~~Narra Moretto~~
Decido jogar o tabuleiro Ouija. É... Sei que pode ser uma loucura, mas vou arriscar.
— Eu topo! Vou jogar sim... — respondi apreensiva.
— Ok. Mas você tem certeza de que quer jogar? Quer mesmo? — perguntou Hannah séria e preocupada.
— Sim. Eu vou jogar. — respondi.
— Tá bom. Vou pegar umas velas lá na cozinha e já volto. — falou Hannah saindo do quarto.
Alguns minutos depois, Hannah voltou com as velas, e preparamos o lugar para colocar o tabuleiro e as tais velas.
— Enquanto eu posiciono as velas, você vai acendendo ok? — falou Hannah.
— Ok. — respondi.
Peguei o fósforo, e acendi cada uma das velas, que no total, eram quatro. Hannah se sentou, e me pediu para que me sentasse a sua frente. Ela pegou o indicador, e colocou em cima do tabuleiro. Meu coração chegou a disparar um pouco, mas continuei com o desafio mais louco de todos.
— Está pronta? — perguntou Hannah.
— Estou. — respondi.
— Ok. Mas antes de começarmos, vou dizer as regras básicas que temos que seguir.
E assim, ela passou as regras, tais como: não jogar sozinho, não falar de Deus, não perguntar ao espírito como foi sua morte, pedir permissão ao espírito para sair do jogo, e etc.
— Vamos começar. Primeiro vou fazer uma oração, e depois começarei a fazer as perguntas, e você também pode fazer ok?
— Tá. — respondi.
Então, Hannah começou a fazer uma oração em uma linguagem diferente, parecendo ser em latim ou hebraico, mas, estava mais para latim. Durante essa oração, senti tipo que um vento quente, parecendo ser alguém que estava ali, ao meu lado. Fiquei assustada, mas, tive que manter a calma naquele momento. Continuei ali, sentada e observando Hannah terminar de fazer a oração. Após ela terminar, com nossos dedos em cima do indicador, Hannah começou a falar.
— Se tiver alguém aqui, nos dê a permissão de conversar contigo, por favor... Tem alguém aqui? — ela perguntou, e nada do indicador se mover.
— Tem alguém aqui? — perguntou Hannah outra vez. — Tem alguém aqui? — Hannah perguntou pela terceira vez, e o indicador começou a mover.
— Você está empurrando? — perguntei com espanto.
— Não. — respondeu Hannah.
E o indicador foi para a palavra "sim".
— Nossa... — falei atônita.
Voltamos com o indicador para o meio do tabuleiro, e Hannah fez outra pergunta.
— Você está sozinho? — o indicador foi para o "sim".
— Qual o seu nome? — perguntou ela, e o indicador começou a mover, formando o nome.
O indicador foi para a letra "z", depois "o", voltou para a letra "z", e depois foi para o "o" outra vez.
— Não acredito... Zozo, o espírito mais forte do tabuleiro. É o demônio. — disse Hannah.
Agora foi uma pancada violenta! Minha primeira vez nesse jogo, e vou falar com o demônio? Não pode ser! Agora já era... Não posso abandonar mais o jogo.
— E agora, o que você vai perguntar? — comentei apreensiva.
— Não sei. Você tem alguma pergunta? — questionou Hannah.
— Acho que sim... — respondi, e continuei. — Tem mais alguém com você? — e o indicador foi para o "sim".
— Em quantos espíritos vocês estão? — perguntei corajosamente.
O indicador moveu em direção ao número "2".
— Zozo, você ainda continua aqui? — perguntou Hannah, e o indicador foi até o "sim".
Eu estava querendo desistir, mas me mantive forte a todo o momento. Tive a coragem de perguntar o nome do outro espírito que estava no tabuleiro.
— Você, outro espírito que está com Zozo, pode me dizer seu nome, por favor? — perguntei.
O indicador não se moveu por alguns segundos. Fiquei com medo, e com aquele frio na barriga. De repente, o indicador se move rapidamente para a letra "c", formando o nome "Camila".
— Quantos anos você tem Camila? — perguntei, e o indicador foi para o número "7". — Caraca! Sete anos? — perguntei assustada.
— É uma criança! — exclamou Hannah indignada. — É a primeira vez que tenho contato com uma criança...
— O que perguntamos agora? — falei com voz preocupante.
— Ai... Sei lá. Fico sensível quando se trata de crianças. Acho que devemos parar. — falou ela.
— Por mim, pode parar esse jogo! — disse.
— Nilce, e eu, Hannah, queremos sair do jogo. Nós podemos sair? — perguntou ela, e o indicador foi para o "sim".
— Nós queremos dizer adeus... Vocês nos permitem sair? — perguntou ela e o indicador foi até a palavra "adeus".
— Acabou? — perguntei ainda com medo.
— Sim. Já terminou. Pode ficar tranquila. — respondeu ela.
E Hannah guardou o tabuleiro, e retirou as velas, já apagadas por ela e por mim. Nunca me senti tão amedrontada. E ainda, ter contato com uma criança, me fez ficar ainda mais assustada, e sensível, pois também fico do mesmo jeito que Hannah fica. Quando vejo algum noticiário, falando sobre morte de alguma criança, fico muito abalada e chocada, principalmente quando se trata de abuso sexual ou assassinato. Com certeza esse foi o desafio mais louco da minha vida.
— Então, como está se sentindo? — perguntou Hannah.
— Até agora estou assustada. Nem deveria ter aceitado isso.
— Por isso que eu perguntei a você se queria mesmo jogar.
— É... Mas agora já terminou, e já passei por esse desafio louco! — falei dando um pequeno riso.
— E que desafio! Sorte que Zozo não estava naquele estado agressivo, pois teve uma vez, que joguei com ele, e ele estava muito bravo e irritado, pois ele é um espírito forte, e aí, demorei a sair do jogo, porque ele não permitia. E se dessa vez ele deixou o tabuleiro, então só ficou o espírito da criança, e querendo ou não, é um espírito mais fraco.
— É... Pode ser. Ainda bem que saímos rapidamente. — falei.
— É... Porque não queria jogar com Zozo outra vez. — confirmou Hannah.
Ficamos por mais alguns minutos conversando sobre o assunto, e fomos à cozinha comer mais alguma coisa, antes de eu ir embora, pois já estava tarde. Hannah me convidou para passar a noite em sua casa, mas eu não queria. Hannah insistiu, e muito, para que eu ficasse em sua casa, e não pude negar. Acabei aceitando o convite, e dormi em sua casa.
Após comermos, tomei banho, e coloquei um pijama que Hannah me emprestou, que, aliás, era totalmente novo. E era mesmo, pois a etiqueta estava completamente nova, e até com preço. Hannah viu o tal preço que estava em seu pijama, e riu, dizendo que aquele pijama estava "muito caro", e nós rimos.
Até que o dia foi produtivo. Foi sim uma loucura eu ter jogado o tabuleiro Ouija, mas consegui sobreviver.
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Bom pessoal, já passou de mil leituras, e agradeço por terem acompanhado até agora! \O/
Calma... Ainda não terminou. Ainda tem muita coisa pela frente!
Valeu e obrigado...
Até o próximo capítulo... ;)
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A Vlogueira e o Hacker {COMPLETO}
RomanceCom apenas vinte anos, Nilce Moretto é uma youtuber vlogueira de grande sucesso e com milhares de fãs no mundo inteiro, mas, não sabe que enfrentará uma grande invasão em seu canal, fazendo com que todos os seus vídeos sejam deletados. Como será o c...