Caçada Mortal

6.

- Não. Você nao mataria alguém. - afirmou Pete.
- Se eu tivesse perdido o controle...
- Onde você estava ontem as 23 horas?
- Foi essa a hora do assassinato? - expressão de Aiden ficou mais suave.
- Sim. - Pete respondeu desconfiado. - Por quê?
- Por quê eu estava com a Rebecca essa hora.
- Ah, que bom. Meu melhor amigo não é um assassino psicótico. - Pete suspirou aliviado.
Aiden parou por alguns segundos e depois disse sério.
- Isso significa...
- ...Que tem outro lobisomem por ai. - completou Pete.

Os dois ficaram sérios, cada um perdido nos próprios pensamentos. Se não tinha sido Aiden, havia alguém lá fora matando pessoas, fora da Lua Cheia.

- Eu li sobre os lobisomens ontem. Parece que o único que pode transformar alguém em lobisomem é um Alfa, o líder da alcateia. - disse Pete.
Ah, que ótimo. Pensou Aiden.
- Quer dizer que o assassino é o lobisomem que me transformou e que é muito mais forte que eu? - perguntou com sarcasmo.
- Exatamente. - afirmou Pete. - mas uma coisa não se encaixa... ontem não era Lua Cheia.
- Nós não precisamos da Lua Cheia para nos transformarmos. - explicou Aiden. - Durante a Lua Cheia, assumimos totalmente a forma de um lobo, porém, quando não é Lua Cheia, nós também podemos nos transformar, só não viramos um lobo.

Pete pareceu ter desvendado alguma coisa. E Aiden sabia que não ia gostar.
- Então esse Alfa está matando pessoas por que quer? E não por causa da Lua?
- Eu acho que sim. Faz sentido.
- Então temos que para-lo. - o rosto de Pete ficou sério e frio. - Eu também li que se pode roubar os poderes de um Alfa...
- Você quer que eu o mate? - perguntou Aiden incrédulo.
- Antes que ele mate mais alguém.

                              ****

A porta de ferro se abre com um alto ruído de metal contra metal. Rebecca e seu pai August entram no aposento escuro.

- Filha, acho que já está na hora de você conhecer o maior segredo da nossa família... - diz August indo até o interruptor na parede fria.

Quando a luz invade seus olhos, Rebecca vê uma sala grande, com mesas e sofas para todo lado, também havia um armário de armas, mapas, vidros com ervas dentro, fotos nas paredes. Rebecca notou que algumas das fotos eram de corpos no necrotério e aquilo a assustou. O que seria esse segredo? Será que era por isso que seu pai e sua mãe agiam estranho as vezes? Com seu pai saindo de madrugada e deixando sua mãe preocupada?

Rebecca ficou tão concentrada nas fotos que não percebeu a coisa mais estranha, quando olhou para o meio da sala, viu uma grande mesa de madeira de doze lugares, e em cima dela estava um Arco pesado.
Olhou com uma expressão de dúvida para August que continuou.

- Há muitos anos, seu tataravô, teve a mulher assassinada por uma criatura que ele não conseguiu provar que existia na época, ele jurava que tinha sido um lobisomem mas ninguém acreditou nele. - disse August com uma expressão séria. Ele deve estar brincando, tem que estar. Pensou Rebecca. Mas ele não parecia estar brincando e ela temia isso. - Anos depois, ele continuava procurando o lobisomem que tinha matado sua esposa, foi na época que conheceu um caçador. Esse caçador ensinou tudo que sabia sobre criaturas sobrenaturais a ele. Alguns anos mais tarde ele achou esse lobisomem. - concluiu.

Então ele fez uma pausa, parecia estar pensando no que dizer. Não devia ser fácil explicar para a filha de 16 anos que coisas como lobisomens, wendigos e vampiros existiam na vida real.

- O que eu quero dizer é... - começou novamente. - Que a nossa família caça esses seres sobrenaturais a anos, e agora eu vou treinar você e te ensinar tudo que eu aprendi, por que você tomará o meu lugar um dia.

Rebecca ficou chocada com o que tinha acabado de ouvir.

- Você quer me ensinar a matar pessoas? - perguntou incrédula.
- Essas coisas não são pessoas, eles são criaturas más, atacam e matam pessoas inocentes. Um deles matou um dos nossos ontem a noite. - respondeu August com raiva. Então parou e respirou até voltar a calma de sempre. - E tem outra coisa, nós só matamos aqueles que ferem humanos. Nós protegemos quem não pode se proteger sozinho.

Proteger. Essa palavra despertou algo novo em Rebecca, ela se sentiu no dever de proteger as pessoas agora que sabia do segredo. Ela decidiu que ajudaria seu pai a acabar com esses monstros.

Sua expressão ficou determinada, e August sentiu alívio ao ver que ela tinha compreendido.

Então ela perguntou.
- Quando começamos?