Alec
O Nicolas fez assim como havia dito. E eu soube disso quando minha irmã teve seu pequeno surto e quebrou quase todos os objetos de nossa casa. Minha mãe teve que a parar quando ela acertou um vaso no seu espelho favorito. Eu aproveitei a situação para ir até onde elas estavam, meu pai também estava com minha mãe, tentando acalmar April.
- O que, diabos, deu nela? - pergunto tendo que pular um pedaço de madeira para poder entrar no quarto.
- O Nicolas terminou com ela - minha mãe diz o que eu já sabia - Essa semana foi você com suas crises de choro e, agora, sua irmã com crise de raiva. Pelo amor de Deus, eu estou criando dois adolescentes ou dois loucos? - ela pergunta com os olhos arregalados. Sorrio e beijo o topo de sua cabeça.
- Eu estava naquele estado porque sua mimada filha criou histórias que me afastaram da pessoa que eu amo - explico a minha mãe.
- Co-como? - April pergunta incrédula.
- Nossos pais sempre nos ensinaram que mentiras têm pernas curtas, irmãzinha - sorrio de canto.
- Não fale desse jeito com sua irmã, Alec - meu pai me repreende.
- Viu? é por sua causa que ela é assim! Você só sabe mimá-la. - aponto - Você sabia que ela com dezesseis anos já transou com metade da escola? Sabia que ela usa drogas e bebe descontroladamente em todas as festas que frequenta? Sabia que ela faz da vida de uma garota, que por acaso é minha namorada, um inferno por pura inveja? - ele não responde - Não, você não sabia. E sabe por que? Porque você nunca foi um pai presente, você sempre tentou compensar sua ausência com presentes caros, mas ao contrário do que você acha, dinheiro não pode comprar tudo. - desabafo e dou as costas, saindo de casa.
Meus pais nunca estiveram em casa quando eu e a April precisávamos, fomos criados por inúmeras babás e empregados. Minha mãe só tomou consciência disso há algum tempo, então largou o trabalho para ser mais presente em casa. Todos nós sabemos que ela nunca precisou trabalhar, visto que meu pai é um dos mais bem sucedidos empresários da nossa região, mas o trabalho sempre foi uma desculpa para ela não ter que lidar com as responsabilidades domésticas.
Bom, pelo menos, ela está tentando agora. Nunca é tarde demais para quem quer fazer acontecer.
Esse foi o lar em que cresci, por isso, preciso da Júpiter. Ela torna as coisas melhores na minha vida.
Júpiter
Eu estava comendo pizza com minha mãe quando a campainha tocou. Ela me mandou atender antes mesmo que eu pudesse rebater. Revirei os olhos e eu o fiz, me arrependi profundamente quando um buquê de margaridas atravessou a porta e bateu em meu rosto. A pessoa puxou o buquê de volta e mostrou seu rosto, Alec. Ao seu lado está o Nicolas.
- Eu não quero...- sou interrompida.
- Me escuta, por favor! Me dá só essa chance de me explicar, eu juro que se você não quiser mais falar comigo depois disso, eu sumo da sua vida - ele apela e eu lembro as palavras da minha mãe. Respiro fundo e assinto, permitindo.
Alec bate seu ombro no braço do Nicolas que engole em seco.
- Júpiter, eu vim aqui sob ameaças - ele olha de lado para o Alec que lhe mostra o dedo do meio - para pedir que você perdoe o meu amigo. Ele é inocente.
- Olha, Nicolas, acho bonito você, como melhor amigo, tentar ser o porta-voz do Alec, mas ele não lembra o que aconteceu, sendo assim, você não pode afirmar nada - suspiro.
- Na verdade posso sim, porque fui eu quem drogou e embebedou o Alec, e foi a April que armou tudo - ele diz tão rápido que eu demoro para entender.
- Você o quê? - pergunto incrédula.
- Eu sei, eu fui um cretino. Só que eu agi sem pensar nas consequências que isso traria e, quando me dei conta, contei a burrada que fiz para o Alec - ele explica.
- E como aquela foto surgiu? Não parecia ser montagem - pergunto ainda com um pé atrás.
- Isso foi antes do Alec te conhecer. Essa foto foi tirada ano passado quando eles dois tinham um rolo. Você estava tão cega de raiva que não percebeu a coloração diferente do cabelo dela e a roupa dele, que é diferente da que ele usou naquela noite - explica tudo com gestos.
Vejo o Alec me olhar com esperanças, sem nem pensar duas vezes, eu pulo em seu pescoço. Ele larga o buquê no chão para poder me segurar, então ele me beija. Diferente de todos os outros, esse tinha algo diferente: saudades. Desço do seu colo me sentindo envergonhada por ter desconfiado dele, justamente a pessoa que mais me amou.
- Eu te amo tanto, garota do cabelo cor-de-rosa - sussurra em meu ouvido.
- Eu te amo mais - sussurro de volta e ele abre um sorriso.
Antes que me esquecesse, olhei para o Nicolas que tentou sair de fininho. Assobio, o chamando, ele vira o corpo. Caminho até ele com um sorriso e ele retribui. Quando chego perto o bastante, dou um tapa em seu rosto e o abraço logo após.
- Você é um cretino, mas um cretino gentil - brinco e o escuto ri. Desfaço o gesto e encaro sua bochecha que está marcada pelos meus dedos.
- Nossa, você é fortinha, hein? - ele massageia o local, Alec gargalha.
- Meu genro querido - minha mãe grita e o abraça - eu sempre soube que você era inocente, mas você acha que essa daí me escuta? - reclama. Me aproximo deles ao lado do Nicolas, que é recebido por minha mãe com um soco.
- Mãe! - grito, a repreendendo.
Verifico seu nariz e concluo que está intacto. Okay, não tão intacto já que está sangrando, mas pelo menos não quebrou.
- Desculpe-me, querido, mas isso foi por ter feito essas duas crianças sofrerem tanto. Olhe só para eles, apenas pele e osso.
- Tudo bem, eu mereço - ele confessa com um sorriso sem graça - pelo visto a força é de família - ele faz uma careta de dor,
- Você já teve o que merecia, agora é meu amigo também - dou tapas leves em suas costas - Vamos entrar, ainda têm pedaços de pizza para vocês.
Nicolas entra na companhia de minha mãe que o leva para o banheiro para cuidar de seus pequenos ferimentos. Antes de entrarmos, Alec segura minha cintura e sela nossos lábios. Ele pega o buquê do chão e me entrega.
- Obrigada - digo com um sorriso.
- Por o quê? - ele aponta para flores Eu roubei da vizinha - gargalho.
- Por existir - ele sorri e me beija novamente.
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aaa não guento JALEC. Um otp desses, bicho.
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Minha Querida Júpiter
Teen Fiction❝Júpiter Peterson é uma adolescente prestes a fazer dezessete anos com a vida bastante conturbada. Tendo que dividir sua atenção e sua rotina para os estudos, os cuidados com o seu cabelo tingido de rosa, os casos românticos das suas melhores amigas...