KATHERINE
Existe alguém que consiga descrever o sentimento arrebatador que instala-se sobre nossos corpos à exato um dia do tão esperado dia?
Honestamente, achei que o lance que as noivas tem de sofrerem gravemente sob diversos ataques ao sistema nervoso, não passesse de uma fodida hipérbole, mas não, essa merda é real, e certamente eu irei desmaiar a qualquer instante.
-Katherine - busquei a voz de Michele que ajudava-me com os preparativos da festa quando eu já estava por um tris de jogar tudo para o alto. -Katherine, volte para a terra - A francesa chamou-me com uma de suas mãos em meu ombro, respirei fundo e a encarei.
-Estou com medo, Micha - Sussurrei, admitindo o que fez-me perder o sono da noite anterior.
Michele sorriu abrindo seus braços para mim.
-Vai dar tudo certo, gatinha - ela disse baixinho no meu ouvido ao abraçar-me. -Não há o que dar errado - Tenta convencer-me, e por hora, aceito sua afirmação.
Claro que me senti uma grande estúpida por desconfiar da fidelidade do homem, justamente no dia que ele tirou para planejar aquele jantar. O pedido convicto de Nathaniel tirou-me o ar, eu poderia ter vindo à falecer por falta de oxigênio no cérebro. Nunca me imaginei em uma vida como esta, e quando procurei negações à apontar, não as encontrei. Já somos casados, isso é fato. Eu já vivo para ele, e ele - mesmo do modo estranho dele - vive para mim.
Quando perdi meu pai biológico ainda em Detroit, nunca pensei que estaria aqui. Se me tivessem contado que eu estaria feliz, jamais teria acreditado. O mais inacreditável, é tudo que fui capaz de sentir depois que o conheci. Não é de se assustar, confio nele, me espelho nele, admiro ele, certamente preciso dele. Somos teimosos, orgulhosos, intensos, mas é inegável o quanto nos encaixamos, coisa na qual obviamente não conseguiríamos fazer com outras pessoas.
Parece que valeu à pena ter deixado toda uma vida para trás e aceitado um cargo que possivelmente não era para mim.
-Mulher do homem das mulheres de Nova Iorque? - Nádia entrou no pequeno escritório da minha boutique, onde eu e mais três amigas organizavamos tudo para amanhã. Sorri para ela, sem saber muito bem para qual lado levar sua ironia.-Sempre que eu a olho, Katherine, lembro o quanto você me impressiona - Acho que isso foi algum tipo de elogio misturado com uma confissão.
-Espero que isso seja bom - Brinquei, parando o que estava fazendo para dar-lhe a atenção que veio buscar.
-Oh se é, garota - Ela alisa a lateral da saia social, não deixando-me outro pensamento senão em quantas vezes essa mulher já transou com meu marido.
-Eu sabia que não iria ser qualquer uma para dobrar o Grande Bruce - Ela usa o adjetivo como fosse uma reverência à figura de Nathaniel, isso estranhamente, deixa-me fodidamente orgulhosa dele.
-Só precisei apontar uma arma na cabeça dele - Ironizei a situação, lembrando a cena do dia que isso de fato aconteceu. Nádia ri alto, achando graça, gostando do meu senso de humor. Sorrio para ela, que entrega-me uma pequena caixa de veludo azul marinho.
-Era da mãe dele - Ela conta. Sinto meu coração diminuir à grão de arroz. Se ouvi parraim falar dela uma única vez, foi demais. -Você é a única esperança para fazê-lo olhar com outros olhos para este objeto - Abro a pequena caixa com cuidado, deixando transparecer o susto e encanto em meu rosto.
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Trilogia Invictos - Sr. Bruce - Livro I
Lãng mạn#1 inspiração; #1 boates em 15/01/19; #1 americano em 19/01; Nathaniel Bruce era um homem recentemente incluso na faixa etária dos 30 anos quando chegou ao lar. Há exatos cinco anos atrás, ele deixava sua cidade natal e absolutamente tudo que...