"Eu aceito"

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No dia seguinte, no colégio...

Estava no meu armário, deixando alguns livros dentro do mesmo, quando de repente sinto meu celular vibrar dentro do bolso traseiro do jeans. Peguei-o e vi que era uma mensagem... do meu pai: " Tenha um bom dia... Pequeno ;) " Revirei os olhos e o guardei de novo. Não nos vimos hoje de manhã. Quando acordei, ele já tinha saído. Vim de skate pra escola... Eu ainda estava bastante desapontado com o coroa. Sinceramente aquilo foi desnecessário. Só faltava ele me tirar o vídeo-game ou os meus canais de pornô. Bom, pelo menos ele não tomou meu celular.

— Connor!

Ouvi meu nome ser pronunciado e me virei, encontrando com Lindsay e seu, como Suzanne mesmo disse, 'quarteto inseparável'.

— Eai.

Fechei o meu armário e tranquei o mesmo, começando a andar com as garotas do meu lado.

— Você vai a minha festa hoje a noite, não vai?

— Adoraria, mas deixa pra próxima tá bom?

Sorri pra ela, que fez um beicinho antes de pousar sua mão em meu ombro, me fazendo parar no meio do caminho.

— Por que, lindinho? O que houve?

— Tenho treino hoje e depois daqui vou pra casa da minha mãe ajudá-la com algumas coisas. Ela está de mudança e pediu pra eu ir lá.

Menti e ao mesmo tempo não menti. O fato é que estava na cara que eu não queria falar o real motivo de eu não poder ir.

— Ah, é uma pena.

Ouvimos o sinal tocar.

— Bom, a gente já vai indo nessa.

Me abraçou apertado, depositando um beijo na curva do meu pescoço. Tá, eu fiquei arrepiado. Ela tinha coragem...

Avistei Hazel de longe, arrumando algumas coisas dentro do seu armário e olhando discretamente na minha direção. Sai dos braços de Lindsay e me despedi rapidamente da mesma e de suas amigas, correndo em direção a garota que agora virava o corredor.

— Oi.

Parei a sua frente, 'colando' a palma da mão na parede e impedindo que ela prosseguisse.

— Oi.

Respondeu ríspida, desviando o olhar a todo momento.

— Tudo bem?

— Tudo. Já com você parece estar...

E neste exato momento Lindsay passa por nós, me fuzilando com o olhar e esbarrando propositalmente no ombro de Jonatham.

— As mil maravilhas.

Alisou o ombro atingindo.

— Não sabia que era amiguinho da Pirulito.

Passou por debaixo do meu braço, começando a andar.

— De quem?

Fui atrás.

— A Lindsay Pirulito. Ela tem esse apelido desde do primeiro ano.

— E por que?

Eu nem sabia ainda o motivo de chamarem a garota disso pelas costas dela e já estava rindo.

— Porque ela era muito magrinha, que nem o palito do pirulito e com uma cabeça maior que o pescoço podia aguentar.

Começamos a dar risadas.

— Sem falar no dia que ela foi pega no flagra por um aluno do oitavo... digamos assim, "de joelhos" na frente do Juberti, nosso ex-professor de álgebra dentro do armário das vassouras depois que ele a deixou de prova final. Ela conseguiu passar, o Juberti foi demitido e perdeu sua licencia de professor, o dinheiro do papai da Lindsay entrou em cena e a história terminou que com o professor sendo o vilão já que "ele desvirtuou a pobre garotinha". Mas todo mundo aqui da escola já conhece a versão verdadeira. Só pra você ter uma noção, o faxineiro chegou a se demitir de tanto nojo que sentia ao pegar nos produtos de limpeza mesmo depois de cada um ali ter sido lavado. Hoje todo mundo já esqueceu, ou finge esquecer. A verdade é que ninguém tem coragem de chamá-la de Lindsay Pirulito desde que a mesma tornou-se a nova Miss Popularidade.

A Menina Dos Pulsos Vermelhos (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora