É, e na hora que eu te beijei
Foi melhor do que eu imaginei
Se eu soubesse tinha feito antes
No fundo sempre fomos bons amantes
É o fim daquele medo boboSherlock soube da notícia dias depois do acontecimento. Na verdade, todos souberam da notícia dias depois, em uma noite excepcionalmente fria de inverno, na qual Sherlock estava passando um tempo com a sua família por, bom, sua própria segurança. E talvez até mesmo por sua própria sanidade.
Estava sentado na poltrona de seu pai, enquanto o mesmo alegremente dançava uma música cafona mas contagiante com a esposa. Sherlock sorria como uma criança, enquanto dividia a atenção entre seus pais dançando e seu irmão mais velho, Mycroft, que dormia no sofá, com um pedaço de bolo largado sobre a mesa.
Tudo estava teoricamente perfeito, tão aconchegante e agradável, até parecia Natal. A família Holmes estava reunida novamente; com alguns problemas aqui e ali, com um Sherlock que acordava de madrugada para continuar chorando pela mesma coisa sem parar; com um Mycroft que deixava de trabalhar e cuidar da Inglaterra apenas para manter seu irmãozinho a salvo; com uma mãe e um pai desejando que tudo fosse como antes, anos atrás, quando Sherlock ainda era um bebê que engatinhava pela sala e apenas chorava quando pedia colo ou comida, e Mycroft era um rapazinho baixo para sua idade, que não queria pegar o irmãozinho no colo com medo de deixá-lo cair.
O Holmes mais novo estava lá, bebericando um chá e aproveitando esse tempo de paz, como se fosse a última vez. Seu celular começou a vibrar em seu bolso, como não fazia há séculos.
Era estranho sentir o aparelho vibrando novamente, depois de tanto tempo. Também era estranho pensar que aquele aparelho, largado e completamente inútil, um dia foi de grande ajuda para debater sobre os diversos casos que recebia da Scotland Yard.
Tirou-o do bolso, colocando seu chá de lado, vendo que sua mão estava tremendo um pouco. Por medo, talvez? Preocupação? Não sabia o motivo. Mas notou a preocupação evidente nos olhos do pai, quando o mesmo parou de dançar com a mulher para ver se seu filho mais novo estava bem.
— Quem é, querido? - Violet perguntou, com uma voz tão doce quanto os bolos que a mulher preparava para agradar o filho mais velho. Seus olhos estavam cheio de preocupação, também.
— Lestrade. - respondeu baixo, guardando um celular. - Ele quer saber como eu estou, conversar comigo. Vou lá fora para fazer isso.
Os pais assentiram, e o filho mais novo levantou-se da poltrona, rezando para que suas pernas não travassem na hora ou para que não começasse a chorar como fazia toda madrugada.
Passou pela cozinha, pegando seu sobretudo que estava pendurado em uma canto escuro e praticamente esquecido. Ah, como sentia falta de usar tal peça de roupa por aí, enquanto corria pelas ruas de Londres e combatia alguns dos mais perversos criminosos de toda Inglaterra. Tudo o que lhe restava era saudades.
Vestiu a peça de roupa, juntamente com um cachecol vermelho que sua mãe tricotou; o seu velho cachecol azul estava guardado, em algum canto especial do armário que ocupava uma parte de seu quarto.
Estava frio lá fora, o que fez com que seu corpo tremesse um pouco mais quando abriu a porta e botou os pés para fora de casa. Seu tênis afundou na camada branca de neve, e se sentiu estúpido por não ter calçado uma bota antes de sair de casa.
Caminhou até perto do pequeno portão que supostamente protegia a casa, para poder observar melhor a figura baixa e quase esquecida pelo tempo.
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Multifandom・Oneshot's
FanficOnde eu publico todas as minhas oneshots de vários fandoms, porque publicar uma separada da outra dá muito trabalho. Multifandom ❀ Probably most johnlock pairing.