Casa do Theo | Cap 30

546 48 8
                                    

É... eu estava totalmente apaixonado por aquela menina. Nos últimos dias tentei enviar sinais para ela do que estava prestes a acontecer, o primeiro deles foi o poema. Faltavam poucos dias para o aniversário, mais precisamente duas semanas, e as preparações estavam a todo vapor. Tanto da minha parte quanto da família que iria organizar a festa em si. Além do mais me botaram para distraí-la no dia da festa, era uma grande tarefa, e tenho que me esforçar pra que ela não descubra nada. Mas vai ser difícil... Beatriz é muito esperta.
Enfim, posso confirmar que estou mais nervoso do que as próprias pessoas que estão organizando e sei que irá dar uma crise de tremedeira em mim. Vai ser um dos momentos mais importantes da minha vida, mas sei que é a decisão mais certa que já fiz. É a melhor escolha de toda minha existência e tenho certeza disso pois a cada dia que se passa Deus vem falando comigo e confirmando cada detalhe. E era muito incrível como tudo isso aconteceu tão rápido... em menos de oito meses eu conheci, fiquei amigo, orei e agora vou namorar uma garota. Mas eu a amava, isso eu tinha certeza.

Era um sábado, dia seguinte ao da tarde no parque quando a Beatriz me liga. Sabrina tinha ido ao aeroporto buscar meus pais que haviam acabado de chegar de viagem especialmente para o aniversário surpresa da Bia, e de lá iria para casa de algum amigo.

— Oi! Posso passar aí agora?

— Ah Bia, é que meus pais acabaram de chegar na cidade, a Sabrina foi pegar eles... então sabe né, não vou poder te dar toda a atenção que você merece. Mas se quiser vir a casa está de portas abertas!

— Ué, sem problemas! Vai ser um prazer conhecê-los. Jájá chego aí!

— Uma hora você teria que conhecer eles né... Eu já conheci os seus há meses! - falo e ela fica muda, segundos depois escuto risada.

— Ótimo... tchau Theobito.

— Tchau Bia!

Tempo depois meus pais chegam. Fico extremamente feliz em vê-los, já faziam oito meses que não nos víamos e eu estava morto de saudade. Conversei com eles o suficiente pra contar as principais notícias do ano e passei algumas instruções de como NÃO agir na frente da Bia. E eles... bom, ficaram animadíssimos pra conhecê-la.
E ela chega exatamente na hora do almoço. Bem a cara dela.

— Oi... - ela fala meio tímida quando entra na minha sala. Meus pais que já estavam sentados à mesa se levantam para cumprimentá-la.

— Então, pai e mãe essa é a minha gar... minha amiga Beatriz! - falo quase soltando nosso apelido e a vejo me olhar fulminantemente, mas claro, que de brincadeira.

— Olá senhor e senhora Salvatore! É um prazer conhecê-los - ela diz com aquele sorriso contagiante.

— O prazer é nosso Beatriz! O Theo fala muito de voc... - Minha mãe, dona Esmeralda, quase solta a primeira caquinha do dia, mas consegui conte-lá a tempo.

— Ah, deixa ela falar Theo! - fala rindo

— Você não quer nos acompanhar no almoço Bia? - Meu pai falou.

— Eu não quero incomodar!

— Não irá! Venha, insistimos para que fique.

— Se é assim, então eu fico...

Enquanto minha mãe preparava a mesa puxei a Bia e falei baixinho:

— Até parece que eu não te conheço pra saber que você veio essa hora propositalmente né? - falo rindo.

— Claro que não! - ela fala dando gargalhadas. — Seus pais são uns amores!

— Ainda bem que gostou deles... - falo dando um beijo em sua testa.
Meu coração batia mais forte quando estava tão perto dela. Apesar da convivência ainda havia a timidez e o medo de fazer algo errado. Ela era perfeita e eu não poderia perdê-la por alguma atitude incorreta minha. E ela continuava a me olhar com seus olhos brilhantes que transmitiam a maior das sensações de paz.

— Então, conte-nos mais sobre vocês... como se conheceram! - Minha mãe fala quando chegamos na cozinha.

— Nos conhecemos acidentalmente em uma sorveteria... - começo a falar.

— Ele quase me deu um banho de sorvete! - ela fala sorrindo

— Por culpa dela! - falo olhando para ela.

— Você também não prestou atenção... - ela pisca pra mim.

— Enfim... depois disso nos encontramos coincidentemente na igreja, que por sinal é a que estou frequentando.

— Só por causa dela né? - meu pai fala

— Pai! Claro que não! - falo e todos rimos.

— Ele me deu carona pra casa e depois disso ficamos nos vendo frequentemente. Nos tornamos amigos, assim como a Sabrina e a Ingrid. Hoje somos um quarteto. Quer dizer, éramos! Porque agora temos a Cris no grupo.

— Uau! Você aceitou carona de um desconhecido? - minha mãe fala rindo.

— Foi o que disse pra ele! Mas ele é manipulador! E parece besteira, mas desde a primeira vez que vi seu filho eu senti que poderia confiar nele. - ela fala e acho a coisa mais linda, me pego lembrando dos nossos primeiros momentos juntos.

— Você tem sorte meu filho! Uma moça como essa é uma dádiva! - meu pai diz e eu a percebo corar.

Depois de muito conversar e comer, ela vai embora. E a ansiedade para o dia da festa volta com todas as forças.

— Eu já vou! Você precisa de um tempo sozinho com seus pais. - ela fala na varanda da minha casa.

— Tá certo. Ah, queria que você saísse comigo no sábado. Não o dessa semana, o outro. Você quer? - aproveito para perguntar.

— Claro! Pra onde iremos?

— Não conto. Na verdade, não sei muito bem...

— Aff, você e seus mistérios! Como vou saber que não vai me jogar no meio da BR e me deixar largada lá?

— Nossa Bia, não fala uma coisa dessa, nunca que eu faria isso com minha garota, nem com ninguém! Confia em mim! - falo rindo.

— Tá certo. Então só iremos nos ver daqui a duas semanas? - ela pergunta.

— Uhum. Tô muito ocupado essa semana...

— Tá bom... - percebo a tristeza em seu olhar por pensar que eu não lembrei do seu aniversário que seria na quinta-feira, dois dias antes da festa. Tudo isso era parte do plano
— Ah que carinha é essa? Vamos nos ver em breve. - falo pra causar mais drama.

— Você não lembra mesmo né? - ela diz e eu faço uma cara de interrogação. — Bom, tenho que ir. Tchau Theo! - ela fala e me dá um abraço.

— Tchau! - chego mais perto de seu ouvido e falo: — Minha garota. - vejo um sorriso se formar no seu rosto.

— Meu garoto. - ela fala ainda abraçados.

Nesse sábado eu tive a certeza que era recíproco. Na verdade eu já a tinha desde quando a ouvi falar no acampamento a respeito, mas quando fugiu eu duvidei.
Entro na sala e sou bombardeado com perguntas dos meus pais. Ah, e assim foi o resto do dia! Pais e suas curiosidades...

Aos olhos do PaiOnde histórias criam vida. Descubra agora