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A semana passou rapidamente. No decorrer da mesma, o Alec teve vários imprevistos - não compartilhados comigo - que o impediu de vir me visitar. As meninas continuam normais, o evento da biblioteca não foi repetido. Eu, por outro lado, fiquei mais próxima do Felipe. Conversamos diariamente, mesmo que por telefone. Nossos assuntos sempre se resumem à sentimentos. Ele me faz perguntas, como "quando sei que gosto de alguém de verdade?", entre outras. Até agora, o que entendi da sua vida amorosa é que:

1 - Ele gosta de uma menina próxima a ele;

2 - Teme que o que sinta não seja recíproco;

3 - Acha que meninas são complicadas demais para serem entendidas;

(...)

Era sexta-feira à tarde quando o Felipe me convidou para ir ao shopping.

Estávamos caminhando há minutos, percebi que o mesmo não tirava os olhos do celular.

- Algum problema? - pergunto um pouco incomodada.

- Nenhum - sorri - Topa uma pizza? - segura minha mão e me puxa para a praça de alimentação.

- É comida, Felipe, é claro que eu topo - respondo em um tom óbvio.

Após finalizarmos a pizza, ele me obrigou a assistir um filme com ele. Alegando que estava esperando para ver esse filme há muito tempo. Como se não bastasse as duas horas que passamos sentados assistindo aquele horrível filme sobre guerra e zumbis, ele me fez entrar em todas as lojas que tinha roupa masculina.

- Por que você quer tanto uma blusa quando tem milhares? - reviro os olhos.

- Porque, talvez, eu convide a minha crush para sair comigo. Por isso, preciso de algo melhor do que as roupas que tenho. - volta sua atenção para arara de roupas em sua frente.

- Está esperando alguma ligação? - pergunto quando o vejo com o celular em mãos, de novo.

- Não - responde rápido - O que acha dessa verde? - pergunta pegando uma blusa. Faço uma careta, é horrível. - Você tem um mal gosto - ele reclama botando a mesma de volta ao seu lugar.

- Não é minha culpa se você escolheu uma camisa com cor de catarro - rebato, lhe arrancando uma risada.

Finalmente compramos a blusa do Felipe. Ele decidiu voltar para a primeira loja que tínhamos passado e pegar a primeira blusa que experimentou. O que me fez ter desejo de lhe estraçalhar, minhas pernas doíam. Ele estava de carro, o que facilitou a minha vida. Pois, se não fosse por isso, eu teria que pegar três ônibus para chegar em casa.

O vejo dirigir com a maior calma do mundo, o que é suspeito já que o mesmo sempre grita com os outros carros. Percebo que ele desviou da avenida que nos levaria para a rua de minha casa.

- Você passou da rua - aviso.

- Merda - reclama baixinho - irei fazer o retorno lá na frente. - assinto. Ele passa por, pelo menos, dois retornos e continuou seguindo.

- Gostaria de saber para onde você está me levando, já que obviamente não é a minha casa - o encaro com a sobrancelha arqueada.

- Você verá - diz simplesmente.

- E se você estiver me sequestrando para me fazer de escrava sexual para traficantes? - o vejo arregalar os olhos e gargalhar.

- Jesus! - ele troca a marcha - Não confia em mim, Júpiter?

- Não quando você está me levando para um lugar que não é a minha casa - ele sorri.

- Relaxa, você vai gostar. E sua mãe está ciente do seu 'sequestro'.

- Minha mãe aceitou isso, mesmo sabendo que eu odeio ficar curiosa? - ele assente - ótimo.

Ele dobra em uma esquina, me situo ao reconhecer algumas casas. Estamos perto da escola. Ele para o carro em uma rua deserta, saindo do mesmo logo em seguida.

- Vai me contar o que está acontecendo? - saio do carro e o sigo.

- Estamos indo para o local onde acontecerá a melhor noite da sua vida - anuncia passando o braço por cima de meu ombro, assim me guiando. Agora sim, estou com medo do que me aguarda.

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Minha Querida JúpiterOnde histórias criam vida. Descubra agora