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Respirei fundo em frente a porta, tomando coragem para a abrir. Entro e olho para o pequeno muro e não encontro o Alec, decido andar pelo local. É quando alguém toca minha cintura e grita em meu ouvido fazendo com que eu me assuste.

- Filho da... - não completo a frase quando o vejo em minha frente, gargalhando.

- Olá Júpiter - Alec me encara com um sorriso.

- Oi...espera, como você descobriu? - pergunto quando me dou conta que ele não sabia o meu nome até ontem.

- Você é famosa - caminho ao seu lado até o muro.

- Imagino como seja a minha "fama" - reviro os olhos e ele balança a cabeça.

- Por que te chamam de Júpiter? - pergunta curioso.

- Porque talvez seja o meu nome - franzo a testa com um sorriso.

- Sério? Júpiter? Igual ao nome do planeta? - assinto.

- Exatamente como o planeta.

- Como se chama sua irmã, Lua? Saturno? - tenta os nomes de outros planetas.

- Emily - reviro os olhos e ele ri.

- Me desculpe. Pensei que fosse um apelido e não o seu nome. É incomum alguém com o nome de um planeta.

- Já sou acostumada com reações como a sua, você não foi o primeiro a se assustar.

- Sério? - escora seu corpo no pequeno muro.

- Sim, uma vez eu fui no supermercado e... - comecei a contar uma das milhares histórias sobre o que já aconteceu comigo.

E assim foi a minha tarde de domingo, rimos e conversamos muito. Na verdade, conversamos de tudo um pouco. Eu estava o conhecendo aos poucos assim como ele a mim, e isso era incrível pois ambos respeitavam as limitações um do outro.

- Ainda não acredito que você nunca soube de minha existência - penso alto.

- Por que eu deveria saber?

- Porque sua irmã juntamente com seu melhor amigo que por acaso é o namorado perfeito dela, me odeiam e fazem de tudo para que eu viva em um inferno - gesticulo as mãos.

- Você deu motivos para que eles começassem a agir de tal forma?

- O pior que não. Sua irmã implicou comigo desde o momento em que eu pisei naquela escola. Ela só parou de pegar tanto no meu pé quando todos passaram a me odiar e começaram a me tratar como um lixo.

- E você, por que simplesmente deixou? Pelo pouco que te conheci, não achei nenhum motivo para alguém te odiar - ele realmente está interessado no assunto.

- Porque eu não sabia o que fazer e, sinceramente, não sei até hoje. Afinal, sua irmã manda naquele colégio, todos a temem e a respeitam. Até mesmo o diretor que vive babando por ela. - ele me encara, então me dou conta de algo - Ai meu Deus! Desculpa, eu estou falando da sua irmã. Sua irmã, um parente seu. Que vergonha. - tampo meus olhos com minhas mãos, Alec ri se divertindo com a situação. Ele segura minhas mãos, as abaixando.

- Eu não sou tão idiota ao ponto de ficar com raiva de alguém por falar da minha irmã. Eu sei muito bem como a April realmente é e do que é capaz de fazer para conseguir o que quer. - ele ainda segura minhas mãos.

- Do mesmo jeito me desculpe, eu não costumo falar tanto assim. Você foi a primeira pessoa, fora minhas melhores amigas e minha irmã, que eu falei sem preocupação. - ele sorri.

- Fico honrado - puxo minhas mãos das suas.

- Tenho que ir - me desencosto do muro.

- Sério? - fala por impulso e tenta se corrigir fingindo uma tosse - Quer dizer, se quiser conversar ainda eu ficarei por aqui mais um pouco.

- Obrigada de verdade, mas eu realmente tenho que ir. Preciso me despedir da Emily e ainda resolver algumas coisas - minto ao dizer que tenho que resolver algo, ele não precisa saber que eu me despedir por ser louca e não querer criar algum laço afetivo com ele.

- Então, até amanhã? - balança uma chave que suponho ser do seu carro.

- Até algum dia - mostro meu sorriso enquanto me afasto, passo no quarto da Emily e a mesma está lendo uma revista para adolescentes com as mais quentes fofocas sobre os famosos, ou pelo menos era isso que tinha escrito na capa.

Minha Querida JúpiterOnde histórias criam vida. Descubra agora