"Saudades da minha garota"

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Pitt Connor

- (...) E a resposta é... Connor?

O professor Stefan virou-se do quadro para a classe, fixando-se em mim.

- Sr. Connor?

Não respondi pela segunda vez, até que alguém me cutuca. Levanto a cabeça e dou de cara com Suzanne. Ela aponta pra frente e eu olho na direção.

- Sim?

Disse ainda um pouco sonolento, mas tentando criar postura.

- Você sabe a resposta?

- A verdade professor é que...

Tapei a boca, fingindo estar passando mal, quase vomitando.

- Está... tudo bem?

Perguntou preocupado enquanto o pessoal ao meu redor se afastava para não ser acertado.

- Não, acho que não.

Coloquei a mão na testa.

- Suzanne, leve-o para tomar uma água. Se ele não melhorar, vá até a enfermaria.

Assim ela fez, pegando no meu braço, as minhas coisas e me levando para fora.

- O que você está sentindo?

Perguntou, quando já estávamos longe da sala.

- Saudades da minha garota.

Ne desgrudei dela, pegando minha mochila e me recompondo.

- N-não entendi.

- Chega lá na sala e fala pro professor que você me levou até a enfermaria, o meu estado piorou e eu fui mandado embora pra casa.

- Mas aonde você realmente vai?

- Não é óbvio? Matar aula.

Dei um beijo em sua testa e sai correndo pelos corredores.

Já fazia um mês e meio que eu não chegava perto da Hazel, que eu não a beijava, que eu não a tocava, que eu não a abraçava, que eu não escutava sua voz; e isso estava me deixando louco! Claro que tinha vezes onde eu a via na escola, mas ultimamente ela mal estava vindo (hoje mesmo ela não tinha ido) e quando vinha, nem esbarrava sem querer em mim. Eu a encarava por alguns segundos e percebia que ela me encarava de volta. Dava para ver com clareza que a minha Haz não estava feliz. Àquilo estava me matando por dentro porque eu mal comia, não conseguia dormir, sempre andava quieto e as minhas notas estavam péssimas.

Hoje dentro da sala eu não estava dormindo, eu estava distraído, pensando em como faria. É isso aí! Não venha me impedir porque eu realmente estou pensando em ir até a casa dela.

Ou melhor, eu não estava pensando em ir, eu já estava lá. Tinha acabado de chegar.

Pulei o portão e estreitamente entrei no quintal. Olhei pelas janelas. Nada. Ouvi uma cantoria vindo de seu quarto e dei um sorriso. Subi até lá cuidadosamente e olhei através do vidro. Que linda! Sussurrei pra mim mesma quando a vi deitada na cama ouvido música no fone. Ela parecia entretida.

Entrei e fui indo de fininho até ela, subindo encima da mesma e tapando sua boca. Com certeza ela gritaria por ter se assustado logo de primeira.

- Oi.

Fui tirando minha mão aos poucos.

- Ai meu Deus, como eu senti sua falta,

Disse um pouco alto por conta do volume máximo.

A Menina Dos Pulsos Vermelhos (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora