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Não demorei muito para ir para casa. No hospital, não ousei passar perto da varanda para não esbarrar com o Alec. Ao chegar em casa tomei um banho relaxante e comi algo que minha mãe tinha preparado antes de sair para o trabalho. Escuto o telefone da casa tocar e corro para atender o mesmo.

- Alô? - digo pondo o mesmo no ouvido.

- Por que diabos deixou seu telefone com a Emily? - a voz do meu pai estremece do outro lado da linha.

- Porque eu quis? - minha afirmação soa como um questionamento.

- Não ouse falar desse jeito comigo, Júpiter. Você quer antecipar a morte de sua irmã? Sabe muito bem que não pode deixar aparelhos eletrônicos ou qualquer outra coisa que tenha vindo da rua com ela.

- Mas...- sou interrompida.

- Não tem "mas", Júpiter. Você errou, foi uma irresponsável. Irei ficar com seu celular até que minha raiva passe. - diz em um tom de voz mais baixo, mas ainda rude. Então ele desliga sem avisos prévios. Ele não pode simplesmente gritar comigo desse jeito, sem ao menos saber o que aconteceu. Ligo de imediato para minha mãe, porém cai na caixa postal. Em um ato de raiva jogo o telefone contra a parede.

- Droga - grito e corro até o meu quarto para trocar de roupa. Depois de alguns minutos pego um ônibus que me deixa na frente do hospital, e vou ao quarto da Emily. De novo, pela segunda vez no mesmo dia. Quando estava pronta para entrar, encontro alguém ao lado da Emily que não era meu pai.

- Alec - sussurro para mim mesma. O garoto conversa com a Emily e contém uma expressão triste. O que ele está fazendo aqui? O observo deixar o quarto, me escondo atrás de uma pilaste e ele passa por mim sem notar minha presença. Vou ao quarto da Emily que fica confusa ao me ver.

- Você estava triste porque brigou com o Alec, não foi? - dispara a pergunta, deixando claro sua curiosidade.

- Talvez, mas não vim aqui por causa disto. Por mais que eu esteja curiosa para saber o que vocês estavam conversando que o deixou triste. Papai passou por aqui? - falo tudo muito rápido, o que a faz rir.

- Sim, tomou seu celular e saiu batendo a porta - suspiro.

- Não se preocupe, pequena. Darei um jeito de pega-lo de volta e devolve-lo a você - ela sorri em forma de agradecimento.

- Agora, quer saber o que o Alec veio conversar comigo? - fico a encarando em um conflito interno, até que minha curiosidade vence e assinto. - ele veio perguntar se eu sabia onde você estava, já que não apareceu na varanda hoje. Eu disse que você veio mais cedo e já tinha voltado para casa.

- Emily, se ele vir novamente você tem que me prometer que não vai dizer do meu paradeiro - ela me encara pensativa, mas não contesta e assente - vou para casa, você vai ficar bem sozinha?

- A mamãe disse que viria hoje - avisa com um sorriso. Meus pais vêem a Emily três vezes durante a semana. Eu sou a única que a vejo todos os dias, mas não os culpo. Eles têm os seus trabalhos e compromissos, embora eu ache que a Emily é mais importante que essas coisas.

- Amo você - dou-lhe um beijo na testa, enquanto ela múrmura um "eu também". Então, saio.

Minha Querida JúpiterOnde histórias criam vida. Descubra agora