A força de um Amor

Capítulo 45

Senti uma sensação estranha enquanto sua língua varria a minha boca,senti também uma pontada no peito, nunca havia sentido nada assim antes, era como se fosse o nosso ultimo beijo, e odiei esta sentindo aquilo.

- nunca mais faz isso- falo assim que paramos de nos beijar.

- o que? Te beijar?- ele pergunta confuso.

- não, me beijar como se fosse a última fez.

- eu jamais faria isso coração- ele me beija novamente, dessa vez foi um beijo rápido- nunca vai ser a última vez.

Ele volta a me beijar, suas mãos percorrem as minhas curvas, uma de suas mãos esta na minha bunda onde ele como sempre aperta ela sem o menor pudor.

- eu realmente não mereço ver isso- minha mãe fala entrando pela porta, eu me afasto rapidamente do Jorge.

- o que você esta fazendo aqui?- pergunto.

- não posso nem vir fazer uma visita para a minha única filha- ela fala e vem em nossa direção, da um curto abraço no Jorge e senta no sofá.

- eu achei que a senhora estivesse vindo para me visitar não ao Jorge.

- coração, não tenho culpa se as mulheres da sua família me amá- ele me puxa e me dá um leve beijo- Beatriz você aceita tomar café da manhã conosco?

- não Jorge, já tomei café na minha casa e por mais que eu ame a comida da Laura, à da Mercês é muito melhor.

- então vamos comer coração?- Jorge me chama, mais percebo que a minha mãe quer me falar algo, e que não pode ser dito na frente do Jorge.

- vai lá, eu preciso falar algo com a minha mãe- dou um leve beijo em seus lábios, e observo ele caminhando até a cozinha.

- podemos ir para outro lugar?- minha mãe fala, só confirmando minhas suspeitas de que algo muito grave estava acontecendo.

- podemos ir para o meu quarto ou para a biblioteca- falo.

- para a biblioteca, não faço a menor questão de ir pro quarto onde você provavelmente transou a noite toda- ela fala e vai caminhando em direção a biblioteca.

Eu ignoro o seu comentário, estava muito cedo, e eu não estava com disposição para discutir com ela.

Quando chegamos na biblioteca, minha mãe analisa todo o lugar, como ela sempre faz.

- então o que você quer me falar?- pergunto.

- eu achei que era você quem queria falar comigo- ela se faz de desentendida.

- mãe, eu percebi aquele seu olhar de quem tem algo para me falar, e não vem com essa de que veio me fazer uma visita que não acredito nisso.

- bom...eu recebi uma ligação ontem- ela fala, e percebo que ela esta nervosa, e isso é novo, nunca tinha visto a minha mãe dessa forma.

Beatriz Barva sempre foi a pessoa mais segura do mundo, ela nunca demostrou medo ou qualquer outra coisa que demonstrasse fraqueza, nem mesmo quando ela e meu pai se divorciaram, mais agora eu via um sentimento novo, posso até dizer que ela esta com medo.

- quem te ligou mãe?- pergunto já nervosa.

- o Gerardo.

Meu batimentos cardíacos aceleram de forma espantosa.

- o que ele queria? O que ele falou mãe?- pergunto nervosa.

- ele disse, que iria vir atrás de você e iria...- ela faz uma breve pausa- ele quer te matar filha.

- ele falou só isso?- tento não mostrar o pavo que esta tomando conta do meu corpo.

- ele falou algo sobre vingança, e que ele estava voltando, não entendi direito o que ele estava falando, ele parecia esta drogado- ela faz uma pausa- eu estou com medo Silvia.

Vou em sua direção e a abraço fortemente, eu não sabia se queria tranquilizar à ela ou a eu própria.

Nós nunca fomos próximas, na verdade muitas vezes achei que ela me odiava por conta da sua separação. Mais hoje pude ver o quanto ela me ama, e o quanto ela esta preocupada com o que o louco do Gerardo pode fazer.

(...)

Jorge,minha mãe e eu, passamos o dia todo juntos, isso era estranho, muito estranho. Minha mãe estava com medo de me deixar sozinha, e não vou mentir, eu estava amando isso, ter a minha mãe cuidando de mim, era tudo que eu sempre quis mais nunca tive, quando pequena, ela mal me olhava, na adolescência ela só me olhava para dá bronca, só agora que sou uma mulher adulta, ela esta realmente se importando comigo,isso era estranho e confuso.

Como o Jorge só tinha gravações durante a noite,ele não se importou em passar o dia fazendo coisas de mulherzinha. Assistimos filmes, fofocamos, o Jorge fez uma torda de limão, e como minha mãe e eu somos péssimas, cozinheiras ficamos apenas observando.

(...)

Já fazia umas quatro horas que o Jorge havia saido para mais uma noite de gravação, eu já não aguentava mais essas inúmeras gravações a noite, e o que eu mais odiava era saber que ele estava gravando com a vaca da Elizabeth.

Minha mãe ainda não tinha ido para sua casa, ela havia decidido passar a noite aqui em nossa casa, e agora essa super proteção dela estava me irritando, ela não deixava nem eu beber água direito.

- já ta bom não acha?- perguntei assim que adentro o quarto sendo seguida pela minha mãe.

- eu estou descidida a cuidar de você, e ainda não entendi porquê você não contou ao Jorge, sobre a ligação do Gerardo.

- talvez eu não tenha contado, pqra não ter que deixar o Jorge apavorado, ele já esta uma fera por causa do vídeo que recebeu pela manhã.

- mesmo assim, ele deveria saber o que se passa na sua vida- minha mãe fala.

- ok, já entendi, quando ele chegar eu conto tudo à ele, agora eu posso ir na cozinha beber um pouco d'água?- pergunto em tom sarcástico.

- claro- ela da um pouco de espaço para que eu pudesse passar.

E para a minha surpresa, ele não vem atrás de mim, e dou graças a Deus por isso.

Desço as escadas, e acho estranho a luz da cozinha esta acessa, vou até lá, e por sorte não vejo ninguém, caminho até a geladeira.

- Boa noite amor- escuto uma voz rouca e masculina, falando em meu ouvido.

Sinto algo frio, pressionando minha cintura fina, e a sua mão puxando meu corpo para mais perto do seu.

Eu estava paralisada, não conseguia nem gritar por que a minha voz simplesmente sumiu.