Família

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Hazel Jonatham

Vem e vão
Nada serão
Não fique assustado
Com o bicho papão

Foi a primeira coisa que ouvi quando acordei em uma maca no hospital. Meu corpo estava dolorido, eu mal conseguia mexer os braços e a minha cabeça doía, mas fiquei feliz ao ouvir aquela doce voz já conhecia por mim.

— Ele não vai descansar até ver sua amada acordar.

Connor riu, chegando mais perto. Assim consegui reparar nos diversos machucados e curativos que ele tinha no rosto.

— Oi.

Ele pronunciou baixinho.

— Oi.

Respondi sorrindo.

— Como se sente?

Começou a acariciar os meus cabelos.

— Melhor agora que você está aqui.

Ele deu um sorriso, este que logo sumiu quando eu perguntei o que tinha acontecido.

— É, a médica disse que isso poderia mesmo acontecer. Você... você salvou a minha vida, Hazel!

Pitt pegou na minha mão. Eu podia sentir a sua tremedeira e desconforto na voz.

— Disseram que... mais alguns socos no estômago e eu teria hemorragia interna.

Nossos olhos se encheram de água.

— Ainda bem que isso não aconteceu. Não consigo nem imaginar viver sem você.

Eu confessei, antes dele me beijar de uma forma delicada.

— Mas tarde vamos dar uma volta. Você deve estar louca para sair daqui.

Dei uma risadinha sem humor.

— Quanto tempo eu fiquei...?

— Três semanas. Você tinha perdido muito sangue. Te chamaram de vitoriosa porque... não era pra você sair viva dessa. Foram cortes muito profundos.

Lágrimas saiam instantaneamente de seus olhos.

— Enfim... eles... eles cuidaram muito bem dos seus ferimentos e provavelmente você vai receber alta logo. E vamos começar uma nova vida.

Pitt apertou minha mão, limpando as lágrimas em seguida.

— Com certeza, e pra isso acontecer, eu preciso fazer uma promessa antes. Prometo nunca mais botar as mãos em uma lâmina de novo.

— Então vai ter que se depilar com cera quente ou a laser.

Começamos a rir.

****

Mirela

— Cadê ela?

Cheguei ao hospital, indo até o quarto onde a recepcionista disse que a minha filha estava.

Sarah já estava em pé a porta, olhando tudo pelo vidro. Me aproximei dela e a mesma balançou com a cabeça pra frente, como se quisesse que eu visse alguma coisa. Fiz o que ela "me pediu", percebendo que Hazel não estava sozinha. Como sempre acompanhada de Pitt.

— Esse garoto não consegue mesmo entender... Você vai me desculpar, mas o seu filho bem que mereceu. Ele não me da outra escolha se não o levar a justiça. Já pedi pra ele ficar...

Comecei a vasculhar a minha bolsa à procura do meu celular.

— Cala a boca, Mirela!

Sarah ordenou, virando-se para me encarar.

A Menina Dos Pulsos Vermelhos (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora