tempo atrás.

— Um anjo? - a mulher perguntou um tanto surpresa, vendo a criatura angelical revirar os olhos de raiva.

— Por favor, não me diga que você é mais uma pessoa atéia– se sim, aqui está a prova que Deus existe. Aliás, no momento Ele deve estar tirando mais uma de suas diversas férias com a irmã, eu presumo. - comentou. - Então você é Mary Winchester? Nunca pensei que fosse te ver porque, nossa– Você está morta a mais de trinta anos, não? Isso tem alguma coisa haver com Ele, Dean?

— Cass, será que poderíamos conversar? À sós. - pediu, tocando de leve no ombro do menor. Uma pincelada de medo cobria os pensamentos já fora de ordem do loiro; a situação já estava confusa o suficiente no momento em que encontrou sua mãe. E, agora, Castiel aparece no bunker do nada, e inicia normalmente uma conversa com a loira? Isto era o quê, uma reunião em família?

O anjo balançou de leve a cabeça; agora ele quem estava preocupado. Seus olhos claros pareciam estar perdendo o brilho de costume - mas talvez fosse por conta da queda de antes. Aquela mulher britânica realmente havia feito um estrago enorme na criatura angelical.

Dean levou o amigo até a outra sala, desviando os olhares suspeitos da mãe; ela definitivamente suspeitava de algo. Tal suspeita ficou bem visível quando o anjo abraçou o moreno, da mesma forma que duas pessoas apaixonadas fazem, quando ficam longe uma das outras por um longo período de tempo.

— Cass, não aqui. - disse baixo, praticamente em um sussurro calmo. - Não agora.

A criatura angelical franziu o cenho, seus lábios entreabertos, com sua atenção totalmente voltada para o humano em seu frente. Não sabia o quê o mesmo estava querendo dizer– na verdade, sabia. Era apenas um porcento de certeza, mas sabia que era o assunto de antes. Então, afinal, ele não tinha ganhado uma segunda chance. Ele apenas tinha perdido o resto de esperança que lhe restava, aumentando mais ainda a rachadura já formada em seu coração.

— Não acredito que você está falando disso. - respondeu, incrédulo. - Eu não toquei nesse assunto, nem por um milésimo de segundo qualquer. Eu apenas te abracei, porque você é meu amigo, e eu sou enviado supostamente para te proteger. Ou para ficar na sua cola o tempo inteiro, como você prefere dizer para os outros.

— Cass, não me leve a mal. - disse calmo; a última coisa que queria no momento era deixar o anjo frustado. - É que, eu não sei, sabe– Achei que você fosse tocar nesse assunto de antes, na frente da minha mãe. Então eu só agilizei o processo da coisa toda.

— Eu não vou falar sobre isso com a Mary, por que eu iria? - suas palavras carregavam consigo uma raiva profunda, e magoa. Castiel simplesmente não conseguia acreditar que estava escutando tais palavras; aquele não parecia o Dean de sempre. Não parecia o humano que sempre amou e respeitou.

— Eu sei, olhe, Cass– Me desculpe, tudo bem? Me desculpe pelas coisas de antes, e de agora. - disse com toda sinceridade que conseguiu juntar. Também estava se sentindo mal fazendo isso; mas era sua única opção.

Dean tentou abraçar o amigo, depois do pedido de desculpas, mas foi em vão. Antes que seus braços estivessem ao redor da cintura do moreno, o mesmo havia segurado-os com certa força.

— Eu preciso encontrar Sam. Ele deve estar preso em algum lugar, novamente. - o menor disse ríspido, soltando os braços do provável ex amigo, e indo de volta para a sala principal.

O Winchester mais velho encostou na parede de cor bege clara, soltando um suspiro cansado. Havia feito merda novamente– Sim, havia feito uma grande merda, porque isso era a única coisa que o mesmo conseguia fazer. Ele apenas continuava estragando as coisas, mais e mais vezes, sem tirar um dia de férias.

Sua mãe estava aqui agora, completamente viva, em carne e osso. Mas a que preço? Seu irmão estava sabe-se lá aonde, e seu único amigo devia estar incrivelmente irritado com ele. O que ele fez para merecer tudo isso?

Ele apenas queria um único beijo. Um único toque que lhe fizesse sentir seguro e protegido, e totalmente amado pelas pessoas em sua volta– Não, não pelas pessoas em sua volta. Ele apenas queria isso de uma única pessoa, uma simples pessoa com um enorme coração e uma inocência de tirar o fôlego.

Ele queria Castiel. Mas, ao mesmo tempo, queria continuar negando tais sentimentos impuros.

Multifandom・Oneshot'sOnde histórias criam vida. Descubra agora