2 meses depois | Cap 38

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— Devo me preocupar com esse "você é a melhor"?

— Claro que não! - falo dando um tapinha no seu ombro.

— Como ele está? - ele fala sorrindo.

— Bem. O melhor possível. - afundo minha cabeça nos seus braços e começo a chorar de felicidade.
No início ele fica sem entender mas logo explico tudo o que aconteceu em tão pouco tempo dentro daquela sala.

— Deus é maravilhoso. - ele fala.

— Sim, ele é!

Esperamos toda a família entrar e conversar com o Renan. Por fim deixei o Theo entrar sozinho e ele passou cerca de meia hora lá dentro. Quando voltou estava chorando e veio correndo me abraçar.

— Tô muito feliz. - ele fala me dando vários beijos no rosto.

— Ah, você nem imagina como estou!

— Ele tá incrível. Não fisicamente... você entendeu né? Ele me pediu desculpas e disse que quer voltar com nossa amizade e admitiu que sente muita falta de andar comigo!

— Olha eu não sei nem o início do que vocês passaram mas estou extremamente feliz por você. Sei que aguardou muito por esse momento, meu garoto!

— Sim, e como aguardei! - ele me envolve em seus braços e juntos entramos pela última vez daquele dia no quarto em que ele estava para nos despedirmos.
Prometemos voltar todos os dias até ele receber alta e estaríamos em oração.

Ainda juntos fomos ao estacionamento mas infelizmente tivemos que nos despedir, afinal viemos em carros diferentes. E tínhamos casas diferentes!

🌟🌟🌟🌟🌟🌟

Cerca de dois meses se passaram. O acidente do Renan aconteceu no dia oito de agosto e depois de duas semanas ele recebeu alta. Durante esses dias eu e o Theo ficamos visitando ele todos os dias no hospital, assim como havíamos prometido. Ele estava sem a perna direita mas isso não demonstrava fraqueza da sua parte e mesmo sem um membro ele continuava um menino extremamente lindo e que chamava a atenção de muita gente.
Pensa em uma pessoa feliz e entusiasmada com a vida! Era assim que ele estava, era como se tivessem pego o Renan e feito lavagem cerebral nele, porque com certeza aquela não era a mesma pessoa de antes. Era notável e nítido que Deus estava na sua vida, e entrando cada vez mais. Ele resplandecia o Espírito Santo.
Assim que recebeu alta passou a ir para a igreja e frequentava praticamente todos os cultos, está também se envolvendo com o ministério de louvor e eu acho isso tudo incrível.
Sim, ele precisava de muita ajuda para se locomover e se acostumar com aquela fase nova da vida mas isso não o tornava uma pessoa triste e parada. Não mesmo.

Eu e o Theo acabamos traçando uma firme amizade com ele e eu estava extremamente orgulhosa do meu namorado que estava se esforçando ao máximo para ajudar o amigo em todos os quesitos, aliás os dois estavam mais unidos que nunca!

Eu estava pensando nessas coisas no dia 12 de outubro, feriado do dia das crianças, enquanto me arrumava para sair com o Theo para passarmos o dia participando de uma ação social com crianças órfãs e carentes da cidade.
Ele viria me buscar às 10:30 da manhã e passaríamos o dia lá.
Pontualmente ele chega na minha casa.

— Oi minha linda! Que saudade! - ele fala me abraçando quando abro a porta.

Faziam muitos dias, até semanas que não nos víamos por motivos de: eu estava louca estudando. O exame que decidiria meu futuro estava chegando e eu queria muito entrar na faculdade de arquitetura, passei os três anos do meu ensino médio lutando para isso, e agora na reta final do terceirão eu só faltava sair escalando as paredes. Estava atolada nos livros.
O Theo também estava ocupadíssimo com a faculdade, o fim do período estava bem próximo e ele tava estudando muito. Resumindo ficamos sem nos ver por quase três semanas porque estávamos estudando feitos loucos. Mas ainda mantínhamos contato.

Aos olhos do PaiOnde histórias criam vida. Descubra agora