Capítulo 1

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DIAS ATUAIS

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DIAS ATUAIS

- Sr. Bruce? - ouvi a voz de Kaio desvincilhando-se das dançarinas e dos homens que insistiam em nomearem-se donos das minhas garotas.

- Kaio! - cumprimentamo-nos e logo fiz sinal para que uma das meninas do bar nos trouxesse mais bebida.

- Pensei que te encontraria no meio desses homens fedidos a álcool curtindo sua própria festa - Kaio era meu funcionário mais antigo e o único que realmente entendia a importância da reinauguração das casas noturnas.

- Acho que corri o dia todo e acabei esquecendo de relaxar pra noite - admiti sem erguer os cotovelos do balcão de bebidas.

- Olhe em volta, Nathaniel - ele realmente estava empolgado e de algum modo quase despercebido, me animava também. - Isso tudo é seu.

Kaio fez questão de me fazer olhar atentamente para todos os cantos do local, não deixando um centímetro sequer longe do meu campo de visão.

Um ambiente mais morto que os outros. Rodeado por acentos de couro preto e azulejos revezados em dourado e marrom. A música tocava aleatoriamente entre batidas estrondosas e suaves, sem nem por um segundo perder a sensualidade.

Garçonetes, dançarinas e prostitutas distraiam os homens e numa ala ordenada por mim que fosse mais afastada, o uso da maconha era algo inevitável. De segundo em segundo as mulheres acompanhavam os homens escadas à cima, em direção aos mais de duzentos quartos para os clientes, e mesmo que eu esteja nisso há muitos anos, a quantidade de homens casados ainda é algo fodidamente surpreendente.

- E então, senhor? - Nádia, uma das minhas garotas deslizou suas mãos por minhas costas, e sua coxa já entre minhas pernas denunciavam suas intenções.

Kaio bebeu e desapareceu.

- Querida menina... - não pousei o copo de uísque sobre o balcão para provocá-la com um murmúrio em seu ouvido e meus lábios úmidos em seu pescoço.

- Hoje sou apenas um pobre e fodido homem, vá se divertir de verdade - a todo custo tentava ficar sozinho, mas o olhar felino e sedutor de Nádia me colocou contra a parede e me fez perceber o quanto eu precisava de uma boa foda.

- Vamos homem, relaxe - sua voz sussurrada nunca ficava enjoativa. Mas a droga do meu pensamento não se mantinha ali, eu estava mesmo tenso e nem mesmo um alerta de ereção me deixou curtir como eu sempre fiz.

- Totalmente tentadora sua proposta... - interrompi o beijo quase selvagem demais, pela milésima vez frustrando os planos da morena para esta noite.
- Preciso resolver algumas coisas, meu amor. Você entende, não é? - Nádia sempre foi uma ótima companhia para sexo, mas também era admirável sua compreensão e lealdade, até mesmo quando eu estou me sentindo um merda de trinta e poucos anos.

- Algo te aborrece, Nathaniel? - sua voz estava num tom afetivo que quase foi coberto pela música e risadas altas do lugar.

Há tempos eu tentava ignorar isso, mas aparentemente apenas pioram. Eu nunca fui um cara "politicamente correto", mas também não sou tão fodido quanto aparento. E por enquanto, apenas Kaio e Nádia sabem disso. Talvez Daniel, caso não tenha esquecido que tem um irmão.

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