12.

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– Pronto para hoje à noite? – perguntou Pete animado enquanto atravessavam o corredor cheio de alunos até a aula de cálculo.

– O que tem hoje à noite? – perguntou Aiden, confuso.
– Como assim “O que tem hoje à noite? – perguntou Pete, incrédulo. – Cara, hoje é Lua Cheia.
Agora Aiden se lembrava. Droga, pensou. Tinha esquecido da Lua Cheia. Precisava de um lugar para passar a noite. Não queria colocar sua mãe em risco passando a noite de Lua Cheia em casa.
– Preciso de um lugar para passar a noite. – explicou Aiden.
Pete ficou sério por um momento, e Aiden sabia que ele estava pensando em possíveis locais para se esconder um lobisomem de dois metros de altura numa sexta a noite.

– Não consigo pensar em nada. – disse por fim.
Aiden tinha certeza que os caçadores estariam caçando. Afinal, que dia melhor para encontrar lobisomens que na Lua Cheia?
Estava começando a se desesperar, se os caçadores o encontrassem, com certeza o matariam antes de qualquer coisa. Ele pensava em lugares para se esconder quando Pete disse:
– Nós podemos te prender na garagem do meu tio. – sugeriu.

Até que não era um má ideia, a casa de Mitchell era afastada da cidade, então ninguém ouviria seus uivos. Também era perto da floresta, caso ele conseguisse fugir, seria mais difícil ferir alguém. Além disso, confiava em Mitchell – já que o mesmo já havia salvado sua vida e guardara seu segredo.

– Tudo bem. Vocês podem me acorrentar na garagem. – aceitou Aiden.
Pete confirmou com a cabeça.
– Vamos precisar de muitas correntes. – murmurou para si.

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Aiden e Pete viraram o corredor que levava à sala de cálculo quando viram uma garota loira encostada na porta, ela segurava alguns livros e parecia distraída. Quando percebeu os dois se aproximando ela foi até eles e parou a frente de Aiden.
– Ah, eu te vejo lá dentro. – disse Pete para Aiden.
Aiden apenas observou Rebecca enquanto Pete saía. Não sabia se estava feliz ou não em vê-la. Ela havia sumido por dias, sem dar notícias e agora aqui estava ela, como se nada tivesse acontecido.
– Olha... – começou Rebecca. – Eu sinto muito...
– Por sumir por dias sem dar notícias? – acusou Aiden.
Rebecca pareceu um pouco magoada mas continuou.
– Sim, quer dizer... também. – ela havia ensaiado aquela conversa na própria cabeça diversas vezes, mas agora não sabia o que dizer. – Eu estava resolvendo alguns... Hm... Problemas de família... Eu sei que eu deveria ter ligado ou mandado uma mensagem...

Aiden não escutou o resto das desculpas, a única coisa que conseguia pensar era em quais problemas seriam esses. Teriam algo a ver com os caçadores?
Só voltou a si quando percebeu que Rebecca encarava-o.

– Você me perdoa? – perguntou esperançosa.

Aiden soltou um suspiro.

– Sim, eu te perdoo. Só não faça mais isso, eu fiquei preocupado... – respondeu Aiden ( o que era verdade).

Rebecca apenas ficou observando-o por um tempo, e então jogou os braços ao redor de seu pescoço, abraçando-o fortemente. O calor daquele abraço encheu o coração de Aiden de esperança. Esperança de que eles pudessem ficar juntos, esperança de que ela o aceitasse como ele era. Esperança de um final feliz...

                                        *******

Faltava pouco para escurecer quando Pete e Aiden chegaram à casa de Mitchell. Quando Pete parou o carro, seu tio já esperava do lado de fora.

– A Lua só vai estar alta no céu depois da meia noite, mas precisamos nos apressar e deixar tudo pronto. – disparou sem dizer nem boa noite. – Venham, por aqui.

Ele os conduziu até a garagem, que ficava do lado esquerdo da casa. Mais perto da floresta. Pensou Aiden. Ele estava tentando não ser pessimista. E quando viu o tamanho da bolsa cheia de correntes que Pete havia levado, pensou. É, não tem como eu sair daqui.

– Onde vamos prender as correntes? – perguntou olhando em volta.
Mitchell, que mexia numa caixa de ferramentas, disse:

– Meu bisavô, que viveu durante a segunda guerra, era um pouco paranoico com segurança. – respondeu se dirigindo ate um grande armário num canto. – Me ajudem aqui.

Juntos, eles empurraram o armário para o lado, e logo embaixo da onde o armário estava, havia um alçapão. Pete parecia tão surpreso quanto Aiden em ver aquilo.

– Acho que devemos agradecer ao seu bisavô por ser paranóico. – brincou  Aiden.

Mitchell pegou uma furadeira a bateria e uma caixa de pregos e Pete carregava a bolsa com correntes.
Mitchell abriu o alçapão e a poeira subiu, fazendo-o tossir. Ele se virou para Aiden e disse:

– Espero que não tenha medo do escuro. Peguem umas lanternas e vamos.

           
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Muito obrigado aos meus queridos leitores, até o proximo <3

Caçada MortalOnde histórias criam vida. Descubra agora