Minha Querida Júpiter

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Não caminhamos para tão longe, pois sentamos no banco de cimento em uma praça perto da escola. Sinto meu celular vibrar no bolso de meu jeans, o pego e vejo que quem liga é o Alec.

- É o meu pai - minto para as meninas enquanto me afasto.

- Não é uma boa hora - sussurro assim que atendo.

- Eu sei, eu sei. Me desculpe. Só queria saber aonde vocês estão, como sua amiga está e informar que você quebrou o tão magnífico nariz de minha irmã - eu gargalho e ele acompanha.

- A Louisa parou de chorar, estava indo conversar com ela. Estamos em uma praça na rua do colégio. E saber que causei um estrago no perfeito rosto da sua irmã, com certeza melhorou meu dia - digo ainda no mesmo tom que anteriormente.

- Me lembre de nunca lhe irritar - rimos - Okay, irei desligar para que você consiga conversar com sua amiga. Até amanhã no hospital.

- Até - digo por fim antes de encerrar a ligação. Me aproximo novamente das meninas e sento ao lado de Louisa.

- Quer me contar o que aconteceu? - aliso seu cabelo loiro.

- E-eu, e-eu - ela gagueja e bate com a palma da mão em sua testa - Droga, eu sou uma imbecil.

- Calma, Lou. Não vai adiantar nada, se você se culpar. Respira fundo e conta do início - Atena usa seu melhor tom para acalma-la.

- Tudo aconteceu muito rápido. No começo deste mês, ele veio puxar conversa comigo pelo direct do instagram. Vocês sempre souberam que eu tinha uma queda por ele, então foi muito fácil eu cair no papo furado dele. Em algumas semanas de conversa, ele me pareceu ser um cara legal e divertido. Não demorou muito para que ele marcasse para a gente sair, ele que propôs ser escondido porque afirmava ser mais divertido. No princípio, eu recusei. Mas ele insistiu tanto e me fez pensar que estava sendo infantil. Por isso, aceitei. Ele marcou para hoje, depois do jogo e atrás da arquibancada. Não era para a April ter ido ao jogo, mas ela queria fazer um surpresa. Ela só nos encontrou, porque seu gloss escorregou e caiu em uma brecha da arquibancada. Ela foi buscar e nos viu, então gritou e nos arrastou até o meio da quadra.

- Como você foi idiota - Atena pragueja e eu a repreendo com o olhar.

- Ah Atena, vai me dizer que nunca fez uma loucura por amor? - Louisa pergunta cruzando os braços.

- Amiga, acredite em mim. Isso não foi loucura, foi burrice. - rebate rapidamente.

- Atena! - a repreendo novamente.

- Não, Júpiter. A Louisa fez isso por um carinha patético. Agora me diz, valeu a pena passar por aquela humilhação por ele? O que ele fez para te defender? Exatamente, nada! Se não fosse pela Júpiter, você estaria lá até agora escutando coisas daquela vaca - Atena explode e vejo os olhos de Louisa marejarem.

- Eu sei, Tê. Me desculpa.

- Você não tem que me pedir desculpas, tem que levantar essa cabeça e ser forte para enfrenar as piadas e fofocas que estão por vir. Porque agora, querida, você já cometeu o erro de acreditar no Nicolas. Apesar de achar que você foi muito burra, estarei ao seu lado para bater em qualquer um que vier falar de você - diz e a abraça.

- Idem - concordo e a abraço também.

- Obrigada, eu não sei o que seria de mim sem vocês.

- Eca, parem de ser fofas - reclama Atena, desfazendo o abraço. Nós três rimos juntas.

- Daria tudo por um pote de sorvete de baunilha com chocolate - digo pensativa.

-Acho que lá em casa tem leite condensado - Louisa me avisa.

- O que tem haver leite condensado com sorvete, Louisa? - Atena arqueia sua sobrancelha.

- Sei la! Dá para fazer brigadeiro, não é sorvete mas é tão delicioso quanto - rimos novamente.

- Aonde você estava quando te liguei? - Atena pergunta de repente para mim.

- Em casa, ué - minto descaradamente.

- Você anda muito sumida e quando está com a gente, fica aérea - Louisa aponta desconfiada.

- Claro que não - rebato e reviro os olhos - Olha um pássaro verde - aponto para o nada, quando ela desviam suas atenções, eu corro.

- Vaca, espera a gente! - Atena grita correndo com a Louisa atrás de mim.

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