Dezembro de 2000

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Minha relação com as filhas dele nunca foi muito boa. O fato de ele ter se envolvido comigo ainda casado, a forma brusca com que decidiu sair de casa e o difícil relacionamento que eles tinham devido ao alcoolismo dificultaram ainda mais as coisas.

Eu pedia com frequência a ele que as convidasse para irem à nossa casa. Elas foram a alguns almoços e jantares. A mais velha, apenas três anos mais jovem que eu, estudava fora. A outra, ainda adolescente, morava com a mãe. Tentava não me intrometer na conversa. Mas fazia questão de ficar perto, com esperança de um dia me aproximar delas. Mas os ciúmes que nós três tínhamos dele nos afastava mais e mais.

De cordial, minha relação com as duas se tornou quase impossível a partir de dezembro de 2000, quando fui impedida de ir à formatura da filha mais velha, por um pedido da filha mais jovem. Depois de já ter me convidado para ir junto, ele precisou me dar a notícia. Vi a dor em seus olhos. Tentei fazer pouco caso e dizer que não tinha importância. Mas ele percebeu a tristeza em meus olhos.

Esse episódio me afastou definitivamente das meninas. Em compensação, a viagem sozinho teve suma importância na vida dele. Que pôde, depois de muito tempo, reencontrar seus irmãos e sua mãe, com quem teve uma relação tumultuada por muitos anos. Os dias juntos os ajudaram a resolver muitas pendências. Que foram totalmente sanadas no difícil janeiro de 2011.

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