Capítulo 7

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Agora não havia mais como controlar o desejo que sentíamos de estar juntos. Da mesma forma que no dia anterior, nos encontramos na lanchonete, mas dessa vez fomos para o galpão.

Os meninos jogavam baralho animadamente, soltando alguns vários palavrões, pararam de fazer o que estavam fazendo para olhar abismados e cutucando um ao outro, sem entender o que estava acontecendo. Atravessamos o galpão de mãos dadas, Phillip falando secamente:

-Não quero nenhum comentário, nenhuma gracinha, e para todos os efeitos não estamos aqui. Ok? Se puderem cair fora, melhor.

-Beleza chefinho. Estamos de saída.

A forma como eles acatavam todas as ordens de Phillip como se ele ainda fosse o chefe me deixou incomodada. Cheguei a duvidar por um segundo se ele tinha realmente abandonado as "operações" como havia dito. Espantei o pensamento, não queria saber de nada disso no momento, mas ficaria de olho.

Ficamos na cama durante toda a manhã até ficarmos exaustos a ponto de eu esquecer de colocar o celular para despertar.

-Me responde uma coisa? – Falei com a respiração ainda pesada.

-Hum, pode perguntar... -Ele levantou uma sobrancelha.

-Quantas garotas você já trouxe pra cá?

-Algumas, mas por que isso agora?

-Só queria saber... – disse, me arrumando delicadamente mais perto dele e o abraçando.

-Esquece isso, ok? A única pessoa que realmente importa está aqui comigo agora. Minha vez de perguntar. E aquele covarde?

-O que tem ele?

-Rolou algo entre vocês? Vocês ficaram? Ou algo do tipo? - Levantei a cabeça e passei a mão em seu peito.

-Nos beijamos uma vez, mas foi a sensação mais estranha que já tive, senti que beijava meu irmão.

-Como é que é? Você beijou aquele fracassado? Eu não acredito que você fez isso! Eu tinha esperanças que você dissesse: Claro que não Phillip, eu jamais o beijaria. Eu vou quebrar a cara daquele desgraçado.

-Não seja bobo, nós tínhamos 15 anos. Depois disso, o que você viu na lanchonete foi apenas uma investida dele. Você não é um ciumento paranoico, não é?

A resposta dele foi o silêncio, lembrei da noite do bar e de como ele falou que aquilo aconteceria sempre que alguém tocasse em mim, surgiu uma ponta de preocupação, melhor não contar sobre o beijo que Will me roubou na festa da Doty.

-Você não imagina o quanto fiquei louco, minha vontade era de arrastar aquele moleque pra fora e bater nele até ele desmaiar, mas pensei melhor, sabia que você ia me odiar e se eu não pudesse controlar a raiva podia chegar a...

-Para, não termina essa frase, ainda bem mesmo que você não fez isso, eu realmente te odiaria. Jamais teria e nem terei nada com ele, fique bem ciente disso.

-Bom, esquece isso, que tal tirarmos um cochilo antes de você ir?

Me aconcheguei em seus braços novamente e fechei os olhos torcendo pra que ninguém nunca tocasse em mim, pois corria o sério risco de ser devorado pelo tubarão. Eu esperava não ter que passar mais situações como a daquela noite no bar.


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