O sino toca assim que atravessam a porta. Ora, vejamos se não é um novo membro? Qual é a senha? Eu ouvi "livros"? Oh, um amante da leitura? Sinta-se em casa! Chá ou café? Aceita biscoitos?
A meia iluminação proporciona um perfeito ajuste aos olhos s...
O amor não é um sentimento tão bom quanto todo mundo imagina. É isso que Cristine pensou quando soube que foi traída pelo ex-namorado. Com isso, decidiu esquecer que o sentimento existe. Até que um cara curioso entra em contato com ela via WhatsApp, algo que nem esperava. As conversas com o garoto eram bem divertidas, mas Cristine nem imagina que por trás de mensagens carinhosas, estava um rapaz em busca de um recomeço no amor. Com ela. E por trás de uma amizade fofa, estava também uma surpresa de cupido armada pelas próprias amigas.
Resenha: Está é minha primeira resenha postada no Cantinho Literário, adoraria ter apenas boas observações a fazer, porém nem sempre as coisas acontecem da forma que desejamos.
Sei que não se pode cobrar muito de um conto, pois no geral não se tem muito tempo para aprofundar nas características dos personagens, no entanto o mínimo desejado é que a história faça algum sentido, que o leitor saiba o que está sendo contando, o que não acontece em O Zap-zap do Amor. Me senti perdida na maior parte do tempo, não houve um desenvolvimento ou amadurecimento de nenhum dos personagens. Aliás, eles não aparentavam ter uma personalidade, pareciam apenas nomes sem rostos ou identidade.
Tenho que admitir que você teve uma certa ousadia, pois realmente não é fácil escrever um conto inteiro narrado através de mensagens no WhatsApp, principalmente pelas diversas abreviações que foram empregadas para reforçar o âmbito em que a história se passa. Porém você há de convir comigo que se trata de uma manobra arriscada, pois a todo momento isso quebra o ritmo de leitura. Por mais que as abreviações não tenham me agradado, o que me incomodou de verdade foram os erros ortográficos – as abreviações são justificadas pelo contexto, já os erros ortográficos não – principalmente nos tempos verbais, e no uso de singular e plural. Notei que você se perdeu um pouco nesse quesito. Outro ponto que vale ressaltar é que você precisa se dedicar um pouco mais na revisão. Se não conseguir fazer isso sozinha, peça ajuda de alguém próximo que possa te auxiliar nisso. Eu sei que revisar muitas vezes é chato, porém é algo extremamente necessário.
Outra coisa que me incomodou é que os diálogos não pareciam fazer parte de um todo, a sensação que tive é que não existia uma conexão coerente entre eles sabe?
As abreviações acrescidas de recorrentes erros ortográficos e gramaticais, somadas a personagens vagos, torna custosa a empatia pela trama. As mensagens soam um tanto robotizadas. Suprimir os parágrafos não foi uma boa ideia, tornou os diálogos irrealistas, didáticos, e superficiais, ou seja, pouco palpável.
Em contraponto, por ser uma história ambientada inteiramente na rede, não é incomum encontrar na sociedade pessoas que vivenciaram a mesma situação em que Cristina está inserida, o que acrescenta certa verossimilhança. Creio que essa seja a parte mais tangível de todo o enredo, este quase escasso de pontos assertivos.
Espero que essa resenha lhe seja útil, que você possa empregar algum conselho, ou quem sabe reformular a obra futuramente. Ousadia já possui, só precisa agregá-la a uma maior percepção, para que seja possível tornar as coisas mais coesas e lógicas.
