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Ele não desistiu de primeira e insistiu até eu aceitar. A cara de cachorro, que caiu do caminhão de mudança, é o meu ponto fraco.

- Com uma condição - digo depois de aceitar a sua maluquice.

- Qual? - pergunta apreensivo.

- Eu vou te maquiar também - o seu sorriso some.

- Não! - discorda com os olhos arregalados.

- Se não deixar, não fará nada em mim - cruzo os braços e sorrio ao vê-lo suspirar derrotado.

- Você é uma bruxa! - ele diz aceitando, comemoro - Okay, agora senta que eu vou começar - ele me guia até a privada e abaixa a tampa da mesma. Sento sobre ela e o observo pegar um lápis de olho branco no estojo.

- Você sabe para que isso serve? - prendo o riso.

- Para corrigir, por isso se chama corretivo - gargalho.

- Você estaria certo, se isso não fosse um lápis de olho - comento e ele fica vermelho. Tirei toda a sua confiança.

- Por que existe lápis de olho branco? Isso só complica - ele o deposita no estojo e pega outro produto, lendo o rótulo dele - esse é o corretivo - o aplica em baixo de meus olhos.

Deixo que ele faça tudo sozinho para ver no que aquilo daria. Penso em como as coisas são engraçadas, quem diria que Alec Carter seria o meu melhor amigo e que me ajudaria a passar por essa tempestade?

- Em que está pensando? - pergunta enquanto passa o blush.

- Em você - respondo sincera enquanto fecho meus olhos para ele fazer o delineado.

- No que exatamente?

- Na minha sorte por te ter por perto. Nunca imaginei que agora eu estaria com você no meu banheiro enquanto você faria uma maquiagem em mim. - o respondo ainda com olhos fechados. Ele continuou a fazê-la e em poucos minutos havia terminado.

- Veja minha obra de arte - me põe na frente do espelho e me surpreendo. Eu pensei que estaria pior, mas meu rosto só está branco como um papel e o delineado está troncho.

- Até que não ficou tão ruim - comento e acho mais uma falha, meu batom estava borrado.

- Está maravilhoso - rebate orgulhoso.

- Tudo bem, agora é minha vez - o sento na privada e me ponho entre suas pernas para ter apoio. Faço uma maquiagem exagerada com produtos a prova d'água para um pequeno susto. Finalizo com um lápis de olho preto juntando suas sobrancelhas, ele tinha suas mãos pousadas ao lado de minhas coxas.

- Pronto - anuncio saindo da nossa posição. Ele me olha com medo enquanto caminha para frente do espelho. O seu grito vem acompanhado de uma expressão horrorizada.

- Sua cobra desgraçada - xinga e eu tenho um ataque de risos - Então você está achando isso engraçado? - semicerra os olhos.

- Desculpe, mas acho que você deveria se juntar ao circo da cidade - digo tentando controlar o riso. Ele me pega pela cintura e me joga na cama, enquanto faz cócegas. O mando parar, mas ele continua e eu gargalho cada vez mais alto. Perco o controle do riso e imito um porco, ele para e nós nos olhamos. Caímos na gargalhada novamente. Sento no chão sentindo minha barriga doer, ele se junta a mim. Retira de seu bolso o celular e bate uma foto nossa.

- De novo - peço e faço uma careta, ele me imita e tira outra.

- Querida, você...oh! - minha mãe entra no meu quarto e perde a fala quando nos encara. - Alec, meu filho, você está lindo - zomba e eu rio, o Alec revira os olhos e me dá um pequeno empurrão.

- Graças a Deus você conseguiu tira-la da cama - Alec sorri com o comentário de minha mãe - Enfim, vim informar que adiaram sua audição para o mês que vem - diz e se retira. Meu estômago se revira. Me levanto em um pulo, andando de um lado para o outro.

- Só tenho um mês para ensaiar e, sem contar, que os jurados já ouviram de tudo. Como posso ser boa ao ponto de ser aceita? - falo freneticamente. Eu estava apavorada.

- Ei! - ele se levanta - eu acredito em você.

- Mas eu não e eu sei que não vou conseguir - digo apreensiva.

- Você vai conseguir, basta praticar - ele segura meus ombros. Respiro fundo e relaxo os mesmos.

- Vamos tirar isso - o levo para o banheiro e o entrego um sabonete. Lavo o meu rosto primeiro e tudo sai com facilidade. O vejo esfregar com força o rosto, mas só faz borrar a maquiagem.

- O que você fez? - pergunta com uma sobrancelha arqueada.

- Nada - minto.

- Isso não está saindo - comenta.

- Você tem que esfregar bem - o instruo com um sorriso falso enquanto saio do banheiro e deito na cama contendo a vontade de rir. Alguns minutos após ele sai do banheiro com o rosto vermelho.

- Não está saindo, Júpiter - mostra a maquiagem borrada. Ele estava desesperado.

- Acho que usei a maquiagem a prova d'água - mordo meu lábio inferior.

- Você o quê? - grita assustado - isso sai?

- Sim, no dia seguinte - minto e o vejo correr de volta ao banheiro. Ele tentaria tirar aquilo de qualquer jeito. Gargalho ao ouvir usar todos os xingamentos que conhece.

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Gente, os comentários de vocês me fazem ter noção se estão gostando ou se devo mudar algo. Então, por favor, comentem.

Minha Querida JúpiterOnde histórias criam vida. Descubra agora