Olívia's Pov.
Era a última vez. A última vez que eu passaria por algo assim. A última vez que as pessoas teriam prazer em me ver sofrer.
- Ei... Ouviu o que eu disse? - meu pai chamou minha atenção.
- Desculpe, pode repetir? - respirei fundo e falei sem olhá-lo.
- Eu vou precisar ir resolver algumas coisas do meu contrato com o time. Se importa em ficar um pouco só? Juro que não irei demorar. - disse calmo e eu pensei um pouco.
- Não, pode ir. - dei de ombros ainda perdida em pensamentos.
- Tem certeza? Se quiser pode ir comigo... - sugeriu e eu neguei com a cabeça.
- Tenho coisas da escola pra fazer. - disse e ouvi um "ok".
Assim que chegamos em casa fui direto para o quarto. Minutos depois meu pai bateu na porta avisando que já estava saindo e que vovó Norma estava no jardim caso eu precisasse dela.
Desci até a cozinha e procurei nos armários pela caixinha de primeiros socorros que vovó Norma guardava todos os remédios da casa. Voltei para o meu quarto e tranquei a porta. Olhei meu celular e tinham as mesmas mensagens de sempre, eu me perguntava se eles não cansavam desse ódio todo.
Entre as mensagens de ódio haviam algumas diferentes, da Jesy, da Perrie e do Tom. Pareciam desesperados pelo jeito. Abri a mensagem de Tom e olhei o contato dele salvo como "Tommy" ele odiava quando eu o chamava assim.
De: Tommy.
"Eu sei o que aqueles idiotas fizeram com você. Eu estou indo pra sua casa mesmo que você não queira me ver!"
Suspirei ao ver essa mensagem e passei para as próximas, quase que o mesmo conteúdo. Bloqueei o celular e o joguei na cama, andei com a caixinha até o banheiro e a coloquei em cima da pia.
Tirei a touca e olhei meu reflexo no espelho. Meus cabelos estavam totalmente irregulares, mechas de tamanhos diferentes e algumas até estavam faltando. As lágrimas vieram e com elas lembranças de todas as vezes que fizeram coisas ruins comigo.
A dor física e psicológica apertando meu peito, fazendo parecer que eu estava sendo pisoteada.
Abri os olhos nem me dando conta de que os tinha fechado com força e comecei a jogar todos os remédios sob da pia. Lágrimas embaçavam minha visão, mas isso não me impedia de continuar juntando todos os comprimidos que eu encontrava dentro daquela caixa.
Voltei ao meu quarto e peguei uma garrafa de água que eu deixava ao lado da cama. Ouvi meu celular tocar repetidas vezes e apenas ignorei começando a ouvir as vozes que sempre me acompanhavam.
Peguei pílula por pílula, engolindo uma atras da outra. Lembrei de quando eu era pequena e ouvia comentários maldosos de adultos que nem ao menos me conheciam. Fechei os olhos e consegui ver flashes de brigas dos meus pais por minha causa. Minha família ruindo aos poucos. A vez em que meu pai me bateu. O meu primeiro e último baile fracassado. As surras que eu levei, as humilhações que me fizeram passar.
Ouvi batidas na porta e meu nome ser chamado. Ignorei e continuei a engolir as pílulas enquanto as vozes sussurravam que tudo isso era minha culpa. Comecei a me sentir tonta mas continuei a ingerir tudo aquilo, agarrei o pote que havia sobrado e me sentei no chão, dessa vez ouvindo gritos na minha mente e talvez da porta, eu já não conseguia diferenciar muita coisa.
"-Vocês têm que parar de incentivar essa merda toda!"
" - Não estou vendo seus amiguinhos, eles descobriram que você não é normal?"
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The Love Outlast The Ignorance |l.s| (mpreg)
FanfictionLouis e Harry são pais do pequeno Oliver, um menino tímido e doce. Louis sempre quis ensinar futebol ao seu pequeno garotinho de cachos e grandes olhos azuis e o ver seguindo seus passos, mas e se Oliver preferir brincar de... Boneca?