Capítulo 3

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Na manhã seguinte, ainda acordei com uma sensação de enjoo desgraçada, a claridade atingiu meus olhos como uma pancada, que me fez jogar o edredom sobre a cabeça e desejar nunca ter bebido na vida

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Na manhã seguinte, ainda acordei com uma sensação de enjoo desgraçada, a claridade atingiu meus olhos como uma pancada, que me fez jogar o edredom sobre a cabeça e desejar nunca ter bebido na vida. Uma moleza sem fim tomava conta do meu corpo; Como foi difícil levantar da cama, eu só queria ficar enrolada em meu edredom até que toda aquela sensação infernal acabasse, mas eu tinha uma aula extra na faculdade e a pontuação dela seria importante, não podia faltar. O mal-estar permanecia, acompanhado de uma dor de cabeça chata e um sono terrível e meu humor não estava legal, a não ser quando lembrava do beijo, o que me trazia um leve e bobo sorriso. Eu recapitulava tudo que aconteceu, minha mente vagava buscando os detalhes, as sensações e meu coração saltava.

Doty também não parecia em melhores condições, seu cabelo encaracolado estava desgrenhado e ela entrou na sala bocejando e de óculos escuros. Muito injusto marcar uma aula assim depois de uma festa de principiantes, soubemos dessa aula apenas uns dois dias antes da festa de Doty, não tínhamos como transferir mais nada. Além de chegarmos atrasadas, ficamos a maior parte da aula como zumbis e dando pequenas cochiladas, não apenas nós duas, mas a maior parte da turma também. Assim que entrou, o professor perguntou se havíamos sido vítimas de algum tipo de ataque biológico em massa, o que desencadeou algumas risadas forçadas. Eu só desejava minha cama, o enjoo permanecia, ainda que pouco era o suficiente para me fazer sentir como se tudo ao meu redor girasse bem devagar, era agonizante. Se não fosse o chá forte que Abby preparou talvez estivesse muito pior. Duas horas de aula depois, não consegui mais aguentar, ao fim da segunda aula peguei minhas coisas e saí correndo; Doty atrás de mim. Fomos ao pátio e deitamos na grama, precisava me recuperar mais um pouco pra poder ir pra casa. Acho que teria que pedir socorro a Willys, ainda que muito chateada com ele precisava de carona pra voltar, deixei o carro na garagem, meu pai havia me deixado na faculdade pela manhã. Queria contar logo a Doty sobre Phillip, mas minha cabeça latejava, mesmo assim tentei:

- Tenho uma coisa para te contar, é sobre Phillip.

Ela abriu um dos olhos com dificuldade, sua cabeça também doía consideravelmente, mas ela se virou e já imaginando o que vinha pela frente, ficou de boca aberta esperando a confirmação de suas suspeitas. Quando eu ia continuar, Willys apareceu, interrompi a fala e ela entendeu que nossa conversa ficaria pra mais tarde.

-Vocês duas estão péssimas! Vamos, vou levar vocês para casa. Suas irresponsáveis! 

Ele continuava visivelmente irritado, mas me deu seu braço pra que eu me apoiasse.

Do outro lado da rua, o motivo do meu riso bobo estava sentado com os outros "tubarões". Senti um arrepio que percorreu meu corpo como uma corrente de energia, os pelos do braço se eriçaram e senti o estômago se revirar. Nossos olhos se encontraram, mas dessa vez eu não desviei o olhar, meu coração acelerou a mil, e por mais que me sentisse extremamente envergonhada pela noite anterior, sorri pra ele o melhor sorriso que tinha e ele sorriu de volta um sorriso travesso. Willys percebeu os sorrisos e rapidamente passou o braço por minhas costas segurando minha cintura e me puxando pra mais perto dele, encostou seus lábios em minha orelha e sussurrou, numa tentativa desesperada de mostrar a Phillip que tínhamos algo. Pediu desculpas pela briga que tivemos na festa; apenas assenti. Antes de entrar no carro, olhei pra trás e Phillip continuava me olhando, ele sorriu de novo e piscou, eu corei, mas sorri de volta. Entramos no carro de Will, um Dodge Challenger  vermelho que ele havia ganhado assim que entrou pra faculdade. Já sentado no banco do motorista ele lançou pra mim um olhar sério e carrancudo:

Mar de tubarõesOnde histórias criam vida. Descubra agora