Palavras vulgares.

Benjamin, o novo Wyengel.

  Eles conseguiram sair do galpão de madeira, com Emily e o bebê, Jorge e Eduardo olhavam a criança maravilhados, Emily se deitou na grama, enquanto Victor só conseguia olhar para o fogo consumindo o lugar.

- Cadê o Alex? -perguntou Eduardo dando por falta do rapaz, Victor voltou a chorar e apontou para o galpão em chamas.

- O que? não me diga que ele ficou lá dentro? -Emily ficou chocada e de levantou.

- Sim... ele disse que nos amava e não queria que nos ver morrer... -afirmou Victor colocando as mãos no rosto, Emily se fez de forte, mas uma lágrima escorreu em seu rosto.

- Não é possível, eu vi o que aquele garoto é capaz de fazer, ele até me ensinou o jeito certo de manusear facas. -disse Eduardo se juntando ao choro.

- Eu trabalhei com ele no laboratório, era um rapaz impressionante... -Jorge abraçou o bebê com força começando a chorar. - Ele morreu para salvar a Emily e meu filho... mesmo não precisando fazer isso...

- Sim, vai ver ele era tão humano quanto uma pessoa comum... Vamos embora.

  Disse Emily se apoiando em Eduardo e ainda tentando segurar as lágrimas, na noite do nascimento do filho Wyengel, Jorge ficou cuidando da criança que logo mostrou os olhos com heterocromia, Eduardo ficou ajudando Emily com algumas coisas básicas, já que Victor estava ferido e só conseguia chorar.

   No dia seguinte, Emily estava com muita dor em todo corpo, Ângelo a deu alguns remédios e a ajudou com as injeções, fora os olhos coloridos o bebê estava normal e saudável.

- Que nome vai dar para ele? -perguntou Jorge entrando no quarto de Emily.

- Ele tem cara de Benjamin, mas o nome completo vai ser... Benjamin Hauk Bullal Machel de Wyengel!

- Para que tudo isso?!

- Quis colocar o o sobrenome das pessoas que o salvaram essa noite!

- Entendo... eu gostei!

- Viu o Victor? -Emily parecia preocupada.

- Sim, ele passou para ver o bebê, mas só chorava e voltou para o quarto... do Alex.

- Sei... É melhor o deixar sozinho, amanhã eu falo com ele!

- Emily!!! -gritou Diana entrando. - Você está bem?! Eduardo acabou de me contar o que aconteceu... É ele? -Diana encarou o bebê. - Posso pegar?

- Pode. -respondeu Jorge entregando nos braços da moça.

- Que lindo, um olho azul e outro marrom, apesar disso ele se parece com você, Emily!

- É...

- Soube do Alex... vai fazer o enterro dele? -Diana ficou aflita ao perguntar.

- Vou deixar o Victor decidir isso, afinal é o que está sofrendo mais.
  Durante o dia a maioria ficou no quarto de Emily cuidando do bebê, já que ela não poderia amamentar e estava fraca, no outro dia a mesma coisa, até que no terceiro dia Victor parecia ter saído do inferno de tão abatido e ao mesmo tempo revoltado, ele foi até o quarto de Emily.

- Victor? se sente melhor? -perguntou ela se levantando para o cumprimentar.

- Vou aguentar... Temos que no mínimo prestar uma última homenagem a Alex, fazer um... enterro. -disse com pesar.

- Concordo, vamos fazer isso, do jeito que Alex faria, espero que supere isso.

- Não é justo, nessa vida parece que tudo o que amamos se vai, some e é consumido pelas chamas.

- Eu tinha muita afeição por Alex, não conte a ninguém, mas o tirei do manicômio por dois motivos, primeiro, para me ajudar nas pesquisas, segundo... queria que ele fosse meu herdeiro, escondi de todos para o proteger, mas infelizmente isso aconteceu.

- Ia tornar alguém que não é Wyengel seu herdeiro?

- Desde o começo, meu objetivo é tirar os Wyengel do poder e não vou descansar até conseguir, Alex era minha primeira opção, já que ele de foi... vou ter que começar a preparar outra pessoa!

- Entendo...

- Já mandei o Ângelo ir atrás dos restos dele, fazemos o enterro amanhã de manhã, mas por favor, não vá ficar triste por muito tempo, a dor não pode nos atrapalhar dessa forma.

- Ok, eu vou ficar bem, as pessoas morrem cedo ou tarde, Alex me ensinou isso, a hora dele chegou, agora temos que dar atenção ao Benjamin que está só começando e tem muito o que aprender!

  Emily concordou com a cabeça, Victor deu um leve sorriso e foi para o quarto de Benjamin que dormia no berço, ele olhou fixamente para o bebê.

- Você tem muita sorte, vai ser uma criança muito alegre, ter uma família grande de malucos que vão lhe amar e vai ter uma vida bem agitada, tenho certeza!