A porcaria do telemóvel acordou-me de um dos meus melhores sonhos, daqueles que queríamos que fosse realmente a nossa vida. Destapo-me o suficiente para conseguir ver onde estava o telemóvel e pegar nele e atender a chamada sem saber quem era a pessoa que me estava a atormentar àquela hora.
-Tu não me digas que ainda estás enfiada na cama?! Já te esqueceste de onde é que vamos hoje, por caso?! – A minha irmã mais nova estava já, àquela hora, a gritar-me aos ouvidos; bufei e relembrei-me do que tinha prometido.
Ir ao concerto da banda que ela gostava realmente. Não me tinha importado de ir, porque a banda não me incomodava assim tanto e até que a conhecia minimamente. – Já me estou a levantar. – Desliguei o telemóvel quando a ouvi a tentar falar comigo, ou melhor, a resmungar comigo. Levantei-me da cama e sem ver quase nada, devido à escuridão do meu quarto, entrei na casa de banho.
Pensei que ela se tinha esquecido porque nunca mais me avisou dos dias e tal; possivelmente a nossa irmã mais velha; que trabalha com a banda que vamos ver – avisou-a e ela lembrou-se de me avisar.
Saí do banho e vesti-me o mais rapidamente que pude. Tentei ir o mais confortável que pude, mas não dispensei os meus sapatos Louboutin. Afinal, eles são uns Christian Louboutin!
Estimo-os muito, porque foi a Dior – a companhia para a qual eu trabalho que mos deu acompanhado da minha primeira promoção. Coloquei um pouco de base, sombra para realçar os meus olhos castanhos cor de avelã e pus eyeliner preto. Ainda alisei um pouco o meu cabelo para ele ficar realmente perfeito.
Não fiz a minha cama, se a fizesse a minha irmã mais nova ter-me-ia morto e como eu prezo muito a minha vida... deixei tudo desarrumado. Mas quando chegasse a casa daria algum jeito antes de voltar a deitar-me.
Assim que saí do quarto, peguei num iogurte e bebi-o de uma vez só, tudo para não ficar sem nada no estômago durante muito tempo. Verifiquei se tinha as coisas na minha mala, para quando estivesse na fila comprar algo para o almoço. Assim que entrei dentro do meu querido Mercedes Série 5, a minha irmã voltou-me a ligar. – O que foi? – Perguntei ao atender a chamada tentando ligar o motor para ir ter com ela.
-Vem a minha casa; assim seguimos no meu carro. – Possivelmente como paga, ela desligou-me o telemóvel na cara. Se ela não fosse a minha irmã mais nova, chama-lhe agora todos os nomes possíveis e imaginários – mas também já não somos crianças. Liguei o motor e fui em direção à casa da minha irmã – Julianne.
Demorei por volta de 20 minutos com o trânsito. Entrei na casa dela quando os portões abriram; sim ela tem uma casa do tamanho do Castelo da Bela e o Monstro da Disney. Revirei os olhos assim que a avistei – estava aos beijos com o meu cunhado.
Sim, a minha irmã mais nova, com apenas 22 anos já era casada com um borracho; o Alexander. E eu aqui, mais solteira não podia estar.
Saí do carro quando entendi que aquilo ainda ia demorar. Avancei até eles e ri-me. – Arranjem um quarto. – Resmunguei e quando o fiz os beijos de despedida pararam. Tranquei o carro e cumprimentei Alexander e Julianne. – Olá Alexander.
-Olá Mab. – Sorriu. Exatamente ouviram bem, o meu nome é Mab Colonomos. Quando olhei para Julianne ela estava a sorrir para mim e quando eu dei por mim estava já a ser abraçada por ela. Retribui o abraço e beijei a sua bochecha. – Vemo-nos depois do concerto? – Aquela pergunta era claramente para a minha irmã, afinal eles é que estavam casados.
Ah! Esqueci-me de mencionar, o Alexander basicamente é quem organiza os eventos tipo concertos e assim.
-Sim, vemo-nos depois. – Julianne respondeu-lhe e nós as duas caminhamos para o carro dela. Estava quase a dormir em pé, aquela parva tinha-me acordado cedo e ainda estava aos beijos com o seu marido quando eu cheguei e demorou mais um pouco com as despedidas. Entrei no Audi Q7 dela e Julianne foi quem conduziu. Reparei que ela estava muito mais descontraída que eu, obviamente. Ela tem queda para ténis, aqui a Mab esqueçam. Quando ela mexeu no volante consegui ver a sua aliança de ouro; cada vez que me lembro penso que foi um grande dia para a nossa família – a primeira filha e de momento a única a casar. – Podias ter acordado mais cedo, se não tivesse sido eu... - Aquela estúpida resmungou. Ela estava a ver se ficava sem companhia para o concerto.
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O Amor Existe?
RomanceUm dia, tudo mudou. E nós que pensávamos que tudo iria ser como era. Carreira como o nosso grande amor, amizade acima de tudo. Mas estávamos enganados. Nunca estivemos tão enganados na nossa vida. Ia-nos tudo passando à frente se não fosse os nossos...