Agente Cabello ♔ camren

Capitulo 17: Torta de Limão

O som de algo como chuva e trovões foram os responsáveis pelo seu lento despertar. Seus pés estavam gelados e como ela não conseguia tatear qualquer coberta ao seu redor, acabou os esfregados algumas vezes tentando encontrar calor no atrito.

E ao contrário do que se poderia imaginar, apesar do quarto se encontrar realmente com uma temperatura mais baixa graças a uma das janelas ter passado toda a noite aberta, apenas as plantas de seus pés sentiam frio por falta de proteção. Mesmo que Camila ainda estivesse nua e sem coberta ao alcance.

Era apenas seu corpo, confortavelmente inclinado sobre algo que ela não era capaz de identificar enquanto transitava entre o dormindo/acordada, mas que a fazia sentir o calor de um dia de junho em Miami. Bem, até Camila abrir os olhos e quase cair da cama.

A agente da CAP se parecia com um gato assustado fugindo do banho e teve de controlar a vontade de apenas pular da cama ao se perceber completamente aconchegada no peito de Lauren Jauregui. A droga da mesma Lauren que ela detestava, mas tinha a respiração próxima ao seu cabelo.

A sensação de estranhamento foi automática e tão logo ela pode alcançar um dos travesseiros com uma das mãos, o mais rápido possível, colocou-o em seu lugar. Sua cabeça ainda girava um pouco, mas pode perceber, após quase tropeçar na garrafa de vodca e em sua carteira de cigarros, que sua suíte estava muito além de bagunçada, estava um pequeno caos.

As roupas esportivas por cima de um dos abajures, suas algemas abertas sobre o tapete, e sua bola da sorte jogada em um canto perto da porta, formavam as provas daquela intricada cena de crime. Oh sim, ela havia se encarregado de prender Lauren Jauregui como deveria ser feito e havia adorado a sensação.

Céus, aquilo soava ainda mais pervertido agora.

Não que Camila pudesse se importar, já que dado seu histórico, aquela transa havia sido exatamente o que ela esperava: Inesquecível e suja. E, talvez, por aquele motivo não estava sendo eficiente em tirar Lauren de seus pensamentos. Seu corpo parecia querer puni-la por ter saído como uma fugitiva da própria cama.

Ainda assim, o sabor do diferente era o único que sua língua sentia e aquilo a assustava em algumas proporções. Ela era Camila Cabello e não poderia se deixar impressionar logo pela maldita agente federal. Mesmo que aquilo não parecesse mais uma meta tão tangível, após uma segunda noite de tirar o fôlego juntas.

E de alguma maneira bizarra, a agente da CAP, agora considerava e refletia sobre os óbvios pontos problemáticos de suas escolhas em relação à Jauregui, enquanto preparava para si mesma toda uma jarra de café. Seu botão de desligar parecia emperrado.

A grande questão que envolvia seus pensamentos pairava sobre suas ações que havia fechado o cerco ao redor delas e talvez também estivesse, sem que ela percebesse, a envolvendo com Lauren muito além do que deveria. Afinal, ela já havia ido para a cama com mulheres tão fisicamente espetaculares como era a agente do FBI, mas a química nunca havia sido tão arrebatadora quanto aquela. Também nunca havia acabado tão exausta ao ponto de dormir nos braços de alguém e acordar quase entorpecida por ter a droga da pessoa ao seu lado ao acordar. E aquela já era a segunda vez

– Deve ser por ela ser aquela maldita gostosa! Minha cabeça deve estar seriamente danificado por toda a vodca que já bebi na vida e não entende que naturalmente eu deveria detestá-la.

Suas coxas encontraram o piso da varada, agora aberta, e ela se prostrou a observar o céu criando chuva. Camila também tinha seus momentos poéticos sozinha.

– Ela trabalha para a droga daqueles superiores corruptos, se acha a porcaria de uma perseguidora da justiça e seguidora da lei. Mesmo que nunca tivéssemos pelo nosso trabalho que sermos rivais ainda assim seriamos. – analisou mentalmente. A lista de coisas que ambas detestavam uma na outra era grande demais para apenas pôr de lado. – Todas as sensações esquisitas que ando tendo devem ser apenas por todo esse tempo longe de casa.