"Esqueceu alguma coisa?"

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Hazel Jonatham

— Já estou saindo para trabalhar. Tranque a porta.

Mirela me alertou.

— Hazel!

Gritou meu nome.

— HAZEL?

Berrou mais uma vez. Sempre tão educada.

— Nossa, o quê que foi?

Disse de volta, estressada. Eu estava sentada no sofá da sala, ouvindo música no fone.

— Olha o jeito que fala comigo, garota. Quer levar outra surra?

Suspirei.

Perguntou ameaçadora, não recebendo uma resposta minha. Mirela ficou contente por me ter novamente em casa quando cheguei. Digo, contente do jeito dela, porque comigo aqui e não nas ruas, ela podia continuar me fazendo de criada e ao mesmo tempo me vigiando, não correndo o risco deu dedurá-la pra polícia.

— Me desculpa, é que o dia h...

— Eu só pedi pra você fechar a casa assim que eu saísse.

Disse, com a menor falta de interesse em querer saber, fechando a porta depois de sair.

Respirei fundo e me levantei, deixando o celular encima da mesa de centro. Ela saiu e eu fiz o que ela tinha me pedido. Quando estava voltando ao sofá, a campainha toca. Dou meia volta e tiro o trinco. Levo minha mão a fechadura e entorto o pulso para o lado, abrindo novamente a porta.

— Esqueceu alguma coisa?

E então vejo que me enganei: não era a Mirela, era o Pitt.

— Sim...

Ele entrou com tudo para dentro da minha casa, me agarrando pela cintura e beijando desesperadamente meus lábios. Connor fechou a porta com o pé e foi me levando até o sofá. Eu tentava me desgrudar dele, mas uma boa parte minha o queria tanto... Por fim, decidi parar de lutar contra.

Chegamos ao braço do sofá. Enlacei minhas pernas envolta de sua cintura e ele as segurou com força. Pitt me botou sentada e continuou encima caindo de mim, forçando seu corpo contra o meu. Logo em seguida passou a beijar toda a extensão do meu pescoço enquanto eu suspirava e acariciava seus cabelos.

Ele movimentou os quadris, fazendo nossa intimidades se roçarem de leve, o que me fez soltar um gemido manhoso. Voltamos a nos beijar. Comecei a desabotoar as calças de Connor enquanto ele tirava fora os próprios sapatos.

De repente o telefone começa a tocar. Ignoramos e a pessoa desliga. Demos um tempo dos beijos quentes apenas para eu tirar minha blusa e os tênis.

— Oh meu Deus...

Mordeu os lábios, analisando meu busto. Fiquei corada e ele soltou uma risadinha, voltando a me beijar. O telefone tornou a tocar e tento tirar Pitt de cima de mim para pelo menos atendê-lo. Ele era mais forte e fez com que eu ficasse no mesmo lugar.

O som do telefone tocando uma terceira vez chega até os meus ouvidos, e eu já impaciente empurro Pitt para o lado e o tiro do gancho, o botando na orelha.

— Alô.

Disse em um tom rude.

— Ai, graças a Deus você atendeu Hazel. A sua mãe está em casa?

— Não, ela saiu pra trabalhar. Quem fala?

— É a Margaret, sua vizinha de frente. Eu percebi uma movimentação estranha e decidi ligar para perguntar.

— Ah, oi Margaret.

Olhei para Pitt.

— Perguntar o que, especificamente?

— Quem é o rapaz que eu vi bater na sua porta?

Arregalei levemente os olhos e dei um toque para que Pitt começa-se a se vestir. Assim ele fez.

— Éh... Era o...

E no desespero, acabei desligando.

— Por que fez isso?

Começou a rir enquanto calçava os sapatos.

— Sei lá, eu fiquei com medo. Daí fiz o que me deu em mente.

— O que ela queria?

Veio até mim me ajudar com a camiseta.

— Ela descobriu... Ain, peraí... Calma...

Soltei meus cabelos, que ficaram presos. Enquanto isso Pitt ria.

— Que eu não... Não estava sozinha. Ela sempre foi uma fofoqueira e tanta, mas quando eu precisava de ajuda, ela não estava presente. Ou a minha mãe deve ter colocado ela no meu cangote pra me vigiar e vigiar quem vem aqui.

Consegui vestir a blusa por completo.

— Enfim... Vai ter churrasco amanhã em casa. Vamos?

Levou suas mãos até a minha cintura.

— Não sei, tenho que ver primeiro.

Alisei sua nuca.

— Vamos, por favor. É o mínimo que você pode fazer depois que me deixou... nesse estado.

Olhou para baixo e eu o acompanhei, começando a rir.

— Tudo bem.

Ele sorriu e me deu um beijo.

— Agora você precisa ir antes que mais alguém estranhe.

O levei até a porta dos fundos.

— Até amanhã.

Me deu um rápido selinho antes de sair correndo. Suspirei, toda boba. Olhei na direção do telefone e fui até ele. Peguei-o e disquei o número da dona Margaret.

Eu: Alô... Dona Margaret. Me desculpa por àquela hora, a chamada caiu. Ah e tá tudo bem tá? Não precisa se preocupar não. Eu estou ótima! Tchauzinho. O cara que a senhora viu era só o carteiro. Tenha uma boa tarde.

Mal deixei a mulher falar e já desliguei o telefone.

— Intrometida!

Me sentei no sofá e fiquei por lá mesmo, ouvido música e sorrindo abobalhada enquanto pensava no Pitt.

A Menina Dos Pulsos Vermelhos (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora