1. O Encontro

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O alce corria pela floresta. A luz da lua brilhava sobre seu pelo marrom e brilhoso. O animal não estava correndo por diversão, estava fugindo de um predador. O vento bate frio como o inverno e então o Alce para. Seus olhos castanhos encaram algo dentro de uma moita. De trás da moita surge um par de olhos azuis que brilhavam como o oceano, claro e perigoso.
O sangue do animal congela e ele sabe que tem que ser rapido se quiser sair dali com vida. Seus instintos gritam para que ele fuja o mais rápido possível, mas ele não se move. Esta paralisado. O medo invade suas veias e percorre todo seu corpo, fazendo seus pelos se arrepiarem.
O par de olhos que observava por entre as folhas some e o animal consegue se mexer novamente. Ele recomeça a correr rapidamente por entre as árvores ainda úmidas da chuva que ocorrera horas antes.
Um corvo voa de uma árvore para a escuridão do céu sem estrelas. Logo acima dele, a Lua Cheia pairava gigante no céu.
Enquanto o animal corria, ouviu um uivo próximo a ele. Foi a última coisa que ouviu. Uma enorme criatura negra saltou sobre seu pescoço, cravando as presas afiadas e brancas na pele do animal. Este, por sua vez, não teve nem mesmo tempo de emitir algum som. Apenas ficou ali, deitado na grama, enquanto seu predador rasgava-lhe o pescoço, roubando-lhe a vida lentamente sob a luz da Lua Cheia.

****
Rebecca desceu as escadas apressada, estava atrasada para a aula. Pegou uma torrada do prato do pai e correu para a porta.
- Até mais. Eu amo vocês.
Seu pai lhe retribuiu um sorriso e voltou a comer. Era um homem forte, na casa dos 40. Loiro, olhos verdes e pele branca. Um corretor bem sucedido.
Já do lado de fora, Rebecca entrou em seu carro e dirigiu o mais rápido que pode, passando em alguns sinais vermelhos. De repente uma moto preta e dourada surgiu vinda da esquerda, cortando a rua. Becca não teve tempo de freiar e acertou o motorista. Ele foi jogado para fora da moto, por uns 5 metros Rua acima.
Becca saiu desesperada do carro e correu para perto dele.
Por favor, esteja vivo. Pensou.
O motorista começava a se sentar e Becca sentiu um certo alívio. Pelo menos não está morto. Suspirou agradecida. Ele tirou o capacete, mostrando seu rosto Branco e quadrado. Tinha cabelos negros e olhos castanhos esverdeados. Ele irradiava algo que deixava Becca deslumbrada... e ao mesmo tempo um pouco assustada.
- Ei, você está bem? Me desculpe eu não te vi. - ela falava tão rápido que ele não teve nem tempo de processar a informação.
- Eu estou bem. - disse por fim. - Você passou no sinal vermelho. - ele sorriu.
- Eu estava com pressa, por favor, me desculpe.
- Não precisa se preocupar, eu estou bem. Meu nome é Aiden. - ele estendeu a mão para Becca.
- Eu sou Rebecca. - ela apertou sua mão e uma onda de calor invadiu seu corpo.
- Bom, Rebecca, foi bom te conhecer. - ele se levantou e foi até a moto caída. - mas preciso correr, estou atrasado também. Espero que da proxima vez que eu te ver você nao tente me matar. - ele sorriu.
E assim ele se foi, deixando Becca abalada e aflita na rua.

Enquanto corria para a aula de trigonometria, Becca encontrou seus amigos, Josh e Lívia no corredor. Ela ainda devia estar branca como papel por que Lívia perguntou preocupada.
- Becca, você está bem? - Becca não conseguiu responder, apenas balançou a cabeça negativamente.
- Eu atropelei um cara. - os olhos de Lívia e Josh se arregalaram. - E ele era um gato.
****
Aiden estava furioso consigo mesmo. Havia perdido o controle na noite passada e deixara a lua domina-lo. Podia ter machucado alguém, ou pior...
Ser atropelado por uma garota bonita deve ter chamado sua atenção pois estava avoado a manhã inteira.
Na hora do almoço, ele a viu. A garota loira e baixa que o havia atropelado pela manhã estava sentada a 5 mesas dele. Ela não parecia te-lo visto, então Aiden resolveu ir ate ela.
Levantou e andou pelo corredor até sua mesa. O lugar ao lado de Becca estava vazio, as únicas pessoas em sua mesa eram um garoto e uma garota sentados na sua frente.
Aiden se sentou ao lado da garota, que o olhou assustada e surpresa.
- Então é aqui que você passa seu tempo quando não está atropelando pessoas por ai? - disse com um sorriso.

Caçada MortalOnde histórias criam vida. Descubra agora