Quando o mundo foi criado, algumas regiões foram feitas para serem mais chuvosas, outras mais secas, e outras com uma fauna e flora diversificada. E uma dessas inúmeras terras foi abençoada para que a agricultura fosse fértil e tudo o que fosse plantado crescesse de forma abundante. E foi nessa terra que certo dia um pai agricultor viu o seu filho plantando as suas primeiras árvores.
O garoto desde pequeno demonstrava ser bem ambicioso e não via a hora de ter a sua própria plantação, com uma diversidade enorme das mais saborosas frutas. Mas o que ele ainda não tinha entendido era o porquê de ter que trabalhar na terra de outros se ele podia plantar as suas próprias sementes e comer os seus próprios frutos.
Suas sementes começaram a brotar. Algumas cresciam lentamente, enquanto outras morreram e outras foram esquecidas e abandonadas durante o inverno. Quando o pai, que era um homem experiente no campo, viu o desânimo do filho, foi conversar com ele.
— Filho, eu sei que você quer ter a sua própria plantação e poder ter os seus próprios frutos. Mas tudo leva tempo. A natureza é sábia e se trabalharmos de acordo com os seus ciclos tudo crescerá no momento certo.
Indignado com a incapacidade de ver suas sementes virarem árvores, o filho não via a hora de poder comer um fruto de uma árvore plantada por suas próprias mãos.
— Mas, pai, eu não quero mais trabalhar na lavoura de outros senhores de terra sendo que podemos ter a nossa própria colheita. Não é justo!
— Eu sei, filho. Mas tem que entender que uma semente não vira árvore da noite pro dia. E, enquanto não colhemos nossos próprios frutos, temos que continuar trabalhando nas terras dos outros, mas continuando a regar e a cuidar de nossas sementes até que um dia poderemos ter um grande pomar. Então não precisaremos mais ficar dependentes dos frutos dos senhores de outras terras.
— O que eu me revolto, pai, é como esses senhores nos dão tão pouco em troca de muito trabalho duro.
— Nessas terras esses homens não nos valorizam muito, mas em outros lugares do mundo já não é tanto assim. Mas chegará um dia em que todos nós colheremos os nossos próprios frutos e esse será o dia que os senhores de terras sentirão falta de nosso trabalho. E quando isso acontecer, o mundo será mais justo, e não precisaremos mais nos escravizar. Mas para chegar lá, meu filho, continue regando as suas sementes e continue firme, pois tudo o que se planta nessa terra nasce.
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Em busca da essência
SpiritualUma compilação de 30 histórias curtas, em formato de parábolas, que trazem reflexões sobre a vida e sobre a espiritualidade, independente de qual religião você siga.