Um joguinho e o passado do garoto desequilibrado.

36 7 0
                                    

- Vamos iniciar logo meu jogo, primeiro, vou colocar apenas uma bala na arma, vou rodar o gatilho e atirar em vocês! -Victor temeu a brincadeira de Emily, ele estava certo de que ela tinha algo por trás disso, mesmo assim não queria correr aquele risco, a mulher se levantou e foi até eles, Jorge sorriu como se tivesse adivinhado o plano dela. - Eduardo, meu amado irmão, que eu sempre dei total confiança. -Emily apontou a arma para a cabeça dele.

- Sério isso irmã? -perguntou o homem, no mesmo instante ela apertou o gatilho, mas nada aconteceu, nesse momento as coisas ficaram mais tensas.

- Você deu sorte... Ângelo, meu fiel mordomo, que a vida toda servil aos Wyengels. -ela apontou a arma para o senhor.

- E servirei até a minha morte. -Ângelo também teve sorte e nada aconteceu.

- Hum... Victor! meu primeiro amigo de verdade, será? -ela apontou para ele.

- Você me salvou, tem o direito de me matar se quiser. -Victor fechou os olhos, ela sorriu e atirou.

- Sei disso, mas não vai morrer hoje! -depois Emily se virou para um dos seguranças que tremia de medo. - O que temos aqui? um homem ou um rato?

- Senhorita Wyengel, juro que não fiz nada, por favor não atire.
- Você não tem escolha! -o homem se ajoelhou.

- Não fui eu, foi ele, o Samuel que fica nos portões! -gritou apontando para outro segurança, que rapidamente tentou correr, Emily mirou e acertou ele, uma grande mancha de tinta vermelha se formou na blusa que o segurança usava, ela riu, enquanto os outros se assustaram.

- Alex! aqueles três são os traidores, torture eles e de os restos de comida para os cachorros, os quatro restantes vão embora, não quero ver a cara de nenhum aqui! -disse a mulher apontando para quem ela sabia que estavam a traindo.

- Como sabia? -perguntou Victor respirando aliviado.

- Eu vejo tudo o que acontece nessa mansão, sei quem é sincero e quem não é, acha que eu atiraria no meu irmão, ou em você?

- Você parecia nervosa, nunca se sabe o que vai fazer nesses momentos. -afirmou vendo Alex amarrar os homens.

- Haha! vocês só são fortes de aparência, serão sacrificados e torturados por um garoto de quase dezessete anos! -gritava ele dando algumas facadas nos homens amarrados no chão.

- Não deveria deixar o Alex fazer essas coisas, no fundo ele é só um garoto que sofreu muito. -Emily encarou Victor, enquanto ele falava.

- Como assim? Alex nunca contou o passado dele para ninguém, ele cotou para você? -perguntou estranhando.

- Sim, uma noite estávamos conversando, enquanto andávamos pelas redondezas e ele me disse o que a mãe dele fez... sério que ele nunca fala disso?

- Sim, só sei que o pai dele batia na mãe dele, um dia ela surtou e torturou o homem na frente do Alex certo? -Emily se interessou, apesar de fazer questão da presença do rapaz, ele ainda era um mistério para ela.

- Quase, ela também espancava o Alex...

  Victor começou a contar os detalhes do passado do rapaz, ele nasceu em uma família de classe média, mas seus pais viviam em conflito, desde pequeno Alex presenciou as violentas brigas de seus pais, que por muitas vezes quase se mataram, ele tinha medo então vivia calado, pois toda vez que dizia ou fazia algo era o garoto que apanhava, sua única saída foi desde de pequeno começar a ler milhares de livros sobre ciências, matemática e história que haviam na biblioteca antiga da casa, assim ele aprendeu muitas coisas, distraia sua mente e se tornou um garoto prodígio, tirava as melhores notas e até chegava a superar muitos professores, mas os alunos não aceitavam muito bem a diferença dele, faziam todos os tipos de brincadeiras ruins, chegavam a bater nele. Com o sofrimento em casa por seus pais violentos e na escola, Alex começou a acumular dentro de si um ódio que o doía na alma. O tempo passou, quando ele tinha quatorze anos, seus pais brigaram de uma forma terrível, a mãe de Alex esfaqueou o marido sem dó e iria fazer o mesmo com o garoto, mas ele foi mais rápido do que ela e enfiou a faca no coração da mulher. Perdido, confuso, triste e ao mesmo tempo se sentindo livre, na mesma noite Alex foi atrás de todas as pessoas que odiava e assim matou, um de seus vizinhos que via tudo e nunca ajudava, a diretora da escola e um aluno de sua sala, que era o que mais o irritava, obviamente Alex foi capturado e após alguns exames psicológicos, ele foi internado no sanatório e lá ficou, até Emily se interessar pela inteligência do rapaz.

Palavras vulgares.Onde histórias criam vida. Descubra agora