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Quando entrava na sala, Aiden encontrou Pete, seu melhor amigo, no final do corredor. O garoto negro, Alto e de olhos castanhos vinha direto até Aiden com um sorriso no rosto.
- Você não vai acreditar! - disse o Pete.
- O quê?
- Eu consegui aprender aquela música que te mostrei na guitarra. - disse animado.
- Parabéns. - disse Aiden com um sorriso. - Você é o melhor guitarrista de Barewood.
Pete ficou sério.
- Não há muitos guitarristas em Barewood.
Os dois entram na sala de aula rindo juntos.
As aulas passam rapidamente. Em todas elas, Aiden ficou pensando em algo, em alguém. A garota loira que o havia atropelado não saía de sua cabeça, não que fosse diferente com Rebecca.
No andar de baixo, Rebecca também estava pensando em Aiden, lembrava-se do sorriso que ele dava à ela todas as manhãs, sem falta, do jeito carinhoso com o qual se referia à ela. Ela ja estava ficando maluca, precisava tirar ele da cabeça, e logo. Com as provas chegando, ficar o dia todo pensando em um garoto mais velho não ajudaria em nada.
Para piorar seu pai ficava fazendo perguntas sobre quem era o garoto que ela ficava conversando na entrada, quantos anos ele tinha, em que ano estava, etc.
Ela so precisava tomar um ar e esquecer os problemas um pouco, então pediu licença ao professor, dizendo que não estava se sentindo bem.
Quando chegou perto da saída, encontrou Aiden saindo do banheiro. Ele foi até ela e parou.
- Oi. - disse o garoto.
- Oi.
- Está tudo bem?
- Está, eu só não estava me sentindo muito bem. - mentiu com um sorriso forçado.
- Precisa de ajuda?
- Não, não precisa se incomodar. Eu vou só me sentar la fora e respirar um pouco. - disse, dessa vez sorrindo de verdade.
- Eu posso te fazer companhia. - sorriu.
- Se nao for te atrapalhar...

Assim eles se sentaram em um dos bancos que ficavam no gramado na frente da escola e ficaram alguns minutos conversando.
Aiden queria contar à ela o quanto estava pensando nela ultimamente, mas tinha medo de que se envolvesse com ela e quando ela descobrisse seu segredo, ela o deixasse. Ele não a culparia, ele era uma criatura sobrenatural, algo que se deve temer. Além disso, seu pai era um caçador, então se ela ja não havia sido, logo seria ensinada a odiar e matar pessoas como Aiden.
Estava perdido em pensamentos quando ouviu Rebecca chamando-o.
- Aiden, você está bem?
- Ah... desculpe. Estou.
É agora ou nunca. Pensou Aiden.
- Becca...
- Sim? - ela olhou para ele com curiosidade.
Ele tomou coragem e disse as palavras.
- Eu não parei de pensar em você desde que te conheci.
A garota pareceu surpresa e ao mesmo tempo... feliz. Aiden sentiu uma ponta de esperança no peito.
Rebecca percebendo que ele a encarava, olhou para baixo timidamente e disse:
- Digo o mesmo.
Sua voz saiu quase como um sussurro e Aiden pensou se teria sido capaz de ouvir se não fosse sua super audição, mas logo afastou esse pensamento.
Ele a olhava nos olhos, ela devolvia o olhar. Estavam proximos o suficiente para sentir a respiração um do outro, quando Aiden colocou a mão no rosto de Rebecca e se aproximou, a puxou para um beijo calmo e afetivo. Tudo dentro da cabeça da garota estava confuso, só conseguia se sentir feliz.
Becca parou o beijo para respirar e Aiden sorria para ela.
- O que foi? - perguntou Becca.
- Queria ter feito isso desde que você tentou passar em cima de mim com seu carro.
Rebecca não conseguiu evitar de sorrir.
O sinal tocou, indicando que a última aula havia acabado. Os dois se levantaram e foram até suas salas pegar os materiais. Quando chegaram na frente da sala de Rebecca, Aiden perguntou:
- Seu pai vem te buscar hoje?
- Não. - respondeu Rebecca. - Ele vai estar no trabalho.
- Eu posso te dar uma carona, se você quiser. - ofereceu Aiden.
- Não precisa se incomodar.
- Ah que isso, não é incômodo nenhum. - disse Aiden tentando convence-la.
- Tem certeza? - perguntou Becca.
- Tenho. Vamos pegar minhas coisas e ja te levo.
Pegou seus materiais e se foram para o estacionamento, onde estava a moto de Aiden.
Rebecca foi guiando até chegar em sua casa. Era uma casa grande e bonita, dois andares e uma grande garagem.
Aiden parou na porta para Rebecca descer, ficou em pé e se encostou na moto.
- Obrigada pela carona. - agradeceu Rebecca.

Quando ela se virou para entrar, Aiden a puxou e a beijou novamente. Ela correspondeu o beijo apaixonado dele, sentia borboletas no estômago e estava perdendo os sentidos.

Rebecca se afastou e disse tristemente.

- Eu tenho que entrar.

- Tudo bem. - respondeu Aiden com um sorriso.

Ele ficou observando enquanto ela se afastava e entrava em casa.

Estava virando a esquina quando passou por uma 4x4 preta, o vidro do motorista estava aberto e Aiden reconheceu August Adams, o caçador e pai de Rebecca que estava atrás dele noites atrás.

August apenas fez um aceno de cabeça na direção do rapaz. Havia algo de estranho no modo como aquele garoto olhava para ele, um pouco de hesitação, talvez medo?

August sabia que ele era amigo de Rebecca e também tinha a sensação de que o garoto escondia algo, e estava disposto a descobrir o quê.

Caçada MortalOnde histórias criam vida. Descubra agora