Daphne duvidava que seu destino fosse apenas aquela vida sem objetivos. O passado de seus pais ainda era suspeito, mas a menina seguiu adiante.
Agora, ela mais seus dois amigos terão que encarar os próprios demônios e salvar os tão raros descendente...
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Queria que as coisas voltassem ao normal.
Minha vida mudou muito desde aquele dia, e acho que nunca mais vou ser a mesma.
Eu havia acabado de chegar da escola. Faltava apenas uma semana para as férias começarem e já não aguentava mais. Tirei os fones e respirei fundo ao entrar na joalheria, finalmente em casa. Caminhar todo dia é bom e me faz sentir independente de certo modo, mas cansa.
Passei pela porta que levava ao apartamento e vovó estava na bancada, consertando alguma coisa.
— Oi, vovó — falei. Ela lançou um sorriso para mim e me encarou com seus belos olhos azuis.
— Como foi a escola?
— Levei uma advertência — falei como se não fosse nada demais. Violet revirou os olhos e riu. — Cadê o papai?
— Lá em cima.
— Obrigada! Te amo — dei dois passos e voltei, segurando uma pequena engrenagem que faltava para o relógio. — A propósito, você vai precisar disso.
Violet deu um pequeno sorriso e agradeceu. Sorte a minha que aprendi a consertar coisas desde pequena com sua ajuda. Nossa relação sempre foi amigável e carinhosa. Sempre dizia que Violet era minha melhor amiga.
Passei pela porta de trás, subi as escadas velhas de madeira até abrir a porta que levava à nossa casa. Vi a mamãe e o pai na cozinha conversando. Ambos pararam o que diziam e me encararam na porta devido ao barulho.
— Você demorou a chegar — minha mãe repreendeu e virou-se para mim dando um beijo na bochecha. Ela tirou meu boné da cabeça e expôs os fios de cabelo meio avermelhados/ meio castanhos caírem no meu rosto. — Como foi na escola? Aconteceu alguma coisa?
Uh, muitas coisas, pensei maliciosa me repreendendo logo em seguida.
— Normal — menti e dei de ombros. Prestei atenção no meu pai de olho na panela que fervia nosso jantar e fui até ele. — Aprendi sobre coisas que nunca vou precisar, passei fome, sono, convivi com animais...
— Daphne! — ele repreendeu e ri. Meu pai estava com cheiro de tempero e era muito bom, familiar. Me afundei em seu peito por alguns segundos e cruzei os braços.
Fazer o quê? Eu odiava a escola com todas as minhas forças. Nada me chamava atenção e não tinha o menor interesse em nada, muito menos escolher faculdade. Nem assisti às aulas, na verdade, fiquei rodando por aí. A vovó fica me zoando dizendo que era "rebelde" e eu até achava graça, mas lá era como se eu não tivesse objetivo na vida.
Só pode ser muito azar mesmo. Eu devia ter uma decisão certa, pelo menos os professores diziam aquilo. Meu melhor amigo é o mais nerd da turma, não puxei absolutamente nada dos meus pais – dislexia e déficit de atenção — e eu até tirava notas boas de vez em quando, o suficiente para passar de ano.